segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Sétima fase: Como foi a mega-operação italiana que teria inspirado a 'Lava Jato'?

Especialistas se dividem sobre efeitos da mega-operação no ambiente de negócios na Itália

A sétima fase da Operação Lava Jato da Polícia Federal - que investiga o desvio de recursos da Petrobras para partidos políticos - levou à prisão presidentes de grandes empreiteiras, executivos e o ex-diretor de serviços da estatal, Renato Duque...

Para especialistas ouvidos pela BBC Brasil, como Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura, a escala da operação "e o seu potencial para expor as relações ilícitas entre empresários e políticos no Brasil" faz com que possa vir a se tornar uma espécie de "Operação Mãos Limpas" - a operação levada a cabo nos anos 90 na Itália e que lançou luz sobre a gigantesca rede de corrupção que dominava a vida política e econômica do país.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a Mãos Limpas italiana de fato seria a fonte de inspiração de muitos policiais e procuradores que atuam na Lava Jato. E ao menos o juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações, tem escrito publicamente sobre a operação italiana. Já alguns simpatizantes do PT vêem na comparação uma tentativa de "politizar" o caso.

Mas o que exatamente foi a Mãos Limpas italiana e quais os resultados dessa operação?

Uma das maiores operações anti-corrupção da história europeia, a Mãos Limpas, ou Mani Pulite, ajudou a desmantelar diversos esquemas envolvendo tanto o pagamento de propina por empresas privadas interessadas em garantir contratos com estatais e órgãos públicos quanto o desvio de recursos para o financiamento de campanhas políticas.

Foi essa mega-investigação que levou ao fim da chamada Primeira República Italiana, na qual a agremiação Democracia Cristã (DC) e o Partido Socialista Italiano (PSI) eram as principais forças políticas do país.

A Mãos Limpas teve início em Milão, embora tenha se espalhando para outras cidades italianas.

Seu ponto de partida foi a prisão, em 1992, de Mario Chiesa, ligado ao PSI. Chiesa ocupava a diretoria de uma instituição filantrópica e era acusado de receber propina de uma empresa de limpeza.

Em um primeiro momento, o PSI tentou isolar Chiesa, mas o político logo começou a falar e incriminar colegas.

As acusações cresceram de forma exponencial. Cada político, empresário ou funcionário público detido, implicava dezenas de outros em seus depoimentos.

Os suspeitos recebiam incentivos para colaborar com a Justiça (em um esquema semelhante a delação premiada) e, aparentemente, alguns também acabavam confessando seus crimes por desconhecer o teor do depoimento de colegas.

Entre os que acabaram implicados no escândalo está o líder do PSI e ex-primeiro-ministro Bettino Craxi.

Em 1993, o líder da DC, Giulio Andreotti foi acusado de associação com mafiosos - embora tenha sido inocentado em 1999.

O presidente e um diretor da estatal petrolífera ENI também foram presos em meio a denúncias sobre o financiamento ilícito de partidos com recursos da estatal e o superfaturamento da compra de ações de uma empresa química.

No total, foram investigadas mais de 5 mil pessoas, entre elas, centenas de empresários, funcionários públicos e parlamentares.

Alguns suspeitos chegaram a cometer suicídio, como o presidente da ENI, Gabriele Cagliari, e o multimilionário Raul Gardini, um dos empresários mais admirados da Itália até ser implicado no escândalo.

Cerca de um terço dos acusados foram condenados e a DC e a PSI acabaram deixando de existir após perderem legitimidade e votos.

Como resultado, a correlação de forças políticas na Itália mudou completamente depois da Mãos Limpas.

Os especialistas, porém, divergem com relação aos resultados das investigações no ambiente político e de negócios italiano no médio e longo prazo.

Há estudos que dizem que, após a operação, o valor médio das obras públicas caiu - o que seria um indício de uma queda no superfaturamento.

Outros, porém, apontam para a persistência da corrupção como um problema no atual sistema político italiano.
Fonte: BBC - Foto: Reuters - 16/11/2014 - - 23:58:43

O que é inveja segundo o escritor José Luis Cano.


INVEJA, UM SENTIMENTO QUE SUCUMBE À INFELICIDADE

Inveja, palavra proveniente do latim invidĭa, significa o desejo de obter algo que outra pessoa possui e que você não tem. Representa a tristeza ou o pesar pelo bem alheio.

De acordo com o psicoterapeuta e escritor José Luis Cano, a inveja nada mais é do que “um fenômeno psicológico muito comum que causa um grande sofrimento para muitas pessoas, tanto para os invejosos como para suas vítimas. Ela pode ser explícita e transparente, ou formar parte da psicodinâmica de alguns sintomas neuróticos. Em todos os casos, a inveja é um sentimento de frustração insuportável perante algum bem de outra pessoa, causando o desejo inconsciente de danificá-lo”.

Cano também afirma que um indivíduo invejoso é um ser insatisfeito, seja por imaturidade, repressão, frustração, etc. No geral, essas pessoas sentem, consciente ou inconscientemente, muito rancor contra outros que possuem algo que elas também desejam, mas que não podem obter ou não querem desenvolver (beleza, dinheiro, sexo, sucesso, poder, liberdade, amor, personalidade, experiência, felicidade).

É por isso que o invejoso, ao invés de aceitar suas carências ou perceber seus desejos e capacidades e assim desenvolvê-los, odeia e deseja destruir todas as pessoas que, como um espelho, lembrem-no da sua privação. Em outras palavras, a inveja é a raiva vingadora do impotente que, em vez de lutar por seus anseios, prefere eliminar a concorrência.

