terça-feira, 26 de março de 2013

"Há 12 brasileiros sequestrados"!

... A situação resta ainda mais problemática quando se constata que, tendo aparecido um culpado, a Justiça boliviana se nega a libertar os brasileiros, mantendo-os em cárcere até que o indivíduo se apresente! Ora, o que é isso senão um sequestro?...


O país deve exigir a imediata devolução dos torcedores corintianos inocentes. Eles não podem ser usados como estandartes do rigor boliviano.

Durante um jogo de futebol na Bolívia, alguém disparou um sinalizador e um jovem morreu. A comoção foi imediata e proporcional à situação. O desenrolar da história, entretanto, fugiu a todos os padrões, pois, por um sinalizador lançado, 12 cidadãos brasileiros foram e continuam presos, não se sabe em que condições. ...

A lição mais óbvia é a de que se deve abolir o uso dos fatídicos sinalizadores. Acontecimentos recentes provam que eles só causam problemas. Revistar o público antes dos jogos de futebol também constitui necessidade básica, valendo ficar atento para a Copa que se aproxima.

Há, ainda, as consequências desportivas como a da punição do time e, por conseguinte, da torcida.

Várias foram as manifestações na imprensa, todas em torno dos males causados pelas torcidas organizadas e do cabimento, ou não, das sanções aplicadas a todos os torcedores em virtude do ato de um.

Estranhamente, até agora, ninguém perguntou como pode o ato de uma única pessoa levar 12 a prisão! E, pior, não parece fazer diferença o fato de nenhum dos 12 presos ter sido o autor do disparo do sinalizador.

A situação resta ainda mais problemática quando se constata que, tendo aparecido um culpado, a Justiça boliviana se nega a libertar os brasileiros, mantendo-os em cárcere até que o indivíduo se apresente! Ora, o que é isso senão um sequestro?

Mesmo que o verdadeiro autor do disparo do sinalizador tivesse sido detido, por se tratar de uma conduta culposa (o sinalizador foi lançado sem qualquer intenção de matar alguém), a prisão provisória poderia ser contestada.

É certo que competiria às autoridades brasileiras zelar para que o preso fosse mantido separado dos demais encarcerados, até para a preservação de sua integridade física, dada a repercussão do caso e a hostilidade que costuma haver relativamente aos estrangeiros.

No entanto, diante da prisão de pessoas inocentes, o país deve exigir a imediata devolução de seus cidadãos, que não podem continuar sendo usados como estandartes do rigor boliviano.

É como se, por estar no lugar errado, na hora errada, toda arbitrariedade findasse legitimada. Poder-se-ia alegar que os detidos também estavam portando sinalizadores, o que, aliás, não restou evidenciado. Mas mesmo que isso fosse verdade, por acaso, quando alguém é atropelado, o motorista que passa ao lado pode ser responsabilizado, porque, afinal, também estava dirigindo? Não tem o menor sentido!

Nem sequer em casos de crimes dolosos, quando, por exemplo, um sujeito dá um tiro na cabeça de outro, querendo matá-lo, os amigos do atirador podem ser punidos.
O que está acontecendo na Bolívia contraria, flagrantemente, os fatos e a lógica jurídica de qualquer sociedade minimamente democrática.

Lançar o sinalizador foi uma idiotice. A morte do rapaz pode, sim, ser considerada um homicídio; entretanto, trata-se de homicídio culposo (sem intenção) e é impossível admitir que 12 pessoas sejam infundadamente mantidas presas como reféns.

O Itamaraty tem que fazer alguma coisa, não só no âmbito jurídico, mas também no político!

Por Janaina Conceição Paschoal - É advogada criminalista, professora livre-docente de direito penal na Universidade de São Paulo, USP
Fonte: Brickmann & Associados Comunicação - 26/03/2013

Eleições GDF 2014 : O Jogo está apenas começando


A exatidão da matemática não tem conseguido uma boa morada nas análises políticas que focam as eleições do Distrito Federal para 2014. É fato que a disputa eleitoral já começou e já se avista a plumagem dos cocares dos principais caciques políticos locais. Entretanto, os apressados pintores de cenários futuros, ao buscarem nos números a mistura de tintas ideal para os seus quadros, tropeçam no cavalete da razão.

No contexto local não há como não reconhecer que Agnelo Queiroz, Magela, Roriz, Arruda, Cristovam, Reguffe, Rolemberg, Toninho, Fraga, Izalci, Pitiman e Eliana Pedrosa já se movimentam em direção a disputa majoritária, o que de pronto inviabiliza a construção de um modelo matemático capaz de amparar a antecipação de vitória de quem quer que seja. O percentual de votos obtidos nas últimas eleições não pode ser parâmetro suficiente para determinar quem pode ou não pode vencer o pleito, levada em consideração a devastação do cenário político do Distrito Federal. Tudo deve ser entendido somente como “recall”. A partir daí, é razoável prever, apenas, que tudo ainda pode acontecer.

Improvável mesmo só a tese de que Agnelo poderia ser reeleito por W.O., ou seja, pela ausência de concorrentes. Em que pese à força da “caneta” de governador, o robusto leque de partidos que o apoiaram na sua eleição já não conta com a potência de partidos importantes, tanto no cenário local quanto nacional, como no caso do PSB, que certamente construirá candidatura própria respaldado nas pretensões presidenciais do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Ademais, recentes pesquisas de opinião apontam Agnelo com apenas 11% (onze por cento) de intenções de voto, contra o percentual acima de 20% (vinte por cento) atingido por pelo menos dois de seus adversários. Portanto, não há por que se falar em W.O, a não ser que o atual governador se ausente da disputa.

Outro aspecto que esmaece as cores da pintura de uma nova faixa de governador nos ombros de Agnelo é a sempre difícil articulação dentro de seu próprio partido, PT, que diante dos altíssimos índices de desaprovação de seu governo, tem bradado fortemente a tese de ampliação do debate interno para a escolha de quem poderá encabeçar a chapa petista.

Enganam-se aqueles que não acreditam na formação de uma coalizão de forças da oposição. Sem dúvida que o acontecimento dessa união, necessariamente passará por um exaustivo processo de negociação, no entanto, o pragmatismo que falta no seio petista, sobra nos principais nomes que fazem a atual oposição, não obstante a vaidade pessoal de cada um deles.

Certo mesmo é que o eleitorado do DF amadureceu pelo sofrimento. Portanto, não adianta escolher o placar no começo da partida. O jogo está apenas começando.

Por João Zisman
Da Redação

Operação desmantela quadrilha de fraudes no setor atacadista de cereais

Ação busca suspeitos de sonegar o ICMS usando empresas de fachada e produtores laranjas. Crime causa prejuízo de mais de R$ 13 milhões aos cofres públicos


Cerca de 100 policiais cumprem nove mandados de prisão e 14 de buscas e apreensões na manhã desta terça-feira (26/3), em diversos endereços do Distrito Federal. A Operação Cronos — nome do Deus da agricultura na mitologia Grega — tem como objetivo desmantelar uma quadrilha especializada em fraudes no setor atacadista de cereais. Durante seis meses, os acusados teriam sonegado o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). De acordo com os investigadores da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco), o prejuízo é de mais de R$ 13 milhões.  ...

A Cronos é uma ação conjunta entre os policiais civis e a Gerência de Inteligência Fiscal (GIF) da Secretaria de Fazenda do DF. As apurações da Deco dão conta de que alguns dos envolvidos adquiriam, junto à Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater), títulos de produtores rurais. Com isso, conseguiam emitir notas de vendas de cereais a compradores, que faziam parte do esquema. Com as transações, muitas vezes milionárias, os compradores ficavam com o crédito do ICMS. A ação seria considerada legal se as empresas não fossem de fachada e os produtores pessoas que, na verdade, não têm qualquer envolvimento na produção rural.

Por Kelly Almeida
Fonte: Correio Braziliense - 26/03/2013

segunda-feira, 25 de março de 2013

PMDB incita Filippelli a rachar com Agnelo e se lançar candidato ao GDF


Ensaiado grito do PMDB por candidatura própria no DF


Em Brasília, a política é regada a almoços e jantares. Neles são decididas as melhores e as piores coisas dessa atividade regada a  Maquiavel.


