terça-feira, 30 de abril de 2013

Entrevista Joaquim Roriz (ex-governador)


O senhor é candidato a algum cargo nas próximas eleições?
Ja fui governador do Distrito Federal por quatro vezes, três delas pela vontade do povo. Qualquer candidatura depende da vontade política de um grupo político e da vontade do povo. Já fiz muito por Brasília, e o amor por essa cidade e a vontade da população me levariam a ser candidato de novo.

l l l

Esse é o seu desejo, mas juridicamente o senhor pode mesmo ser candidato?
Claro que posso, não há nenhum impedimento legal para eu ser candidato a qualquer cargo. No meu caso, houve empate no julgamento do Supremo. Não fui condenado e não tenho condenação de colegiado. Portanto, posso disputar a eleição de 2014.

l l l

Existe muita especulação em relação ao seu estado de saúde. O senhor aguenta mais uma campanha? O que tem a dizer sobre isso?
Tenho a dizer que tem mais de 20 anos que meus adversários políticos dizem que estou gravemente doente. Graças a Deus, estou bem de saúde e muito bem disposto.

l l l

Na eleição de 2010, o senhor colocou sua mulher, dona Weslian Roriz, para disputar e participar dos debates em seu lugar. No fim, dona Weslian não só perdeu a eleição como acabou sendo vítima de muitas críticas. O senhor se arrepende da decisão? Faria isso de novo?
Weslian não perdeu a eleição. Levar para o segundo turno quando a candidatura dela só foi confirmada pelo tribunal menos de 24 horas antes da eleição é uma vitoria. Foram 35% dos votos. A decisão de Weslian de se candidatar foi dela, depois que o Frejat, meu vice, não aceitou me substituir na cabeça da chapa. Foi um gesto de amor, de solidariedade. Agradeço a Deus por estar casado com ela há 53 anos. Cada eleição é uma eleição e, naquele momento, naquelas circunstâncias, era o que tinha que ser feito, a partir da decisão dela.

l l l

O senhor, nas eleições municipais do ano passado, apoiou, em Luziânia, uma chapa que tinha como vice um político do PT. Mesma cidade, aliás, em que o senhor fundou o PT. Mas, curiosamente, o senhor construiu sua carreira em Brasília como inimigo do PT. Qual seu sentimento real em relação ao Partido dos Trabalhadores?
O PT é um partido que tem enormes dificuldades internas, tem muita briga entre eles.Tem um PT que eu gosto, aquele que copiou meus programas sociais, que tanto criticavam no passado. Copiaram o programa do leite, o programa habitacional popular, a cesta básica, a unificação dos programas com o cadastro único. Além disso, o PT, com raras exceções, não sabe governar, como aqui em Brasília. Eles fazem oposição dura, são implacáveis como foram nos meus governos, mas não sabem ser governo, pelo menos aqui em Brasília.

l l l

Se o senhor fosse governador, o que mudaria no Distrito Federal hoje?
Cuidaria do povo, cuidaria da cidade. Sofro ao ver Brasília tão maltratada e seu povo enfrentando dificuldades com a saúde, com o trânsito, com a segurança de um modo geral.

l l l

O senhor dividiria o palanque com Tadeu Filippelli, Luiz Estevão e Arruda?
Ainda é muito cedo para falarmos de alianças eleitorais. O nosso grupo político está aberto a conversas com todos aqueles que gostam de Brasília e que estejam dispostos a se unir para mudar a cidade, mudar o que esta aí.

l l l

Marina Silva, Agnelo Queiroz ou Rodrigo Rollemberg? Qual é o adversário mais difícil?
Marina é um dos grandes nomes da política brasileira. É uma mulher de luta, com história em defesa do seu estado e do meio ambiente. Se for candidata a presidente, terá muitos votos. Em Brasília, ela foi a mais votada em 2010. É um nome forte em qualquer campanha.

l l l

O eleitor brasiliense esquece fácil? Arruda tem chance de voltar, mesmo depois do escândalo da Caixa da Pandora? O senhor o perdoou?
Essa resposta é do povo, cabe a ele responder. O povo é soberano em suas escolhas.

l l l

O PT sempre larga com 30% dos votos, será assim em 2014?
Não sei se terá esses 30%. Esse governo é péssimo.

Por Ana Dubeux/ Correio Braziliense 

Nenhum comentário:

Postar um comentário