quinta-feira, 14 de março de 2013

Mizael é condenado a 20 anos de prisão

Três anos após o crime, o ex-policial militar foi sentenciado a 20 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado; Mizael seguirá preso no Romão Gomes

O advogado e policial militar reformado, Mizael Bispo de Souza, chega em carro de polícia para o terceiro dia do seu julgamento no Fórum Criminal de Guarulhos, na Grande São Paulo, nesta quarta-feira (13) - Marcos Bezerra/Futura Press

O ex-policial militar e advogado Mizael Bispo, de 43 anos, foi condenado a 20 anos de prisão em regime fechado pela morte da ex-namorada Mércia Nakashima, em 23 de maio de 2010. O júri, formado por cinco mulheres e dois homens, declarou o réu culpado do crime de homicídio triplamente qualificado. A defesa ainda pode recorrer da decisão. O acusado, porém, permanecerá preso no presídio militar Romão Gomes, em São Paulo, destinado a ex-policiais que cometeram crimes.

O julgamento começou na segunda-feira no Fórum Criminal de Guarulhos, na Grande São Paulo, e foi o primeiro do estado a ser transmitido ao vivo. Mizael ouviu a proclamação da sentença pelo juiz Leandro Cano com os olhos fechados e a cabeça baixa. ...

No debate deste último dia de julgamento, a acusação, feita pelo promotor de Justiça Rodrigo Merli e pelo advogado da família, Alexandre de Sá, apostou em mostrar aos jurados as contradições nos depoimentos de Mizael sobre seus passos no dia do desaparecimento de Mércia. Usando como base as provas periciais, Merli atacou ponto a ponto as dúvidas que a defesa tentou despertar sobre as investigações do caso, conduzidas pelo delegado Antônio de Olim – muito criticado pela defesa de Mizael.

Em seu depoimento, no segundo dia de júri, Olim afirmou não ter dúvida da culpa de Mizael no assassinato de Mércia. A promotoria também destacou que o réu apresentou diversos álibis, mas nenhuma das pessoas citadas por ele foi localizada para confirmar sua versão diante dos jurados.

A defesa tentou desqualificar as provas apresentadas pela promotoria e a figura do delegado que conduziu as investigações. “O que temos é um laudo claramente fabricado”, chegou a afirmar o advogado Ivon Ribeiro, que também desqualificou o Ministério Público. A defesa tentou ainda convencer os jurados de que o coautor do crime, Evandro Bezerra, foi torturado ao confessar sua participação no assassinato e delatou Mizael. Os jurados, entretanto, não aceitaram a versão. O julgamento de Bezerra está marcado para 29 junho.

Mércia Nakashima desapareceu depois de sair da casa dos avós, em Guarulhos, em 23 de maio de 2010. Em 10 de junho, após receber informações de um pescador, o carro dela foi localizado submerso em uma represa de Nazaré Paulista, no interior de São Paulo. O corpo, em avançado estado de decomposição, foi encontrado um dia depois. Mizael se entregou à polícia em fevereiro de 2012.
Fonte: Veja.com - 14/03/2013

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