Em jantar no Lago Sul de Brasilia, nesta semana, que teve como anfitrião o vice-governador do DF, Tadeu Filippelli,o presidente da República em exercício, Michel Temer, e toda a bancada federal do PMDB, ensaiaram um grito de independência no sentido da candidatura própria a governador do DF.

Ou que se traduz por rompimento da coligação com o PT e apresentação do nome de Filippelli como candidato a governador.

Uma das figuras coroadas presentes, o senador Renan Calheiros, chegou levando um convidado-surpresa, o único que não era do PMDB:o senador Gim Argello, na condição de “penetra de luxo”, como destacado integrante da tropa de choque do presidente do Senado. ...

Nem por isso a conversa mudou de intensidade ou esmoreceu, segundo uma testemunha dos fatos.

Debalde, foi mantido o compromisso de sigilo total estabelecido pelos convivas do jantar: conservar entre quatro paredes o conteúdo do que ali se conversou e se acertou.

Este foi: há espaço para apresentação de uma candidatura própria do PMDB a governador, e o candidato que agregar os segmentos centrista e da direita terá fortes chances de vitória.

O nome que se mostra maduro, segundo a avaliação do cenário político-eleitoral local, é o de Filippelli.

O campo das probabilidades ampliou-se com a retomada das boas relações do vice-governador com o ex-governador Joaquim Roriz, testemunhada por participantes de uma recente missa na Catedral de Brasília, a que ambos estiveram presentes.

A ser verdadeira a informação sobre a nova aliança Tadeu-Roriz,será imaginável que a deputada distrital Liliane Roriz (PSD)possa compor a chapa como candidata a vice.

Uma opção pragmática para fechar tal lógica será um nome conservador e de visibilidade pela população para a única vaga no Senado,e esse é o de Argello.
Por enquanto, tudo não passa de reza forte do PMDB.

Por Leonardo Mota Neto, publicado originalmente na Carta Polis
Fonte: Blog do Chico Sant'Anna - 25/03/2013

quarta-feira, 20 de março de 2013

Comissão discute regularização de parque do Guará



A Comissão de Regularização Fundiária do Parque Ecológico Ezechias Heringer se reúne na próxima quinta-feira (21), às 09 horas, no 4º andar do edifício sede do Ibram (SEPN 511, bloco C, Asa Norte).
Na pauta, o plano de trabalho da comissão e os desdobramentos da consulta pública realizada pelo Instituto sobre a nova poligonal do parque do Guará.
Na reunião realizada no auditório da Administração, no último dia 13, o Ibram apresentou para as mais de 100 pessoas presentes ao encontro o estudo feito pelos técnicos do órgão sobre a poligonal do Parque Ezechias Heringer.
Após a apresentação do trabalho, ocorreu um debate entre governo, ambientalistas, líderes comunitários, empresários e chacareiros que moram no parque, cada um expondo seu ponto de vista sobre a questão.
Embora todos defendam a necessidade da regularização do parque, não existe consenso entre as partes a respeito dos limites da poligonal.
Uma questão, no entanto, é clara: a retirada dos chacareiros do local é necessária, embora não esteja claro como essa saída se dará.
Ascom Guará – (61) 3383.7248 - 20/03/2013

Descaso: Escola não recebe atenção do GDF e alunos sofrem com inundações constantes no local

A foto foi tirada por um professor da escola Foto: Divulgação

Os investimentos milionários para recuperação e reforma de escolas públicas não surtiram seu devido efeito. De acordo com a Secretaria de Educação, no ano passado foram direcionados cerca de R$ 100 milhões para estas finalidades.
 Em uma postagem no blog do diretor do Sindicato dos Professores, Washington Dourado, é possível ver uma foto onde o Centro de Ensino Fundamental Myriam Ervilha, Samambaia, sendo inundado pela chuva. A foto foi tirada por um professor da instituição.
 Mas a situação é ainda pior. Isso por que na própria postagem, o diretor coloca um link de um vídeo de 2010, que mostra a escola também com inundação e os servidores fazendo o serviço de limpeza e tentando tirar a água da escola (veja aqui). Os alunos também publicaram outro vídeo, já no ano de 2011 (veja aqui)
 Não seria por falta de servidores especialistas dentro da SEDF para resolver esse problema. Atualmente, a SEDF conta com uma equipe de 14 arquitetos e 13 engenheiros que executam os serviços de obras, reformas e manutenção, além de empresas contratadas para execução desses trabalhos.
 Outros casos - Várias escolas estão precisando de reforma ou de reconstrução. No ano passado, foram veiculados na imprensa local, casos que simbolizam a falta de execução dos investimentos na área. No Gama, os alunos assistiam aulas com infiltrações e goteiras na Escola Classe 22. O local será reconstruído e deve custar cerca de R$ milhões.
 Já na Escola Parque 308 Sul, classificada como patrimônio cultural do DF, uma das passagens de uma ala para outra está com a lona rasgada. Em consequência disso, não há cobertura contra a chuva.

Por Elton Santos
Fonte: Guardian Notícias

segunda-feira, 18 de março de 2013

Ameaça de greve



Professores da rede pública do DF se preparam para decretar greve a partir de quinta-feira, quando a categoria se reúne em assembleia para decidir se aprovam ou não a proposta de reajuste salarial do GDF. A proposta foi debatida e analisada durante toda a semana passada. E a conclusão, segundo os professores, é que ela não atende a principal demanda da categoria, que é a isonomia salarial com servidores da área de segurança e saúde.

Explicações a pais e alunos
Na próxima quarta, data prevista no calendário escolar como o dia da comunidade na escola, a categoria encontrou uma ótima oportunidade para falar com pais, alunos e responsáveis, e explicar a legitimidade das reivindicações. ...

Proposta do GDF
O GDF ofereceu à categoria uma proposta com o objetivo de garantir a recomposição da inflação do período que está projetado em 25,08 % concedendo reajustes que garantam essa reposição e um ganho real. A nova proposta assegura também apenas duas tabelas, uma de 20 horas e outra de 40 horas, e a incorporação da gratificação de exclusividade (Tidem), que garante a todos os professores, um aumento de no mínimo 16%.

Antecipação do reajuste
O governo inovou também no que diz respeito ao período da implementação da proposta, antecipando parte do impacto financeiro para o mês de maio próximo, mantendo o restante nos meses de setembro de 2013, de 2014 e de 2015.

Por Maria Eugênia
Fonte: Jorna de Brasília - Coluna Ponto Servirdor - 18/03/2013

Lições de um garoto especial na telona

Portador de síndrome de Down, o brasiliense Lucio Piantino é tema do curta-metragem que será exibido na quarta-feira


Lucio (ao centro) com parte da equipe do documentário protagonizado por ele: curta-metragem mostra, de forma leve, o dia a dia do criativo menino
Aos 17 anos, ele é um artista plástico consagrado na cidade. Lucio Piantino emociona leitores do Correio desde 2008, quando sua história foi contada nas páginas do jornal (veja fac-símile ao lado). Cinco anos depois, ele protagoniza a própria história em um documentário que expõe o dia a dia do garoto com síndrome de Down.

O curta-metragem, de 32 minutos, mostra a infância e a adolescência do menino. Seja tocando pandeiro, preparando comida, jogando basquete ou pegando ônibus, Lucio revela como é leve ser feliz à maneira dele. O pré-lançamento do filme acontece na próxima quarta-feira, véspera do Dia Internacional da Síndrome de Down, no auditório do Museu Nacional. A entrada é franca. ...

Os primeiros passos do documentário, na verdade, caminharam ao mesmo tempo que Lucio, como conta a mãe do garoto, a artista plástica Lurdinha Danezy. Segundo ela, desde o nascimento do filho, acompanhá-lo com uma câmera na mão se tornou rotina. “Penso no filme desde sempre, por isso já vinha colhendo o material há anos. Queria contar a história dele, alguém com síndrome de Down, mas com um desenvolvimento bastante diferenciado”, explica. Ela relata ainda que o sucesso alcançado com Lucio é fruto de um trabalho incansável, desde que ele era um bebê. Ela destaca a importância da autuação da família e da sociedade.

O curta mostra pedaços da carreira de Lucio, principalmente quando ele começou a pintar quadros, aos 13 anos. O diretor da película, Rodrigo Paglieri, analisa essa como uma das colunas vertebrais do trabalho. “Juntamos a trajetória profissional com a história de vida dele e elas meio que se confundem”, pontua.

O documentário que mostra a vida de Lúcio se lança poucos meses depois do filme Colegas, estrelado por um trio de atores com Down, ganhar o Kikito como melhor filme do 40ª Festival de Cinema de Gramado. E, quatro dias após o ator principal do longa, Ariel Goldenberg, realizar seu sonho: conhecer o astro Sean Penn.

Para Mônica Gaspar, uma das produtoras do filme de Lucio, intitulado De arteiro a artista: a saga de um menino com síndrome de Down, é gratificante notar como a sociedade vem ampliando o espaço para pessoas com diagnóstico de deficiência. “É bom ver essa transformação. Faz com que a gente acredite mais”, ressalta ela, que também é madrinha do protagonista. Ela afirma ainda que o fato de Lucio ter Down muitas vezes passa despercebido. “São tão fortes a integração, o carinho, o jeito especial dele que muitas vezes nem lembramos. Afinal, ele toca pandeiro mil vezes melhor que eu, ele dança hip hop melhor que muita gente e é um artista que acho interessante, com muitas vertentes de talento.”

Lucio adianta partes do documentário. Em um dos momentos, ele cozinha para oito pessoas. “No filme, faço um peixe e minha tia diz que é melhor que o dela”, conta, animado. Quando o assunto é ir para escola de ônibus, ele solta logo: “Faço isso há muitos anos”.


Programe-se
Pré-lançamento do documentário De arteiro a artista: a saga de um menino com síndrome de Down
Auditório do Museu Nacional
20 de março, às 19h30
Entrada franca

Por Mariana Laboissière
Fonte: Correio Braziliense - 18/03/2013 Blog do Sombra.

Revista denuncia superfaturamentos na gestão de Agnelo

Como antecipou o Guardian Notícias e agora na revista Veja, governador Agnelo sofre com suspeitas de superfaturamento tanto no Estádio Nacional quanto na merenda escolar. (Foto: Reprodução da Internet)

Mais uma vez, a gestão do governador Agnelo Queiroz é questionada em nível nacional. Na edição da revista Veja deste final de semana, uma reportagem repercute duas situações que indicam superfaturamento. Uma delas é a construção do suntuoso Estádio Nacional Mané Garrincha. No caso, ressalta-se o aumento considerável do valor gasto na obra, que de quase R$ 700 milhões passou para R$ 1,3 bilhão. Isso sem contar com as manutenções aos arredores da arena. A cifra deve chegar a R$ 1,6 bi.

Um dos trechos da matéria informa que o Tribunal de Contas do Distrito Federal identificou superfaturamento que causaram prejuízo de pelo menos R$ 72 milhões. Entretanto, esse valor se refere apenas à cobertura do estádio. Para se ter ideia do rombo que a construção vem causando ao erário público, o mesmo TCDF identificou em janeiro um desvio de R$ 212,3 milhões. A Corte, inclusive, já cobrou a devolução de quase R$ 100 milhões do consórcio formado por Andrade Gutierrez e Via Engenharia.

No caso da cobertura do estádio, a revista traz uma informação grave: “o projeto executivo (...) foi feito pelas mesmas empresas que participaram da elaboração do projeto básico e do fornecimento da própria cobertura. Além disso, as empresas reformularam com frequência os projetos, encarecendo-os, obviamente”, descreve a reportagem.

Outra denúncia que o semanário trouxe à tona foi o superfaturamento de merenda escolar distribuída na rede pública de ensino.  “Os preços pagos pela administração petista estão bem acima dos cobrados pelos supermercados”, informa a matéria da revista.

Em um dos itens usados como exemplo na reportagem está a compra de lata de óleo de soja por R$ 4,99, enquanto o varejo vende o mesmo produto por R$ 3, cerca de 60% a mais. Também foram identificados sobrepreços no quilo do milho verde (R$ 8,90 contra R$ 4,08) e no quilo de arroz (R$ 2,28 contra R$ 1,59).

Ao todo, a falta da boa gestão gerou gastos de até 118% acima. De acordo com a reportagem, a justificativa da Secretaria de Educação é de as compras foram realizadas com caráter emergencial, e por isso, houve este aumento considerável.  “Somados todos os itens, o governo do DF terá um prejuízo de 7 milhões, segundo um relatório do Tribunal de Contas do DF”, diz a Veja. O gasto anual do GDF com merenda escolar é de R$ 70 milhões.