A inveja tem inúmeras formas de expressão: críticas, ofensas, dominação, rejeição, difamação, agressões, rivalidade, vinganças.  O psicoterapeuta espanhol José Luis Cano assinala que “na escala individual, a inveja costuma ser parte de muitos transtornos psicológicos e de personalidade; nas relações profissionais e de casal, ela está envolvida em muitos conflitos e rupturas; e na escala social e política, sua influência é imensa”.

Já o catolicismo considera a inveja como um dos sete pecados capitais, uma vez que ela constitui a fonte de outros pecados. O invejoso deseja ter algo que o outro possui, sem se importar em prejudicar a outra pessoa, para obter esse bem. Para o cristianismo, esse sentimento baixo e ignóbil é inaceitável, já que cria uma situação que causa infelicidade e dor para o outro indivíduo.


O poeta italiano Dante Alighieri, na sua obra o Purgatório, o segundo dos três cantos da Divina Comédia, define a inveja como “amor pelos próprios bens pervertido ao desejo de privar a outros dos seus”. O castigo para os invejosos era ter seus olhos fechados e costurados com arame, para que eles não vissem a luz (porque haviam tido prazer em ver os outros sofrerem).

Distritais evangélicos prometem defender os interesses não apenas de fiéis

Dos sete representantes das igrejas eleitos para a Câmara Legislativa, três são pastores e admitem ter os templos como bases eleitorais.

 Matheus Teixeira
Camila Costa
Publicação: 17/11/2014 06:02 Atualização: 16/11/2014 21:39


O número de evangélicos no poder Legislativo em todo o Brasil tem aumentado de forma proporcional ao crescimento da comunidade de fiéis no país. No Distrito Federal, a bancada evangélica também será reforçada na próxima legislatura. Enquanto atualmente quatro deputados distritais têm como base as igrejas que frequentam, em 2015 eles passarão a ter sete representantes, o equivalente a 29% das cadeiras. Além de serem seguidores, três dos eleitos em outubro último são pastores.

O distrital mais bem votado em 6 de outubro, Júlio César (PRB), é evangélico desde 1992. Diz ter se convertido por causa de problemas familiares. Na época, morava em São Paulo e passou a frequentar a Igreja Universal do Reino de Deus da região de Franca. Mudou para Brasília há muito pouco tempo, após conseguir o cargo de secretário de Esportes na administração Agnelo Queiroz (PT), por indicação do partido. Escolheu o templo da 202 Sul para frequentar. Apesar de ter iniciado a trajetória religiosa na Universal, Júlio afirma que não se prende a este segmento e visita com regularidade igrejas de outras correntes. O DF tem aproximadamente 200 igrejas da Universal do Reino de Deus.

Júlio garante, no entanto, que os locais não serviram de palanque para os 29.384 votos recebidos. “Não tenho dúvida de que fazer parte da igreja foi muito positivo porque assim como o esportista se identifica com o candidato do esporte, o evangélico se identifica com você. Contribuiu para meu sucesso nas eleições, mas meu trabalho não foi dentro das igrejas. Foi nas ruas”, argumenta. À frente da Secretaria de Esportes, ficou conhecido por meio de projetos como o Compete Brasília, que, entre outras coisas, financiava as viagens de atletas por todos o país e o mundo.


Já o Bispo Renato, nome que usou na urna e como gosta de ser chamado, será o único parlamentar do PR na Câmara Legislativa do DF. Pastor há 32 anos, evoluiu na hierarquia interna e tornou-se bispo de todas as igrejas Abençoando Nações do Brasil. Essa foi a terceira vez que concorreu e a primeira que conquistou um assento como titular no legislativo. Ele afirma que iniciou a carreira política sem pretensões pessoais. “Em 2006, eu me candidatei apenas para fortalecer a base do Aguinaldo de Jesus, meu colega de igreja, e conseguimos elegê-lo. Na última eleição, fui o 22º mais votado, mas não entrei por causa do quociente eleitoral”, recorda.

Água: 'É preciso conscientizar, reflorestar e economizar', diz especialista

Vários municípios já entraram em situação de emergência por conta da seca no Brasil

Desde que o período brasileiro de chuvas, de outubro a março, foi caracterizado por uma estiagem forte e atípica entre 2013 e 2014, a associação do estado de São Paulo com um cenário de crise hídrica começou a ser cada vez mais frequente. ...

E não é por menos: desde maio deste ano, São Paulo utiliza o volume morto – reserva técnica de água que precisa ser puxada por bombas, abaixo do volume útil – do sistema Cantareira, maior dos sistemas administrados pela Sabesp, utilizado para abastecer 8,1 milhões de clientes da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Porém, a situação é mais grave e menos localizada. De acordo com um levantamento baseado nos decretos reconhecidos pela Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), até o começo do mês mais de 1,2 mil dos cerca de 5,5 mil municípios brasileiros já decretaram situação de emergência por conta da situação de seca.

O Nordeste concentra mais de 70% dos decretos de situação de emergência, mas a situação de seca tem causado fortes problemas também no Sudeste. Em Minas Gerais, já são 171 municípios em situação de emergência devido à estiagem. O estado que mais está sofrendo com a seca é o Piauí, com mais de 200 municípios em situação de emergência.

