Muito já foi dito sobre o governador do DF, o petista Agnelo Queiroz.
Muito também já foi dito sobre a sua incapacidade gerencial, sua dificuldade de
se impor como autoridade pública e, principalmente, sobre sua impossibilidade
de reeleição, conforme demonstram amplamente as pesquisas de avaliação de seu
governo.
Tudo isso, entretanto, fica
pequeno diante de uma outra grande capacidade que ele possui: a de gerar fatos
negativos.
Você acha exagero? Vamos em
frente.
Neste sábado, a cidade acordou com mais uma suspeita mirando o colo do
governador. A Procuradoria Geral da República solicitou ao Superior Tribunal de
Justiça (STJ) a quebra dos sigilos fiscal e bancário da primeira-dama do DF,
Ilza Querioz, e de Ailton Queiroz, irmão de Agnelo.
Eles são suspeitos de envolvimento em crime de lavagem de dinheiro,
supostamente efetuado por meio de transações imobiliárias.
Suspeitas contra Agnelo não são
novidade.
Já tramitam contra o governador outros processos naquela Corte. Um deles apura supostas irregularidades
cometidas na gestão do programa “Segundo Tempo”, do Ministério dos Esportes.
Agnelo foi ministro da pasta, na cota do
PCdoB, antes de filiar-se ao PT para disputar o Buriti.
De sua passagem pela Esplanada dos Ministérios sobraram denúncias e
suspeitas. Muitas delas assinadas pelo policial militar aposentado João Dias,
que dispensa apresentações.
Em outro, o governador do DF tem investigada sua gestão na Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), onde foi diretor. Lá, denúncias de
favorecimento a laboratórios envolvem até supostos repasses de propina por meio
de depósito bancário.
Um terceiro processo investiga o envolvimento de Agnelo e figuras do
primeiro escalão de seu governo, nas irregularidades cometidas pelo grupo
ligado ao bicheiro Carlos Cachoeira, comandante da jogatina em boa parte de
Goiás.
Esse escândalo levou Agnelo mais uma vez às páginas policiais dos
jornais de todo o Brasil. Com isso, foi obrigado a prestar esclarecimentos a
deputados e senadores da República, durante depoimento prestado à chamada CPI
do Cachoeira.
Embora prestar esclarecimentos públicos sobre suas atividades seja uma
obrigação de qualquer servidor público, depor em uma CPI, num Parlamento
dominado pela maioria da qual participa seu partido, é no mínimo um grande fracasso.
A impressão é que ele foi abandonado por seus companheiros. Não houve
interesse em poupar-lhe. Agnelo foi jogado aos leões. Mas sobreviveu apesar dos
arranhões e mordidas.
Em seguida, outra manchete.
Agnelo e alguns de sua equipe foram apontados como criadores de um
sistema de utilização de perfis falsos, criados em redes sociais, para detonar inimigos
políticos.
Um deles, o deputado federal Fernando Francischini, do Paraná,
delegado da Policia Federal, contra quem teria sido forjado um dossiê. O
parlamentar é atualmente um dos maiores desafetos do governador do DF.
Agnelo, atualmente, corre o risco de ver acontecer com ele o que
ocorrera com seu correligionário, Olívio Dutra.
Então governador do Rio Grande
do Sul, com possibilidade de lançar-se à reeleição, Olívio Dutra foi
substituído da disputa ao governo do Estado em razão de sua baixa aceitação
popular. Acabou substituído pelo conterrâneo Tarso Genro, que disputou o pleito
e o perdeu para a adversária tucana, Yeda Crucius.
Então, diante de todos esses
fatos, não nos resta muitas opções. Talvez Agnelo esteja certo e exista mesmo
uma articulação oposicionista fabricando denúncias contra sua administração,
como costuma alegar diante dos escândalos.
Do contrário, há algo mais grave acontecendo.
Seja como for, a história nos será testemunha e juíza: “à mulher de
Cesar não basta ser honesta. Tem de parecer honesta”.
Fonte: Redação / Guardian Notícias / Odir Ribeiro
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