Mas o pior e que apesar de superfaturada, a merenda escolar nem sempre é usada nas escolas. Os alimentos são jogados fora. Em maio de 2011, uma servidora filmou quilos de mantimentos jogados no lixo diariamente. A notícia foi veiculada no Fantástico, da Globo. A orientação era de que os funcionários tinham que se desfazer da merenda que sobrasse do turno.

Quem acompanha o Portal Guardian Notícias já teve conhecimento de todas essas informações sobre superfaturamento. Em janeiro deste ano, publicamos reportagem detalhando um superfaturamento em compras de leite em pó. O prejuízo foi de 165% gastos a mais do valor praticado, inclusive, por outros governos e empresas. Confira toda a reportagem a seguir.


Denúncia mostra que escolas públicas do DF tem a merenda mais cara de todo o país
Segundo avaliação do próprio governador Agnelo Queiroz, a Secretaria de Educação do GDF deixou muito a desejar. Também pudera: gasta-se muito mal a montanha de recursos públicos disponíveis para a pasta, que giram na ordem de aproximadamente R$ 5,6 bilhões anuais.


O Guardian Notícias vem acompanhado a enxurrada de contratações emergenciais realizadas pela secretaria, onde indiscutivelmente se constatam o desrespeito e o descaso com o trato do dinheiro do contribuinte.


Chama atenção especial às compras destinadas a merenda escolar. Em 2011, foram empenhados R$ 6 milhões para a aquisição de 640 mil quilos de leite em pó, ao preço de R$ 9,65 o quilo, dos quais foram pagos ao fornecedor, a importância de R$ 4,4 milhões, referentes ao consumo de 460 mil quilos daquele ano.


Com base nas quantidades consumidas do leite em pó em 2011, seria natural e lógico que houvesse a inclusão do produto no rol dos itens que compõem a merenda escolar, para efeito da instrução do processo licitatório que determinaria a execução do contrato para o ano de 2012.


Ou seja: para qual fornecedor e por que valor o GDF deveria adquirir o leite? Infelizmente essa lógica não prevaleceu e o pregão eletrônico de número 04/2011 foi promovido pela Secretaria de Educação sem que se constasse o item leite em pó.


Em fevereiro de 2012, através do regime de dispensa de licitação, foram empenhados, ainda para a compra de leite em pó, recursos no montante de R$ 1,65 milhões, destinados à aquisição de 133 mil quilos do produto. Mas desta vez o preço do quilo subiu para R$ 12,49, entretanto, apesar de mais cara, a contratação obedeceu aos critérios de fomento à atividade da agricultura familiar, uma vez que a empresa contratada foi uma cooperativa de assentados.


Continuidade - Passados mais sete meses da primeira contratação emergencial realizada em fevereiro/12, a Secretaria de Educação publicou um novo extrato de contrato emergencial (51/2012, de 13/09/12) onde se previa a aquisição de 710 mil quilos de leite em pó, ao preço de R$ 18,50 o quilo.


Afora a exorbitante diferença de preços observada nas duas contratações do ano de 2012, é inequívoca a disparidade entre o volume a ser adquirido do produto, o que de pronto evidencia, na melhor das hipóteses, uma escandalosa falta de planejamento por parte dos gestores da Secretaria de Educação, na medida em que, ou faltou leite na merenda das crianças até setembro/12 ou os mesmos alunos que consumiram 460 mil quilos durante todo ano de 2011, resolveram que só beberiam leite nos três últimos meses de 2012.

Supervalorizado - Voltando a questão do preço, assombra que no Distrito Federal, o leite em pó servido aos alunos da rede pública de ensino seja o mais caro de todo o território nacional. Para se ter uma real noção da disparidade de preços encontrada nas contratações feitas pela Secretaria de Educação, é público que a mesma marca do produto vendido ao GDF por R$ 18,50, foi comprado pela Prefeitura de Ipatinga/MG por R$ 11,48; pelo 3º Batalhão de Suprimento do Exército por R$ 12,00; e pelo Governo do Estado de Sergipe por R$ 11,20, preço esse devidamente registrado em Ata, cuja validade permite adesão até 22/01/13.