A última vez que o sistema Cantareira chegou a 100% de sua capacidade foi há 11 anos, em 1999, segundo dados da Sabesp. Nesta semana, com as fortes chuvas na região dos reservatórios, o nível do sistema se manteve estável em 10,8% da capacidade. No dia 22 de outubro, o nível era de 3,2%. Outros sistemas que abastecem São Paulo também sofreram com a estiagem. No Alto Tietê, que também sofre com a grave estiagem, o índice recuou de 7,6% para 7,5%. No Guarapiranga, a queda foi de 35,3% para 35,1%. No Alto Cotia, o nível passou de 29,7% para 29,6% e, no Rio Claro teve queda de 36,2% para 36%. O sistema Rio Grande, se manteve estável em 65,9%.

Chuvas interromperam queda na sistema Cantareira, mas quadro ainda é crítico

Várias medidas já foram avaliadas pelo governo de São Paulo para tentar evitar que a população do estado ficasse sem água. Em uma dessas medidas, o governador paulista Geraldo Alckmin declarou o desejo de buscar água no Paraíba do Sul, com um projeto de R$ 500 milhões que interligaria as represas Jaguari, da bacia do rio Paraíba do Sul, e Atibainha, no sistema Cantareira. O problema da proposta está justamente no fato de o Paraíba do Sul ser a principal fonte de abastecimento do Rio de Janeiro, que também enfrenta problemas de abastecimento em alguns pontos. O Paraíba do Sul é responsável por abastecer cerca de 9,5 milhões de pessoas no Rio.

No Rio, inclusive, o agravamento da questão hídrica vem castigando sobretudo a região do Norte Fluminense, local onde o Rio Paraíba do Sul deságua no mar. Na última quarta-feira (12), o município de São João da Barra decretou situação de emergência, visto que o rio se encontra muito abaixo dos níveis considerados normais – causando salinização da água potável devido ao avanço do mar. O nível mínimo do rio deveria ser 2,80 metros, mas no momento não atinge nem 2,20m. São Fidélis foi o primeiro município do Rio a decretar emergência devido à seca e outros locais, como São Francisco do Itabapoana também passam por situações críticas.

“Floresta e água possuem uma relação muito íntima”

Com base em dados levantados pela Organização das Nações Unidas (ONU), a Fundação S.O.S. Mata Atlântica acredita que a crise de água no sistema Cantareira é apenas a ponta de um iceberg que deverá atingir Rio e Minas, além de São Paulo, caso não sejam feitas mudanças na gestão dos recursos hídricos. Na última segunda-feira (10), a fundação lançou um edital para seleção de áreas prioritárias para a restauração florestal da Mata Atlântica, com propostas diretamente relacionadas com a conservação e proteção dos recursos hídricos do sistema Cantareira. De acordo com Rafael Fernandes, coordenador de restauração florestal da fundação, projetos de recuperação de florestas em área de manancial são fundamentais para reverter situações de crise hídrica. “O reflorestamento é uma das pontas, é preciso que haja também economia de água, uma consciência do uso mais racional dela. Floresta e água têm uma relação muito íntima e esse projeto seleciona um número de municípios que de fato influenciam no sistema Cantareira”, explica.

Aumento da urbanização agravou os problemas hídricos

Os projetos do edital irão beneficiar até 12 municípios de São Paulo e Minas Gerais. A ideia é conseguir recuperar até 400 hectares de mata, conservando, portanto, 4 milhões de litros de água por ano na área de abrangência da Cantareira. O conjunto de bacias convive há 30 anos0 com quase 80% de desmatamento de sua cobertura florestal nativa e possuindo atualmente apenas 48,8 mil hectares de remanescentes, ou 21,5% de sua área de Mata Atlântica original. Através do programa Clickarvore, que apoia iniciativas e projetos de restauração florestal, até R$ 2 milhões serão investidos em propostas enviadas até o dia 15 de janeiro por pessoas físicas ou jurídicas, associações, OSCIPs ou ONGs ambientalistas ou por proprietários de terras. Até 1 milhão de mudas de espécies florestais nativas da Mata Atlântica deverão ser doadas.

Rafael Fernandes lembra que iniciativas de reflorestamento atingem ainda questões ambientais como a conectividade de fragmentos de mata espalhados e o salvamento de corredores de biodiversidade. “Tivemos uma seca muito atípica e a gente viu que faltou muito planejamento. Tratamos a maioria dos nossos rios como esgotos a céu aberto. Lançamos uma carga enorme de poluentes em rios que podiam ser fontes de abastecimento. Com todos os holofotes voltados para essa causa, é uma oportunidade de pelo menos fazer as pessoas”, acredita.

É importante ressaltar que a crise hídrica, principalmente em sua manifestação na cidade de São Paulo, não é fruto apenas de aspectos climáticos. Inúmeros outros fatores contribuíram para a atual situação. O aumento populacional cresce no Brasil em uma taxa de 0,9% ao ano – enquanto que São Paulo cresceu em uma média de 1,1% na última década. A urbanização galopante dos grandes centros também aumentou consideravelmente a poluição de rios ao mesmo tempo em que dificultou o acesso à água potável. Com crescimento urbano, aumenta ainda o desmatamento, a impermeabilização do solo e a sobrecarga do sistema de abastecimento e coleta – e todos esses fatores influem no quadro hídrico.

Aliança pela água

A busca por soluções que resolvam a crise hídrica a longo e curto prazo acaba sendo acelerada em situações complicadas como a atual. No fim do último mês, foi lançada na capital paulista, uma associação formada por mais de 20 organizações não governamentais que trabalham na defesa do meio ambiente. O objetivo do projeto chamado Aliança pela Água é trazer sugestões que ajudem a solucionar a falta de água em São Paulo. A iniciativa teve início em um mapeamento feito junto a 281 especialistas, que enumeram propostas e chegaram a 20 ações principais, de curto e longo prazo. O levantamento reuniu 368 organizações, contextualizando cerca de 60 municípios atingidos pela crise.

Em relação às iniciativas de curto prazo, a Aliança pela Água sugere a instalação de um comitê de gestão de crise e de salas de situação de crise, pelo governo estadual, com ampla participação das prefeituras e da sociedade. A transparência na gestão, ampliação da divulgação de informações públicas, a promoção de campanhas que garantam acesso da população aos horários e dias com risco de falta de água também foram medidas consideradas importantes.

'Em vez de usar e descartar a água, é preciso reutilizar', diz especialista

O especialista em água Samuel Barreto, coordenador de ações da organização internacional The Nature Conservancy (TNC) com água e responsável pelo Movimento Água para São Paulo, acredita que a Aliança pela Água significa a existência de um processo de co-responsabilidade e participação de uma sociedade que está realmente preocupada com a situação hídrica. “Essa aliança tem essa prerrogativa de gerar uma sinergia e uma pressão social sobre decisões que devem ser tomadas a curto e médio prazo. Essa coalizão de mais de 20 organizações da sociedade civil vêm contribuir para uma plataforma de segurança hídrica, incentivando ações existentes e fazendo com que novas medidas sejam lançadas sem esperar só ações do governo”, explica.

Samuel acredita que é preciso voltar as atenções para medidas como a recuperação dos mananciais. Mais de 80% da cobertura verde foi perdida com o tempo e isso, segundo o especialista, tem impacto direto tanto na qualidade quanto na quantidade da água que chegam às torneiras. “É preciso rever o modelo atual, recuperar áreas de mananciais, aplicar mecanismos melhores de gestão de oferta de forma a reduzir as perdas de forma mais robusta. A média brasileira é que se perda 40% de tudo o que produzimos. Em vez de usar e descartar a água, é preciso reutilizar. A gente tem em média 60 metros cúbicos por segundo de esgoto sendo gerados e essa água poderia ser reaproveitada para diversas finalidades”, indica.

A especialista em gestão de recursos hídricos, sustentabilidade e meio ambiente Marussia Whately, do Instituto socioambiental (Isa), que assim como o TNC também integra o grupo de entidades da Aliança Pela Água, explica ainda que hoje são três as principais fontes de degradação da água: os esgotos urbanos, o desmatamento em várias áreas e o uso indiscriminado de agrotóxicos e fertilizantes. “Esses três fatores trazem alto impacto de degradação dos recursos hídricos e não vêm sendo tratados de uma forma integrada. Uma parte do território passa por uma estiagem severa e a gente não tem visto respostas à altura: apesar da existência de menos chuva não foram tomadas medidas para controlar a água retida nos mananciais. Já era algo anunciado, a Agência Nacional de Águas já apontava que em 2015 mais da metade das cidades brasileiras poderiam ter problemas de abastecimento por conta de infraestrutura”, lembra.

Marussia Whately diz ainda que, nesse momento, é necessário pensar em ações emergenciais para garantir o acesso à água visto que, segundo a especialista, as perspectivas de chuva não estão sendo animadoras. “De forma imediata, não apenas em São Paulo, é preciso garantir transparência para lidar com a crise. É preciso criar comitês de gestão de crise envolvendo o governo, a sociedade, o segmento agrícola e o industrial. É preciso trabalhar de forma integrada e fornecer informações para as pessoas acerca da real dimensão da situação. A Cadesp vem fazendo há seis meses uma campanha de bônus na conta de água para quem economizar e mesmo assim 25% dos contribuintes aumentaram o consumo. É preciso outra forma de comunicar e de chegar a esses consumidores”, afirma.

Na busca por água doce, muitos países esbarraram na técnica de dessalinização. No Brasil, o sistema já é usado em nove estados, desde o sertão do Ceará até Fernando de Noronha, que ainda depende fundamentalmente da chuva para o abastecimento visto que 40% da água consumida na ilha vêm de açude e de poços. Marussia acredita que, em momentos de crise, soluções que envolvem investimentos caríssimos começam a ser apresentadas. “Dessalinização, fora alguns lugares, é uma medida muito extrema quando se olha para o potencial hídrico que o Brasil tem. O que precisamos aprender é a cuidar melhor da água e recuperar nossas florestas, antes de começarmos a avançar em questões dessa escala”, acredita.

Samuel Barreto também acredita que o contexto do Brasil pede outro tipo de ações prioritárias. Para o especialista, é fundamental sempre considerar novas tecnologias, mas que ações como a dessalinização podem nem ser viáveis em determinadas situações. “Em São Paulo não é viável, por conta da questão do nível do mar, por exemplo. Talvez seja algo que poderia ser feito no Rio, mas, mesmo sendo viável, muita coisa pode ser feita antes. Seja resolver o problema do uso ineficiente, resolver o desgaste dos mananciais. Temos muita lição de casa para fazer antes disso”, conta.

*Do programa de estágio do JB
Fonte: Jornal do Brasil - RAFAEL GONZAGA* - 16/11/2014 - - 23:02:09

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Para petistas: PT precisa se reinventar para os próximos quatro anos no poder

Senador Humberto Costa critica fisiologismo


Caminhando para um ciclo de 16 anos à frente do governo federal, o PT tem como desafio se reinventar caso queira permanecer no poder ainda mais tempo, afirmam integrantes do próprio partido. A presidente Dilma Rousseff foi reeleita por uma margem apertada de votos, em uma disputa marcada por um forte sentimento antipetista. A avaliação de integrantes da legenda é que o partido pagou um preço alto por escândalos de corrupção como o mensalão e o suposto desvio de dinheiro na Petrobras...

Líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE) defende que tanto o partido quanto o governo federal revejam suas práticas. Para ele, parte do PT faz hoje uma política tradicional, baseada no fisiologismo, que se choca com suas bandeiras de fundação. Costa também defende que o Palácio do Planalto amplie sua interlocução com a sociedade e com os governadores para não ficar refém do Congresso.

— O PT surgiu como contraponto a essa prática política tradicional, e boa parte do PT pratica hoje essa política tradicional. Se o PT conseguir se reinventar, temos mais tempo de perspectiva de poder — afirmou Costa.

Questionado sobre o que chama de “política tradicional”, ele respondeu:

— Fisiologismo, a questão de só trabalhar a disputa eleitoral sentado na máquina do governo, a nomeação de cargos, o peso do dinheiro na eleição. O número de parlamentares nossos que têm perfil de voto de opinião reduziu consideravelmente. A população deu um recado claro de que não aceita, que compreende até certo ponto, mas não aceita esse toma-lá-da-cá como é hoje.

Principal liderança petista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve mergulhar na reorganização do partido. Ele tem mostrado preocupação com a formação de novos quadros. A primeira tarefa, no entanto, deve ser um diagnóstico dos erros cometidos em São Paulo, onde o candidato ao governo, Alexandre Padilha, patinou na disputa e Dilma foi derrotada por Aécio Neves (PSDB) por quase 30 pontos percentuais.

Além da renovação, outra preocupação é não deixar o PT virar um partido cartorial. Integrantes do PT dizem que o partido tem hoje 1,7 milhão de filiados, mas não tem 1,7 milhão de militantes. Segundo eles, não há sentido em crescer por crescer, e resumem a questão afirmando que não querem virar um PMDB, a sigla com maior número de filiados do país mas sem uma vida partidária orgânica.

Jorge Viana fala sobre falta de diálogo 

Para o senador Jorge Viana (PT-AC), cujo grupo político foi reconduzido ao governo do Acre e somará 20 anos no comando do estado, o PT está com “déficit de boa política” e tem praticado um “ativismo eleitoral”.

— O PT sempre teve fama de ser bom na política, e o desafio era ser bom de governo. Agora estamos com déficit de boa política. O partido não encontrou forma de dialogar com a juventude, e há um descolamento no diálogo com a sociedade. Vivemos em um ativismo eleitoral.

O futuro do PT está intrinsecamente ligado ao sucesso do segundo mandato de Dilma. Petistas consideram o ministério da presidente fraco e defendem que ela escale nomes de peso agora.

— A sociedade lê o PT pelo que o governo faz. Não é o PT se meter, mas o governo tem que nos ouvir e ouvir os parceiros —afirmou um petista.

Nessa eleição, a sigla viu sua bancada na Câmara diminuir. Em 2010, o PT elegeu 86 deputados. Atualmente está com 88. No ano que vem, serão 70. Mesmo assim, o partido manteve-se como a maior bancada da Câmara.

‘VÍTIMAS DA CRIMINALIZAÇÃO’

Já no Senado, a avaliação no partido é que o desempenho poderia ter sido melhor. O PT só elegeu dois senadores: Fátima Bezerra (RN) e Paulo Rocha (PA). Nomes considerados competitivos como Eduardo Suplicy (SP), João Coser (ES) e Olívio Dutra (RS) ficaram de fora. Atualmente o partido tem 13 senadores, e esse número deve chegar a 14 no ano que vem. Marta Suplicy (SP) deve deixar o Ministério da Cultura e reassumir seu mandato. 

Para o deputado estadual Raul Pont (PT-RS), integrante do diretório nacional, o desempenho eleitoral do PT foi prejudicado pela “criminalização” da legenda. No Rio Grande do Sul, o governador Tarso Genro (PT) não conseguiu se reeleger.

— Fomos vítimas da criminalização que o PT sofreu no país. Colocaram-nos um carimbo de corruptos, o que não aceitamos — disse Pont.

Lideranças do PT se preocupam com a burocratização após 12 anos de governo federal:

— Para um partido de esquerda, é fundamental formular propostas para entusiasmar as pessoas, criar novas agendas, manter uma vida partidária autônoma, sem abrir mão da defesa do governo — disse uma liderança petista.
Fonte: O Globo. Por FERNANDA KRAKOVICS. Foto: Ailton de Freitas / Ailton de Freitas/5-8-2014 - 03/11/2014 - - 08:46:56

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Abusos sexuais aumentaram no Distrito Federal durante a Copa do Mundo

Foram registradas 66 ocorrências entre 12 de junho e 13 de julho, 20 a mais do que no mesmo período de 2013
Publicação: 05/08/2014 06:52 Atualização: 05/08/2014 07:10
As campanhas de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes não foram suficientes para coibir os casos durante a Copa do Mundo . A Secretaria Nacional dos Direitos Humanos (SNDH) registrou 66 ocorrências entre 12 de junho e 13 de julho no Distrito Federal, 20 a mais do que o mesmo período de 2013 — o crescimento é de 43,2%. A tendência se repetiu nacionalmente. Segundo dados da SNDH, passaram de 1.982 para 2.465, um aumento de 24,36%. O titular da Promotoria da Infância e da Juventude, Renato Varalda, considera o índice alto, mesmo em um período com grande movimentação de turistas.

Para o promotor, há uma “falha no sistema”, tanto na prevenção quanto na repressão. Varalda ressaltou que colegas de todo o país demonstraram surpresa com o aumento durante o 1º Congresso Nacional dos Membros do Ministério Público da Infância e da Juventude, realizado em Brasília no último fim de semana. Segundo ele, o governo, a polícia e a sociedade não estavam preparados para o aumento do turismo na região. “Aumentou a quantidade de turistas, aumentaram os atos infracionais. Algo falhou. A população não denunciou, não houve repressão imediata. É algo que deve ser aperfeiçoado”, afirmou.


