sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Operador do Mensalão no gabinete de Agnelo Queiroz

Diretor do PT no Distrito Federal e homem de confiança do governador Agnelo Queiroz, Raimundo Ferreira da Silva Júnior também já teve problemas com a União, que tenta recuperar R$ 5,3 milhões que teriam sido desviados dos cofres públicos. (Foto: Reprodução da Internet)
Um dia após ter culpado a imprensa pelo caos da Saúde, o governador Agnelo Queiroz nomeou como seu chefe de gabinete, o ex-vice-presidente do PT-DF, Raimundo Ferreira Júnior.

O Diário Oficial desta quinta-feira, 17, traz ainda a exoneração de Carlos Higino, que ocupava a Secretaria de Transparência. Ainda não foi definido o substituto.

Raimundo Júnior foi escolhido pelo governador Agnelo Queiroz para ser o novo chefe de gabinete, cargo que tem status de chefe de estado. Mas se sua biografia for motivo para qualificação, o passado de Raimundo não o credencia para assumir cargo algum.

Raimundo Júnior foi um dos operadores do esquema de repasses de dinheiro para políticos, conhecido como Mensalão do PT, que condenou José Dirceu, o deputado federal José Genoíno, entre outros. No processo, seu nome figura na lista de sacadores de dinheiro do esquema de corrupção, entregue pelo empresário Marcos Valério à CPI dos Correios, em 2005. Na época, Júnior explicou a Polícia Federal que sacou R$ 100 mil no Banco Rural a pedido do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e que entregou o dinheiro a ele.

No auge da crise do Mensalão, a CPI recomendou o indiciamento de Júnior, mas ele não chegou a ser denunciado pelo Ministério Público, por não haver provas de que o dinheiro foi usado em benefício próprio. No processo que julgou os réus do mensalão em dezembro do ano passado no Supremo Tribunal Federal, ele apareceu como testemunha.

Não é só no Mensalão que Raimundo Júnior esteve enrolado. O petista estava impedido pelo Tribunal de Contas do DF a exercer cargos em comissão, mas recorreu da decisão. Ele teria cometido irregularidades na prestação de contas da Secretaria do Trabalho, onde foi diretor durante o governo de Cristovam Buarque.

Amparado por liminar, ele foi um dos coordenadores da transição do recém-eleito governador Agnelo Queiroz e também secretário-executivo na vice-presidência da Câmara Legislativa por um ano e quatro meses, saindo em 2010, poucos dias depois que o Tribunal negou o recurso a ele.

Atualmente Raimundo Junior vinha ocupando o cargo de Assessor Especial do Governo, agora será o chefe de gabinete de um governador que mais viaja do que governa.

Por Odir Ribeiro
Fonte: Guardian Notícias

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