segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Crianças expõe suas vidas em redes sociais da internet


Fim da tarde. Crianças e adolescentes se divertem embaixo do bloco em um condomínio fechado de classe média alta da capital federal. É o anúncio da chegada do fim de semana. Entre as velhas brincadeiras, futebol e polícia e ladrão são algumas das preferidas da garotada. Mas, além de se divertirem como na época dos pais, a turma entre nove e 13 anos tem outra mania muito comum nos dias atuais: as redes sociais.

“Pelo menos, uma vez por dia acesso (o Facebook) para conversar com meus amigos, jogar e compartilhar links com imagens de quadrinhos ou gravuras engraçadas que encontro na rede”, diz Guilherme Lima, de 11 anos.

A professora Fabíola Neves, mãe dele, diz que está sempre de olho no que o filho faz na rede. “Com o consentimento dele, tenho as senhas de conta de email e redes sociais e sempre vejo com quem ele conversa e que tipo de conteúdo ele costuma acessar", conta. Porém, admite que não é possível monitorá-lo por 24 horas.

“Não sei que conteúdos ele acessa quando não está em casa (na escola ou na casa de amigos), mas acredito que sejam sempre os mesmos. Se ele já tivesse visto algo inadequado ou tivesse em contato com estranhos, eu saberia pelo comportamento”, garante.

Encontros - As meninas da mesma faixa etária adoram combinar os encontros pelas redes sociais. Dividem ainda dicas de moda e outras informações comuns a esta faixa etária. Nas rodinhas, equipadas com seus smartphones e iPods, elas postam mensagens nas redes em que contam o local onde estão e o que estão fazendo, o famoso check in, assim como fotos pessoais, de celebridades ou de roupas e esmaltes em alta no mundo da moda. “Gosto de compartilhar e curtir o que minhas amigas postam e de saber o que elas estão fazendo”, diz Luísa Neves, de 13 anos.

A atividade online intensa das crianças e dos adolescentes preocupa os especialistas. “Você acaba deixando o que a gente chama de um rastro digital muito preciso ao informar com muitos detalhes o seu cotidiano. Isso registrado na internet pode ser acessado por pessoas mal intencionadas”, alerta o psicólogo e diretor de Prevenção da Organização Não Governamental SaferNet Brasil, Rodrigo Nejm.

Pais despreparados - A pesquisa TIC Kids Online Brasil 2012, divulgada pelo Comitê Gestor da Internet no País, mostra a exposição dos pequenos no mundo virtual. Os indicadores revelam que, no País, 70% das crianças e dos adolescentes entrevistados têm perfil próprio nas redes sociais. Entre os menores de 13 anos, 42%  (na faixa de nove e dez anos) e 71% (de 11 e 12 anos) já fazem uso delas. A idade mínima exigida para ter um perfil na internet é 13 anos. Porém, grande parte altera a idade para ficar conectado.

A maioria desses jovens coloca em seu perfil foto que mostra claramente o rosto (86%), expõe o sobrenome (69%) e pode navegar  sem acompanhamento dos pais (63%). Um indicador que chama a atenção é que 53% dos pais afirmaram não usar a internet. No entanto, 71% acharam que as crianças usam a rede com segurança. Porém, a pesquisa mostra que entre crianças de nove e dez anos, 6% já tiveram contato na internet com alguém que não conheciam pessoalmente, entre 11 e 16 anos, o percentual sobe para 26%.

Na avaliação do psicólogo Rodrigo Nejm, a criança e o adolescente podem ter contato com conteúdo violento, pessoas estranhas e eventualmente até com criminosos. Apesar disso, ele destaca que mais importante é preparar esse público para lidar com situações de risco.
 
O delegado da Polícia Federal Júlio César Fernandes, responsável pelo grupo especial de combate aos crimes de ódio e pornografia infantil na internet,  disse  que o perfil dos aliciadores é variado, sem faixa etária definida, mas a maioria é homem e solteiro.

Alguns cuidados nas redes sociais:

1 Pense bem nas informações que vai publicar em seu perfil.

2 Lembre-se de que as informações compartilhadas não ficam restritas somente a você e a seus amigos. Informações pessoais nas redes sociais se tornam públicas. O que é divulgado na rede dificilmente será removido depois.

3 Cuidado com estranhos.

4 Não compartilhe sua senha, nem mesmo com namorado (a). Ela pertence somente a você.

5 Evite dar endereços de lugares que frequenta, onde mora ou estuda. Muito cuidado com o check in;

6 Se tiver algo de íntimo para dizer a alguém e queira guardar segredo, use o telefone ou fale pessoalmente.

7 Sempre que criar uma senha faça com que ela seja forte – mesclando números, letras e outros caracteres.
Fonte: Da redação do clicabrasilia.com.br

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