A “rede” que o promotor cita é uma ação integrada entre a sociedade civil, a polícia, a Justiça, o Ministério Público local, os conselhos tutelares, as escolas e o governo. Seria necessário, na visão do promotor, alertar pais e professores, por exemplo, sobre os sinais da criança ou do adolescente que sofreu abuso e aparelhar a segurança pública para punir os agressores. “Se algum ente da rede falha, ou se falta um aperfeiçoamento, vai ter aumento da delação do direito da criança. É preciso estruturar as próprias delegacias para que possamos aumentar a quantidade de investigadores e, consequentemente, de pessoas levadas à Justiça pelos crimes. A Justiça também tem de ser mais rigorosa”, alertou.
Fonte: http://www.jornaltribunadoentorno.com.br/

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Arruda garante mais crédito para taxistas

Categoria pede melhora nas condições de financiamento e mais fiscalização contra transporte pirata
Durante visita ao terminal de táxi do Aeroporto Juscelino Kubitscheck, na manhã desta quarta-feira, 23, o candidato ao Governo do Distrito Federal, José Roberto Arruda, ouviu pedidos de ampliação do Cred Táxi BRB, linha de crédito específica para a aquisição de novos veículos para rodarem na praça.
“Eu (eleito) governador, vocês podem contar que o adesivo do BRB está na mão de vocês. O Cred Táxi vai voltar e com um valor decente, bem diferente deste valor defasado que vocês tem”, respondeu, ganhando aplausos e sorrisos dos taxistas.
A categoria se mostrou preocupada também com a regulamentação da lei 5.323/2014, aprovada pela Câmara Legislativa e publicada no Diário Oficial do DF em 18 de março passado. Ela permite a transferência a terceiros e também o legado da autorização aos herdeiros do taxista. Mas está pendente de regularização.
“’É o mesmo problema sempre, a lerdeza da atual gestão em resolver os problemas concretos da população, nesse caso, dos taxistas. Mas nós vamos vencer a eleição e retomar aquela eficiência, aquela agilidade do nosso governo para melhorar a vida do povo”, disse Arruda.
O candidato defendeu ainda “não permitir que que ninguém tenha mais de uma autorização” e prometeu reforçar a fiscalização com a PM e com o DFtrans para combater os carros piratas, principalmente no aeroporto, rodoviárias, setores hoteleiros e pontos turísticos. Do aeroporto, Arruda partiu para caminhadas na Nova Rodoviária Interestadual e no Guará.
Fonte Jornal Tribuna do Entorno

terça-feira, 15 de julho de 2014

Administrador do Varjão, Senhor Francisco de Sá Freitas o (Chicão) estaria contrariando a lei.


administrador Chicão.
Nesta terça feira 15/07 recebemos algumas informações por parte dos moradores da cidade, que a Administração do Varjão não estava protocolando documentos sem a autorização do chefe maior desta cidade, o Senhor Francisco de Sá Freitas o (Chicão)  ao conferir as informações, fomos protocolar um requerimento de cópias de um processo administrativo juntamente com pedido de copias de documento públicos e fomos recebido pela a atendente do protocolo A senhora Cicera de matrícula 16625188, que nos deu a seguinte informação: "Não posso protocolar antes de falar com meu superior, se posso ou não receber o documento". Questionamos o procedimento, a mesma responde que: "agora é assim estou apenas cumprindo ordens". Depois de longa espera, Cícera volta dizendo que o administrador disse que iria receber. Segundo a atendente  pediu desculpa pela a situação, relatou ainda que vem sofrendo com varias reclamação da população com esta ordem do senhor Administrador.
Informamos ao senhor  Chicão, que todo cidadão tem o chamado direito de petição, que é o direito de fazer pedidos ou denúncias por escrito a qualquer repartição pública. E toda repartição pública tem o dever de receber a petição de quem quer se seja para melhor se atualizar gostaria que vossa excelência desse uma lida no que está escrito no artigo 5º, XXXIII e XXXIV da Constituição Federal que diz:
“XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal”;

Senhor administrador respeito o povo.

Redação.


quinta-feira, 10 de julho de 2014

Taguatinga lidera casos de agressões a mulheres, com 3,5 mil processos

É cada vez maior a quantidade de processos abertos contra homens acusados de humilhar, espancar e até matar as companheiras

Publicação: 10/07/2014 06:05 Atualização: 10/07/2014 06:56
Sete anos de namoro, dois de casamento, um bebê de oito meses e muitas agressões. Esse foi o saldo do relacionamento que acabou em ocorrência, ação na Justiça e muita tristeza para a professora Fátima*, de 32 anos. “Por muito tempo, aguentei calada porque acreditei que ele poderia mudar. Depois que a minha filha nasceu e ele continuou me batendo, decidi dar um basta”, conta. O caso dela é um dos 3,5 mil em tramitação no Juizado de Violência Doméstica de Taguatinga, que, hoje, ocupa o primeiro lugar no DF em número de processos dessa natureza — no total, são 8.167.

A demanda crescente obrigou o titular do juizado a organizar um mutirão para atender com mais agilidade as vítimas. “As mulheres têm sentido a presença do Estado e, por isso, buscam mais o direito a uma vida livre de violência. Quando ela vai à delegacia e ao judiciário é bem atendida, percebe que não está sozinha nesse enfrentamento”, afirma Taciano Vogado, que assumiu o juizado em abril de 2012.

