quinta-feira, 12 de abril de 2012

Governador do DF nega ter tentado encontro com Cachoeira


Em gravação, Agnelo Queiroz era identificado como ’01′, afirma reportagem.
‘É uma fantasia absoluta’, diz governador, que nega relação com bicheiro.
Do G1 DF
Governador Agnelo Queiroz em evento na noite
desta terça-feira (10) jo Distrito Federal
(Foto: Roberto Barroso/Agência Brasília)
 
O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, negou nesta quarta-feira (11) ter tentado marcar uma reunião com Carlinhos Cachoeira, suspeito de comandar um esquema de jogo ilegal em Goiás. A suposta aproximação do governador com o bicheiro foi apontada em reportagem do “Estado de S. Paulo” baseada em grampos da Polícia Federal.
De acordo com a reportagem, Agnelo é identificado na gravação da PF como “01″, forma como os aliados de Cachoeira supostamente se referiam ao governador. Agnelo afirma que nunca se encontrou com o contraventor.
“Isso é uma fantasia absoluta. Não tenho relação nenhuma, meu governo não tem nenhum negócio. Em absoluto. Isso é mais uma tentativa de colocar meu partido [o PT] nessas denúncias. É mais uma tentativa frustrada”, afirmou o governador.
Agnelo disse ainda que “01” poderia ser uma referência a outra pessoa. “Será que ‘01’ não era ao Papa que ele estava se referindo? Ou outra autoridade? Isso é um absurdo, uma excrecência, que eu repudio veementemente”, afirmou. Ao ser perguntado se já havia se encontrado alguma vez com Cachoeira, o governador declarou: “Não”.

Isso é uma fantasia absoluta. Não tenho relação nenhuma, meu governo não tem nenhum negócio. Em absoluto. Isso é mais uma tentativa de colocar meu partido [o PT] nessas denúncias. É mais uma tentativa frustrada”
Agnelo Queiroz, governador do DF, negando ter tentado encontro com Carlinhos Cachoeira
De acordo com a reportagem, em um telefonema gravado pela PF em 16 de junho do ano passado, o sargento Idalberto Matias, o Dadá, aliado de Cachoeira, avisa ao bicheiro que o ex-subsecretário de Esportes do DF João Carlos Feitosa Zunga havia dito que “01″ queria conversar com ele.
A reunião seria para tratar de pagamentos do governo a empresas ligadas ao suposto esquema de Cachoeira, como a Delta Construções, e de nomeações de representantes do bicheiro em cargos-chave da administração do DF.
“O Zunga me ligou aqui, está querendo falar com você, porque o chefe dele lá, o 01, está querendo…quer falar com você”, teria afirmado Dadá em uma das gravações. “Vou falar com ele”, teria respondido Cachoeira.
O G1 tentou contato com o ex-subsecretário de Esportes do Df, mas não conseguiu localizá-lo. A Secretaria de Esportes não tinha o contato do ex-servidor. A reportagem enviou mensagem à mulher de Zunga pelo Facebook, mas não obteve retorno.
A reportagem diz ainda que a referência a “01″ aparece em outras gravações feitas pela PF. Em uma delas, do dia 6 de abril, Dadá e o ex-assessor especial da Casa Militar do GDF, Marcello Lopes, conversam sobre uma pessoa ainda não identificada que estaria fazendo a ponte com o governador.
Atualmente, a Delta tem dois contratos na área de limpeza pública do DF, no valor total de R$ 470 milhões. Os contratos foram fechados antes de Agnelo assumir o GDF. A empresa nega envolvimento com irregularidades e diz ter afastado o diretor-regional da construtora devido a supostas ligações dele com Cachoeira.
Procurada pelo G1, a PF informou que, se vier a se manifestar sobre o caso, será por meio de nota.
Saída de assessor
Na noite desta terça-feira (10), o chefe de gabinete do governador, Claudio Monteiro, anunciou sua saída do cargo. A medida ocorreu depois de o Jornal Nacional, da TV Globo, revelar trechos de gravações feitas pela Polícia Federal que apontam a suposta ligação de Monteiro com o grupo de Carlinhos Cachoeira.
Na gravação, dois integrantes da suposta quadrilha discutem o pagamento de uma mesada para ter benefícios em contratos milionários no setor de limpeza pública por intermédio da nomeação de um diretor do Serviço de Limpeza Urbana do DF. Monteiro nega ter favorecido o grupo.
“A pior coisa que tem é você ser premido pelo cargo e impossibilitado de tomar um conjunto de providências. Eu tinha dois cargos que acumulava aqui – chefe de gabinete e secretário-executivo da Copa. Meu nome foi levado a isso por pessoas com quem não tenho contato”, disse ao G1 logo após anunciar a saída do cargo.
Nesta quarta, Monteiro disponibilizou a quebra de seus sigilos bancário, fiscal e telefônico independentemente de determinação judicial.
O ex-assessor disse que pretende processar a PF e as pessoas que o citaram na gravação. “Ou a Polícia Federal apurou e aquilo não foi praticado ou apurou e não tomou providencia, o que é prevaricação.”
A gravação mostra o diálogo entre o então diretor da Construtora Delta na região Centro-Oeste, Claudio Abreu, para Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, um dos principais auxiliares de Carlinhos Cachoeira.
 Fonte: Blog do Cafezinho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário