segunda-feira, 25 de junho de 2012

Celina, uma leoa Iso 9001

Celina Leão prega maior eficiência no serviço público  (Foto: Walberto Maciel)
A marca da deputada Celina Leão é pata de uma leoa, daquelas que por onde passa deixa o rastro e é isso que a parlamentar tem feito na Câmara Legislativa, mostrado seu trabalho e buscado a excelência em todas suas ações. Tanto é que seu gabinete será o primeiro a conquistar o selo Iso 9001. Para isso, Celina Leão mudou toda a estrutura da recepção de seu gabinete e tudo que é feito por ela e por seus assessores é documentado e certificado. O objetivo dessa mudança na forma de atender as pessoas e todos que lhe procuram é buscar a eficiência. Ela quer mostrar que as coisas precisam mudar e essa mudança começa no seu gabinete e pode chegar a todos os órgãos públicos do GDF se um dia ela conseguir realizar seu sonho que é ver as pessoas trabalhando e respeitando os horários, prestando informações certas e dando ao Estado o retorno esperado. Perguntada sobre a Câmara, Celina destaca que agora o clima está melhor, diz que amadureceu e ri à beça quando alguém fala que a Câmara anda a passos de tartaruga e ela a passos de leão. ...
 
Celina, como tem sido a sua atuação na Câmara Legislativa?

Celina Leão – Minha atuação tem sido muito forte em cima da fiscalização. Temos feito um trabalho grande na fiscalização das ações do GDF e na Comissão de Direitos humanos, que estou presidindo. Fiscalizo a situação dos presídios, cuido da situação das mulheres, das minorias. Temos desenvolvido um trabalho excelência. Conseguimos recursos para construir um restaurante no presídio feminino. Recursos para capacitar os internos. Estamos mudando a filosofia da questão dos direitos humanos, porque só fiscalizar é o básico. É muito pouco. Por isso estamos trabalhando para melhorar as condições de vida dentro dos presídios, no Caje, e buscando também a melhoria para os servidores.
 
E como tem sido a receptividade?

Conseguimos muito respeito de todos os diretores dos presídios, dos servidores e de todos que estão envolvidos nesse trabalho que muda a realidade de uma população muito sofrida.
 
Fora essas atividades na Comissão o que tem feito mais?

Tenho mais de 30 representações e ações populares junto ao Ministério Público. Tenho estado muito próximo da comunidade. Tenho o meu gabinete itinerante. Nele eu escuto a comunidade, dá retorno das reivindicações. Nele eu tento reduzir aquela fama que os deputados somem das cidades e só aparecem a cada quatro anos. E, além disso, temos vários projetos como o do desconto do IPVA que é de minha autoria. Que já foi sancionado pelo governador e que garantiu 5% de desconto no pagamento à vista e melhorando a vida da sociedade.
 
E a juventude, Celina, você tem sua base política junto à juventude. Como está sendo seu trabalho nessa área?

A juventude está dentro de mim. Infelizmente perdemos a secretaria que agora virou uma coordenadoria. É muito difícil dialogar com a juventude sem ter uma estrutura própria. A juventude está presente em todas as pastas. Está presente no esporte, na saúde, na cultura e as pessoas acabam confundindo a forma de trabalhar com a juventude. Vou te dar um exemplo. Se você coloca  R$100 mil na Secretaria de Saúde para a juventude, esse dinheiro não vai atender a juventude, vai atender o emergencial. Mas se o governo tem uma secretaria, uma estrutura da juventude e destina R$100 mil para a prevenção da gravidez precoce, este dinheiro será utilizado em ações nesse sentido. Muita gente achaque é uma estrutura a mais, mas não é. É uma estrutura necessária. Sou presidente da Frente Parlamentar da Juventude, nós reclamamos quando visualizamos esse encolhimento, estamos nas escola públicas com a frente, mas o que a gente vê é um retrocesso com relação a juventude.
 
Esse é seu primeiro mandato. Qual é a visão que você tem da Câmara Legislativa?

Eu amadureci muito. Sempre gostei de trabalhar. Sempre respeitei muito os colegas. Cada um tem o direito de escolher como atuar, ou na base ou na oposição. No começo senti muito por conta do tamanho da oposição que reduziu muito. Isso dificultou o meu trabalho no início porque todo mundo trouxe reclamações e reivindicações que acabaram ficando. A gente sempre quis ter mais pessoas congregando conosco, com nossas ideias e aos poucos fomos crescendo politicamente. Às vezes a gente trava debates aquecidos com outros parlamentares, mas que acabam mostrando que a gente está aprendendo com tudo isso. Seu sentimento de indignação não pode ficar afundado dentro do seu sentimento de frustração.
 