Dividido em duas fases, o esforço concentrado vai promover cerca de mil audiências — de instrução e julgamento de ações penais e de requerimento de medidas protetivas. A primeira etapa seguiu até 27 de junho, e a segunda está marcada para julho. A iniciativa recebeu apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no DF, que, por meio da Comissão da Mulher Advogada, reuniu 23 profissionais para trabalharem de forma voluntária no mutirão. “As brasilienses estão apanhando e morrendo, não há mais tempo a esperar”, diz a advogada Lúcia Bessa, uma das organizadoras.


A professora Fátima demorou para denunciar a violência, mas tem certeza de que não estaria viva se permanecesse ao lado do ex-marido. Em dezembro do ano passado, saiu de casa em uma madrugada chuvosa e procurou a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). Com as costas marcadas pela pancada dada pelo então companheiro com uma tábua de passar roupa, chegou à polícia com a filha recém-nascida nos braços. “Todos foram muito prestativos, senti-me acolhida e tive a certeza de que não queria mais aquele homem ao meu lado”, lembra.
Fonte: Correio Web

DF: 54% da frota não está com o licenciamento em dia

Mais da metade dos veículos do Distrito Federal não estão com o licenciamento em dia. Segundo dados do Detran, dos 1.525.935 automóveis, 825.050, ou 54%, ainda não obtiveram o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) de 2014.

O Detran informou ontem que irá passar a exigir o CRLV de 2014 nas ruas a partir do dia 1º de outubro. Para obter o licenciamento, o motorista precisa pagar a taxa relativa ao certificado, estar em dia com o IPVA e o DPVAT, além de não ter nenhuma multa atrasada...

Os proprietários de veículos que ainda têm débitos podem imprimir o boleto no site do Detran e efetuar o pagamento em qualquer casa lotérica.

O motorista que for flagrado circulando com o veículo sem licenciamento estará sujeito a multa de R$191,54, sete pontos na CNH e remoção do veículo.
Fonte: Jornal Destak - 10/07/2014 - - 07:14:57

terça-feira, 8 de julho de 2014

PM que agrediu manifestante 'porque quis' registra candidatura a distrital

O PP encaminhou a lista, contendo o nome de Capitão Bruno, para o registro de candidaturas na Justiça Eleitoral
Arthur Paganini
Publicação: 08/07/2014 06:00 Atualização:
O capitão da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Alexandre Bruno da Rocha, conhecido nacionalmente no ano passado por ter justificado o uso de spray de pimenta contra manifestantes durante as comemorações do 7 de Setembro com a frase “Porque eu quis”, filiou-se ao Partido Progressista (PP) para concorrer a uma vaga na Câmara Legislativa (CLDF). O nome dele consta da lista encaminhada pela legenda para o registro de candidaturas na Justiça Eleitoral. Ele vai tentar sua primeira eleição com outros 60 candidatos a deputado distrital na coligação proporcional Respeito por Brasília, que reúne PP e PT para a corrida à CLDF.
Blindado pela Secretaria de Segurança Pública durante o caso do ano passado, agora Bruno será visto mais vezes nas ruas e nos programas políticos obrigatórios. Se realmente quiser ser eleito, terá que aproveitar os momentos de aparição, uma vez que deverá disputar eleitorado no segmento da segurança pública com, pelo menos, quatro candidatos da própria chapa que têm ligação com forças policiais — como o delegado aposentado Dr. Michel (PP) e o agente de polícia licenciado Cláudio Abrantes (PT), além do Major Márcio Gomes (PP) e do Sargento Leal (PP).


Após o episódio em que foi filmado ordenando o uso de spray de pimenta contra manifestantes, Bruno foi alvo de hackers, que divulgaram, na rede de computadores, os dados pessoais e bancários do militar. O inquérito que apurou a conduta do militar foi arquivado a pedido do Ministério Público do DF (MPDFT).

Fonte: Correio Web.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

DF: Candidatos começam busca por votos

Chapas fechadas no sábado, campanha eleitoral no domingo. Agnelo Queiroz, José Roberto Arruda, Rodrigo Rollemberg e Toninho do Psol foram a Ceilândia. Luiz Pitiman, por sua vez, preferiu percorrer ruas de Planaltina.

No primeiro dia de campanha eleitoral autorizada, após as incrições das chapas, os candidatos ao Governo do Distrito Federal (GDF) não perderam tempo. Acordaram cedo, organizaram os grupos de apoio, as comitivas e foram às ruas pedir voto. Cada um à sua maneira. A pé, em carro de som, com bandeiras e fogos de artíficio e apertos de mão.

Dos cinco registrados no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), quatro deles — o atual governador do DF, Agnelo Queiroz (PT), José Roberto Arruda (PR), o senador Rodrigo Rollemberg (PSB) e Antônio Carlos de Andrade (PSol), o Toninho do PSol — começaram por Ceilândia, cidade mais populosa da capital. O único a escolher um local diferente foi o deputado federal Luiz Pitiman (PSDB), que fez carreata em Planaltina, onde detém grande parte do eleitorado.

Nos primeiros discursos, uma prévia de como será a campanha de cada um nos próximos meses. Toninho e Pitiman, por exemplo, falaram muito sobre mudanças. Já Rollemberg e Arruda preferiram atacar as ações da atual gestão. E o atual governador apostou na lembrança de ter começado em Ceilândia a campanha de quatro anos atrás.

O ritmo intenso de caminhadas, almoços, reuniões e visitas às cidades só terá fim em 4 de outubro, quando encerra o prazo de campanha no primeiro turno das eleições. A população vai às urnas no dia seguinte, 5 de outubro...