A triste conclusão que se chega é que os cidadãos do Distrito Federal pagam uma conta muito cara pela incompetência dos seus gestores públicos. E essa conta, só no leite em pó da merenda escolar é mais cara em 165%.


Por Elton Santos
Fonte Guardian Noticias

Paulo Fona: "Ele está disposto a ser governador"

Paulo Fona ao lado do ex-governador Joaquim Roriz (Foto Internet)

Amigo pessoal e Porta-Voz do ex-governador Joaquim Roriz, o jornalista Paulo Fona analisa o cenário político do Distrito Federal. Embasado em sua experiência partidária, faz também uma perspectiva de quadro nas eleições de 2014 e seus possíveis candidatos.

Para os pretensos ao Buriti que pensa que Roriz não tem mais pretensões políticas pode rever suas opiniões. “Ele se dispõe a ser governador. Não há nenhum impedimento legal”, avisa o assessor do ex-governador.

Durante a entrevista de Fona, concedida ao Guardião Notícias, o jornalista relembrou seu passado. Inclusive que foi ele, o fundador do PT no Distrito Federal. Após opiniões divergentes, o jornalista se desfiliou do partido.

Secretário de Comunicação também, durante a gestão de Roriz, Fona teve experiências com outros governadores no Sul e no Rio de Janeiro, com o atual deputado federal Antony Garotinho. Conhecedor da imprensa, ele elogiou o projeto do Grupo Guardian. “Tem tudo para dar mais certo”, profetizou. Confira a seguir os melhores trechos da entrevista:

Guardian Notícias - Conhecedor da política do DF e nacional, como o senhor vê a conjectura política atual, já visando 2014?
Paulo Fona - A legislação mudou, mas não impede que até mesmo aqueles que têm mandato parlamentar possam eventualmente trocar de partido {até setembro}. E lideranças locais e nacionais que não tem nenhuma opção partidária nesse momento, e os que têm e querem mudar, tem até setembro para fazer isso. Significa que a partir de agora as forças políticas começam a se movimentar para definir um quadro.

GN - Podemos dizer que já temos pelos dois pólos de disputa?
PF - Aqui já temos alguns partidos de oposição. Notadamente o PSDB, o DEM. Tem também o PMN, da deputada (federal) Jaqueline (Roriz). Tem o PSD que fica a se definir e está entre a cruz e a espada. Não sabe se é governo ou não. Mas não é uma característica do local, como também do nacional. Então nós temos que esperar setembro para ter um quadro mais claro e as forças estarão bem mais definidas.

GN - Por falar em PSD, qual a avaliação que o senhor faz do posicionamento da legenda no DF?
PF - Está faltando para o Rogério {Rosso} e o partido dele uma linha, como também em nível nacional. O PSD vai participar do governo Dilma ou não vai? Já escreveram que sim e depois desmentiram. Agora está na conversa. Na minha visão o partido tem que ter posição. Ou é contra ou a favor. Ficar no meio de campo não é legal.

GN - Na última eleição, o PT fez um leque de partidos de apoio. Já existe movimento de legendas que faziam parte deste apoio que querem lançar candidato próprio. Podemos ter um cenário diferente?
PF - Tem um quadro nacional novo. Basicamente por duas figuras novas: um é o Eduardo Campos no PSB e ao longo dos últimos quatro anos é o partido que mais vem crescendo. E se vemos a história político-partidário do País, vemos que tem partido que começa na oposição, chega ao poder e depois sai e vai definhando. O contrário também acontece. Isso aconteceu com o próprio PSDB, com o PT e está acontecendo com o PSB. Nas eleições municipais foi o partido que mais cresceu e está ganhando espaço. Daí o surgimento de Eduardo Campos.

GN - Há outros nomes em potencial?
PF - Tem outro fator novo que é o Rede, o partido da Marina que pode agregar não só os ambientalistas como também as pessoas insatisfeitas com os partidos. No caso, ela teve uma expressiva votação no DF.

GN - No DF, o governo é mal avaliado, mas em contrapartida, o governador tem 21 deputados em sua base. Como o senhor vê ambiente?
PF - O que parece é que a Câmara Legislativa não está sintonizada com a população. Por que se o governo tem 80% dos deputados ou mais, nas ruas a população, quase 80% está contra o {governo}. Há uma inversão de sentimento da população e o sentimento da Câmara Legislativa.

