O ex-deputado federal entrou para a política cedo, quando cursava direito na Universidade Federal de Minas Gerais |
Carlos Murilo Felicio dos
Santos, 86 anos, não tem o peso do sobrenome Kubitschek, mas foi tão importante
quanto o primo Juscelino para a concretização da mudança da capital do país
para o Planalto Central. Sem ele, talvez, o projeto de Brasília teria
enfrentado mais obstáculos no Congresso Nacional. Voz do presidente na Casa,
impediu a criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as
obras que estavam a todo vapor em 1959 — isso poderia atrasar a construção.
Carlos Murilo chegou a tomar decisões em nome do presidente, sem nem mesmo
consultá-lo, a fim de agradar aos colegas e aprovar a ideia. Fez mais:
acompanhou JK em todas as viagens ao DF durante a construção e, depois,
mudou-se para a nova capital.
O ex-deputado federal entrou
para a política cedo, quando cursava direito na Universidade Federal de Minas
Gerais. Foi no lar da família, em Diamantina, que, a partir dos 7 anos, surgiu
a vontade de se tornar um político. A mãe era irmã do pai de JK. Por isso,
acompanhava fascinado os encontros do primo com os aliados. “Ele me incentivou
a seguir a carreira, disse que precisava de mim ao seu lado. No segundo ano da
faculdade, eu trabalhei na campanha de Juscelino para governador. O PSD
(partido ao qual se filiou) cresceu entre os estudantes e fazíamos comícios
pela cidade”, contou. Quando JK se mudou para Belo Horizonte e assumiu a prefeitura,
Carlos Murilo seguiu com ele à capital para estudar.
Em 1954, assumiu uma cadeira
de deputado estadual, também influenciado pelo primo. “Ele (JK) me chamou um
dia e disse para eu me preparar, que eu seria candidato. Perguntei o que devia
fazer, e ele respondeu: ‘Faz o que eu fiz’”. Depois, Carlos Murilo percorreu o
caminho trilhado pelo parente e amigo. Percorreu as cidadezinhas em busca de
votos. “Naquela época, os deputados não tinham contato com o povo. Os caminhões
paravam nas fazendas distribuindo quentinhas, e as pessoas não sabiam em quem
votavam. O ex-presidente fez diferente, percorreu a cavalo casa por casa
dizendo por que era candidato e, que se o cidadão não pudesse votar nele, que o
fizesse para defender a democracia”, disse.
Fonte: Correio Web.
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