E como ficou a história da CPI da Arapongagem?

A CPI está sepultada. Essa foi uma frustração porque não houve quórum para eleger o presidente, relator e outros cargos. Mas eu ainda não desisti. Estou na Justiça pedindo ao juiz que ele determine que a CPI possa funcionar com apenas três membros. Isso fará com que aqueles que nãocompareceram para a eleição venham participar. A CPI não é contra o governador, ela vai levantar momentos de vários governos e tempos diferentes da história do DF.
 
E a CPI do Cachoeira, como você está acompanhando?

Tenho tentado estar presente na Câmara Federal, principalmente nos momentos mais delicados. Não conseguimos instalar a CPI aqui e o que eu vejo é que ela ficou muito política. No dia do depoimento do governador Agnelo a base toda foi para lá apenas para dar apoio ao governador. Ninguém foi lá para fazer perguntas e esclarecer o assunto. E o pior, as perguntas eram feitas na ordem das respostas do governador Agnelo. Isso então mostrou que existia um acordo político para ele não sofrer nenhum tipo de pressão! Concordo que pode existir um acordo político, mas não pode ser tão escancarado nem para o governador Agnelo ou para o governador Perillo.
 
E Brasília, Celina, como você imagina o futuro da cidade?

Eu penso Brasília para 50 anos. Não podemos pensar Brasília para hoje. A questão da infraestrutura é o mais importante. Esse é um grande desafio. Não podemos pensar naquilo que vai nos atender agora. Temos que pensar em transporte para daqui a 50 anos. Outro ponto que temos que pensar é a saúde daqui a dez, 20 anos. E a saúde tem recurso, o que falta é gestão. Vou te dar um exemplo: está sendo implantando em nosso gabinete o Isso 9001. Estamos precisando dar um choque de gestão em Brasília, onde temos que cobrar o horário de trabalho dos servidores e temos que ter dados a nossa disposição. Temos que pensar em um ponto eletrônico para os servidores públicos, para que possamos avaliar os resultados. Não podemos aceitar que o serviço público seja um cabide de emprego ou apenas uma aposentadoria. Eu que sou deputada, tenho dificuldade para acessar o Sigo, que cai toda hora. Poxa! Essa é uma ferramenta que não pode ter falhas.
 
E a educação, deputada?

Tenho acompanhado desde o nosso primeiro dia de mandato a questão da educação. Existe uma frustração muito grande dos professores. Tivemos uma greve de 52 dias que não adiantou em nada. Mas não adianta falarmos em educação só aqui no DF. A China é o que é hoje graças à mudança de comportamento na educação. É isso que temos que fazer aqui.
 
Como você avalia a questão do crack?

Esse é um grande desafio. Não vou falar em quem está em Brasília. É pesadíssimo o problema dentro do sistema penitenciário. É um desafio muito grande. Gravamos um CD com uma ex-traficante cuja música principal é Crack, estou fora! A polícia só reprime. Não adianta pensarmos só em aumentar o número do efetivo e não cuidar de outros pontos. Vou te dar um exemplo, os mendigos agora são usuário de crack e estão se transformando em criminosos por conta do crack. Deixaram de ser moradores de rua. Mas isso não é algo isolado. Temos que encarar esse problema de frente. O crack é tão pesado que até quem é traficante não quer o crack.
 
E a Copa de 2014?

A Copa de 2014 é um desafio em todos os sentidos, temos exemplos de países como a África do Sul que não teve a rentabilidade. Estamos fazendo o maior estádio de todos. Para atender 70 mil pessoas. Acho que temos que investir na infraestrutura, que não é só o estádio. Temos que fazer infraestrutura reduzindo os custos, os gastos e fazer a Copa deixar um legado positivo e não só um elefante branco no meio da cidade. Esse é o momento de investir e pensar em como vamos ter de rentabilidade com o pós-Copa. O estádio não muda o dia-a-dia do brasiliense. É uma dicotomia gastar uma fortuna com o estádio e deixar as ruas esburacadas, a rodoviária um caos, o transporte muito ruim. Temos que pensar nisso exatamente focando o que os moradores vão ganhar com estes eventos.
 
E 2014 político, qual é o seu plano?

Tenho certeza que serei candidata, a que eu não sei. Depende do partido, depende do desejo da minha base. Não trabalho com um planejamento do que vou ser no futuro. Eu tento trabalhar para conquistar novos espaços, conquistar pessoas com as minhas ideias e tentar melhorar o mundo, nem que seja por um pouquinho. 

Fonte: Jornal Brasília Agora - 25/06/2012

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