GN - Qual a origem disso?
PF - Uma coisa evidente foi a cooptação que o governador Agnelo fez dos partidos e deputados distritais. Ele começou com uma bancada de onze, doze parlamentares e hoje já tem vinte e um. O partido que tinha o PR na chapa do governador Roriz-Weslian, com seis meses depois já estava na base do governo {Agnelo}. É muita incoerência partidária e mostra a força que o governo tem de cooptar as diferentes correntes. Saiu gente do PRTB, do PSC, foram todos para a base.

GN - Isso é prejudicial ao próprio processo eleitoral e à população...
PF - Em minha opinião, a legislação eleitoral e partidária teria que evitar esse tipo de coisa. A população não entende: o partido tem um candidato ao governo, perde-se a candidatura, seis meses depois ele está na base do outro candidato?

GN - Existe a possibilidade de reforma política, que inclusive está na pauta do Congresso. O senhor é otimista quanto a essa nova legislação?
PF - Nenhum colégio eleitoral vota contra si mesmo. Quando tem uma assembleia de cidadão, ninguém vai aumentar seu próprio imposto. Quando tem uma assembleia do condomínio, ninguém vai dizer que não vai poder ter festa no prédio. Tem uma Câmara, ninguém vai diminuir seu salário. E assim vai...Acho difícil o Congresso Nacional votar uma legislação que vai contra os interesses de quem está no poder.

GN - Politicamente, o senhor teve sua experiência. Como começou?
PF - Fui fundador do PT aqui no Distrito Federal. Ninguém é perfeito...{risos}

GN - Uma contradição...
PF - Na verdade estou brincando. Sinto orgulho disso, mas o partido mudou. Tanto mudou que eu saí no colégio eleitoral do Tancredo Neves, quando eles expulsaram três deputados federais que votaram em Tancredo. Ali eu me afastei do partido.

GN - Pode-se dizer que Roriz ainda é uma figura forte na política do DF?
PF - Sem dúvida. Ele tem uma força política que foi construída ao longo de 14 anos como governador do Distrito Federal, por mais que digam que não foi uma gestão boa. Imagine: ele fez o metrô. Foi muito criticado na época. Imagine o DF hoje sem o metrô? Seria inviável. Ele construiu 17 viadutos. Melhorou o trânsito na época. Imagine se nção tivesse esses viadutos? Fez nove cidades. Iomagine onde estariam essas pessoas?

GN - Ele tem seu legado eleitoral...
PF - É bom lembrar que na última eleição, a dona Weslian teve quase 35% dos votos, sendo que a candidatura dela foi confirmada na véspera da eleição. E mesmo assim ela foi para o segundo turno. Isso mostra a força política do governador.

GN - Então ele vai se candidatar em 2014?
PF - Ele se dispõe a ser governador. Não há nenhum impedimento legal, formal para ele ser candidato. Por que? Ele nunca teve condenação, em colegiado nenhum. Fala-se muito que ele fez isso ou aquilo outro, mas ele não tem nenhuma condenação. Dois: o processo dele sobre a Ficha Limpa não teve decisão. Na verdade deu empate. E empate a gente sabe é pró-reo.

GN - Qual o provável cenário de disputa que podemos visualizar para 2014?
PF - Eu vejo basicamente três blocos: o governo – aliança PT e PMDB -, aí neste caso tem que ver se o PMDB ficará. Tem um novo bloco que está surgindo, que é o PSB e PDT, leia-se Rodrigo Rollemberg, Cristovam Buarque e Reguffe. E tem a terceira força que é do governador Roriz e esse núcleo de oposição – PSDB, DEM e tem as três deputadas que estão no PSD.

GN - O senhor acredita que o ex-governador Arruda possa ser incluído nesse páreo?
PF - É uma incógnita, por que nele se aplica a possibilidade de ele ser candidato, que em termos jurídico ele pode ser.  Agora é bom lembrar que salvo engano ele só tem uma condenação de colegiado, em primeira instância. Ou seja, não está enquadrado ainda na lei da Ficha Limpa. Se os eleitores vão aceitar ele ser candidato, o juízo é dele e da população.

Por João Zisman e Elton Santos
Da Redação