segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Caciques preparam palanques no DF

Figuras de destaque como Marina Silva, Aécio Neves, a presidente Dilma Rousseff e Eduardo Campos têm aparecido constantemente ao lado de pré-candidatos ao Palácio do Buriti. A menos de um ano das votações, eles iniciam o flerte com o eleitorado local.

Eduardo Campos e Rollemberg gravaram recentemente
propaganda eleitoral com a Ponte JK ao fundo

A disputa entre os presidenciáveis é acompanhada de perto pelos pré-candidatos ao Palácio do Buriti, que sonham em ganhar votos e ampliar a popularidade ao lado de caciques nacionais. Os políticos que estão de olho no Palácio do Planalto também aproveitam visitas à capital federal para começar o flerte com o eleitorado brasiliense. Essa relação deve se estreitar ainda mais com a definição do cenário nacional e do DF, no início do ano que vem. Antes mesmo da escolha dos candidatos ao Governo do Distrito Federal, figuras de destaque no panorama político, como Marina Silva (PSB), Eduardo Campos (PSB), Aécio Neves (PSDB) e a presidente Dilma Rousseff (PT), são requisitadas por correligionários e aliados da capital.

Pré-candidato do PDT ao GDF, o deputado federal José Antônio Reguffe já recebeu declaração de apoio da ex-senadora Marina Silva, que em 2010 foi a candidata à Presidência mais votada do Distrito Federal. O senador Rodrigo Rollemberg (PSB) gravou propaganda eleitoral ao lado do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, com a Ponte JK ao fundo. Luiz Pitiman e Izalci Lucas, pré-candidatos tucanos ao Palácio do Buriti, também aproveitam todas as visitas do senador mineiro Aécio Neves a Brasília para posar ao lado do presidenciável em fotos e filmagens, posteriormente usadas em inserções na propaganda do PSDB. ...
Reguffe e Marina se aproximaram durante a tentativa de criação da Rede
 Apesar de os caciques nacionais terem peso importante na campanha do DF, às vezes as urnas de Brasília trazem divergências entre os candidatos preferidos do eleitorado para a Presidência e para o Buriti. Em 2002, por exemplo, o petista Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao Planalto pela primeira vez, ficando em primeiro lugar também entre os eleitores do DF. No Distrito Federal, quem ganhou para o Buriti foi Joaquim Roriz, um arquirrival do PT. Em 2006, Lula se reelegeu e, aqui, José Roberto Arruda, à época no PFL, conquistou o Palácio do Buriti. Em 2010, Marina Silva ficou em primeiro lugar no DF, enquanto o petista Agnelo Queiroz foi eleito governador.

O pedetista Reguffe sabe que o eleitorado do Distrito Federal é peculiar e que as eleições nacionais e as locais têm muitas diferenças. Mas ele está motivado com o apoio de Marina Silva. Os dois se aproximaram durante as tentativas de criação da Rede Sustentabilidade. Reguffe ajudou a recolher assinaturas para o partido de Marina e cogitou até mesmo migrar para a legenda. Mesmo com o naufrágio do projeto e com a ida da ex-senadora para o PSB, ela manteve o apoio ao deputado. “É claro que eu fiquei feliz e lisonjeado, admiro muito a Marina. Acho que o apoio de figuras nacionais pode influenciar de alguma maneira, mas o mais importante são as propostas e as ideias objetivas de cada um dos candidatos, não os projetos de poder”, explica o pedetista.

Aécio tem participado de encontros e solenidades de filiações do PSDB local

Espólio cobiçado
Marina teve 611 mil votos no DF na última disputa e, além de Reguffe, quem também sonha com esse espólio é o senador Rodrigo Rollemberg, correligionário da ex-senadora. O parlamentar do PSB, entretanto, tem relação mais estreita com outro cacique que terá papel importante em 2014: Eduardo Campos. “Temos uma relação antiga de amizade e confiança. Vou ajudá-lo muito aqui em Brasília e tenho certeza de que o apoio do Eduardo Campos também trará muita contribuição”, explica Rollemberg.

Apesar de Reguffe já ter se lançado candidato ao Buriti, Rollemberg está otimista em firmar aliança com o pedetista — o que uniria também os dois caciques do PSB e seus respectivos pupilos. “Tenho total convicção de que eu e Reguffe estaremos juntos em 2014”, garante Rollemberg. O senador cita ainda a possibilidade de apoio de outro cacique nacional a esse grupo, caso se confirme a união dos dois pré-candidatos. “Coloco Cristovam Buarque na lista de lideranças nacionais, no mesmo patamar de importância de Marina e Eduardo. Será um apoio importantíssimo no ano que vem”, acrescenta o senador.

1.836.280
Total de eleitores do Distrito Federal

Para saber mais
Prazos estabelecidos
Fique por dentro do calendário eleitoral

26 de maio de 2014
A partir desta data, será permitida a realização de propaganda intrapartidária, com vistas à indicação de filiados. Nessa época, será vedado o uso de rádio, tevê e outdoor.

10 de junho
Serão liberadas as convenções para que as siglas possam definir as coligações e candidatos, prazo que se estenderá até 30 do mesmo mês. A partir dessa data, políticos escolhidos em convenção ficam proibidos de apresentar programas de rádio ou tevê. Também depois do fim de junho, partidos políticos e candidatos poderão pedir direito de resposta em caso de calúnia ou difamação.

6 de junho
É aberta a temporada de propaganda eleitoral. Depois dessa data, candidatos e políticos podem usar alto-falantes ou carros de som, realizar comícios e veicular propaganda na internet.

19 de agosto
Começa a propaganda eleitoral
gratuita no rádio e na televisão.

5 de outubro

Fonte: Helena Mader - Correio Braziliense - 04/11/2013

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