terça-feira, 26 de novembro de 2013

Sem ônibus, brasilienses enfrentam dificuldade para chegar ao trabalho

Os reflexos são paradas lotadas, trânsito muito intenso e sobrecarga de passageiros no Metrô-DF

Por conta da paralisação dos rodoviários do Distrito Federal, desde o começo desta terça-feira (26/11), os usuários do transporte público encontram bastante dificuldade para chegar ao trabalho. Muitas paradas de ônibus estão lotadas e o reflexo também é sentido no trânsito, que conta com uma quantidade maior de veículos do que o habitual. Os trabalhadores da categoria cruzam os braços por 24h para pedir a renegociação da data-base salarial perante o governo, calculada a partir de maio do ano passado, e o pagamento das rescisões contratuais e dos direitos trabalhistas dos motoristas e cobradores de ônibus das empresas substituídas pela licitação do transporte público urbano.

Muitos passageiros recorrem desde cedo ao metrô e os trens seguem lotados. Motoristas e cobradores de micro-ônibus não participam da paralisação de hoje, o que facilita o acesso a esse transporte. Na Rodoviária do Plano Piloto também há muitos passageiros, mas nenhum ônibus sai das baias. Muitos reclamam que não foram informados da paralisação.

Na região central de Taguatinga, local de bastante movimento de passageiros e de ônibus, a situação é a mesma. Aproveitando a greve, que teve adesão de 100% da categoria, muitos veículos particulares e até mesmo ônibus piratas circulam e fazem o transporte ilegal. Leitores do Correio relataram que em Sobradinho II, por exemplo, motoristas de transporte pirata estão cobrando R$ 10 de passagem.

Débitos trabalhistas

Das 13 empresas que operam o transporte público do Distrito Federal, apenas duas permanecerão no novo sistema. Todas as outras deixarão de atuar em datas distintas, de acordo com calendário de fabricação dos veículos, em que foram contempladas na licitação. Mas para evitar o risco de assumirem eventuais débitos trabalhistas deixados pelas antigas concessionárias, as companhias exigiram o pagamento dos débitos trabalhistas como condição para a recontratação dos trabalhadores no novo sistema de transporte. É para esse fato que os rodoviários querem chamar a atenção da população por meio do ato de hoje.


Um acordo chegou a ser construído entre o governo, os rodoviários e o Ministério Público do Trabalho para que todas as dívidas fossem pagas previamente pelo governo aos trabalhadores. Dessa forma, as novas empresas não correriam o risco de serem obrigadas, judicialmente, a pagar débitos deixados pelas companhias do antigo sistema. Uma lei chegou a ser aprovada pela Câmara Legislativa para prever o pagamento. “Há mais de um ano viemos construindo esse acordo para evitar mais de 11 mil demissões, mas tudo pode ir por água abaixo porque a Ordem dos Advogados do Brasil no DF (OAB-DF) e o Ministério Público do DF questionam o pagamento antecipado pelo governo. Mas todos esses pagamentos serão cobrados pelo governo posteriormente”, explica o presidente do Sindicato dos Rodoviários, João Osório.

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