(Camila Costa, Rebeca Oliveira, Rodolfo Costa, Nathália Cardim, Naira Trindade e Ana Pompeu)


Selfies com militantes

Eram 7h20 da manhã quando Agnelo Queiroz (PT) desembarcou em Ceilância com a comitiva dele, na Feira do Produtor. Acompanhado do vice-governador, Tadeu Filippelli (PMDB); da primeira-dama, Ilza Queiroz; e do distrital Chico Vigilante (PT), o governador foi recebido por correligionários e tomou café da manhã com eles. Agnelo passeou por boxes e cumprimentou alguns feirantes. Por várias vezes, parou a caminhada para fazer selfies com militantes. “Ceilândia é um lugar muito importante para mim. Esse é o lugar onde tudo começou há quatro anos. Foi aqui meu primeiro comício na eleição passada. Espero que a cidade me dê a mesma sorte este ano”, comentou. Cerca de 100 pessoas se deslocaram até o local. Empolgado, Agnelo afirmou que começar a campanha “com tanto gás” é algo indispensável à permanência no Buriti. Acrescentou ainda que não pretende pautar a campanha por agressões a seus adversários. O foco será ressaltar os benefícios da gestão do PT à população de Brasília.


Recepção bem avaliada

Sem bandeiras ou militantes vestidos a caráter, José Roberto Arruda (PR) começou a campanha determinado a se reaproximar da população. Visitou a Feira Central de Ceilândia, onde parou em cada uma das bancas. Tirou fotos e apertou a mão dos feirantes. Segundo ele, a recepção nas ruas tem sido “a melhor possível”. “Nos bastidores, ainda está difícil porque meu adversário joga baixo, no subterrâneo, com agressões, mas quem passou pelo o que eu passei não tem medo”, afirmou. Depois de Ceilândia, local em que ficou por cerca de duas horas e meia, ele seguiu para a Feira do Gama. O vice-governador na chapa, o ex-deputado federal Jofran Frejat (PR), encontrou-se com Arruda no local. Apesar de ter sido bem recebido nas cidades, Arruda foi alvo de críticas e acusações por ter sido preso e cassado em 2010. “O que eu quero agora é o julgamento da população, e a comparação entre os três anos que estivemos no governo, com a destruição deste governo. Essa será a agenda desta campanha”, afirmou.


No carro de som

Centenas de carros, caminhões e ônibus com bandeiras do PSDB acompanharam o percurso feito por Luiz Pitiman, ontem, em Planaltina. A carreata saiu do Restaurante Comunitário da cidade e passou por vários bairros. Ao longo do caminho, Pitiman, que seguia em um carro de som aberto, discursou sobre a campanha, parou para cumprimentar a população e tirar fotos. O candidato fez questão de detalhar quais serão suas frentes de atuação para vencer os adversários na corrida ao Palácio ao Buriti. “Vamos debater gestão pública de qualidade, de eficiência e de meritocracia. Precisamos reconhecer o funcionário público, mas, acima de tudo, ter bom serviço para a população. Além disso, queremos também geração de emprego para o jovem, cuidados ao idoso e atenção com a cidade, que está largada”, disse. O candidato a vice-governador na coligação, Adão Cândido (PPS), e a candidata ao senado, Sandra Quezado (PSDB), entre outros postulantes, também acompanharam a campanha.


Ao lado de presidenciáveis

Ruas abarrotadas de lixo, com buracos, e esgoto a céu aberto no Sol Nascente, em Ceilândia, serviram de cenário ideal para o candidato do PSB ao Governo do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, atacar o atual governo já no primeiro dia de campanha eleitoral. “O Sol Nascente reflete de forma radical o apagão de gestão que nós estamos tendo no Distrito Federal. É impressionante que um governo sequer consiga retirar o lixo das ruas. O que nós vimos aqui é uma comunidade completamente abandonada. A cidade não tem rede de coleta de esgotos, não tem coleta regular de lixo”, criticou. Acompanhado por cabos eleitorais, Rollemberg caminhou ao lado do vice, Renato Santana, e dos presidenciáveis Eduardo Campos e Marina Silva por uma hora na avenida central do Sol Nascente. Rollemberg afirmou que uma das prioridades será construir creches no DF, porque, segundo ele, atualmente elas só existem na propaganda. Candidato à vaga do Senado, o deputado Antônio Reguffe (PDT) também participou.


De microfone em punho

O candidato do PSol, Antônio Carlos de Andrade, também abriu a campanha em Ceilândia. Militantes do PSol, PSTU e PCB começaram a chegar ao local escolhido, a Feira Central da cidade, a partir das 9h. Por volta das 10h30, Toninho assumiu o microfone da rádio da feira e se apresentou como o candidato da mudança. “Nós resolvemos lançar a campanha aqui porque é a maior cidade do DF e sabemos que existem aqui muitas pessoas que querem mudança. Temos que ter cuidado na hora de votar. A Frente de Esquerda está aqui para denunciar este governo medíocre que está aí. Queremos o seu voto de confiança”, afirmou Toninho. Ele disse que combaterá a corrupção e fará com que as pessoas participem efetivamente do governo, inclusive, na fiscalização. Toninho conversou com feirantes e moradores e andou pelo local. “Depois da campanha de 2010, fiquei fora dos meios de comunicação. Mas vamos retomar com programa de tevê, campanha, debates. Nesta disputa, já não sou um completo desconhecido.”

Fonte: Correio Braziliense - 07/07/2014 - - 10:34:18