terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

"Ele pegava dinheiro da minha carteira", diz mãe de dependente químico


O Correio conta a história de Silvana, que enfrenta a dependência química do filho caçula. O rapaz, de 20 anos, já vendeu quase tudo em casa para comprar crack e chegou a ser baleado por criminosos. Hoje, está internado
Quando um dos quatro filhos de Silvana*, 48 anos, foi diagnosticado com câncer, ela teve que encontrar forças para mostrar serenidade e acompanhar o tratamento. Apesar do medo de perdê-lo, enfrentou a rotina pesada em hospitais e as penosas sessões de quimioterapia, sempre com um sorriso no rosto. Refeita do susto, viu o mundo desabar novamente ao descobrir que o caçula, então com 17 anos, era usuário de drogas. “Naquela época, não sabia nada sobre esse problema, não entendia o que era a dependência química. Achei que, se ele fosse para uma clínica, sairia de lá curado”, conta.

Silvana desenvolveu depressão por conta do vício do filho, que já dura três anos
Com essa ideia, a dona de casa conversou com os filhos e o marido. Eles chegaram à conclusão de que o melhor era mesmo uma internação. Envergonhado, Eduardo* não teve coragem de confessar que estava fumando crack. Disse que o problema era a maconha. Foi somente quando chegaram à clínica que souberam do verdadeiro vício do garoto. Depois de três meses, ele implorou para deixar o local. Com pena, a mãe autorizou a interrupção do tratamento, inicialmente programado para durar seis meses.

Uma semana mais tarde, o jovem teve uma forte recaída e voltou para a pedra. “Paramos de dar dinheiro para ele e tomamos a chave de casa. Aí, o Eduardo começou a levar as nossas coisas. Primeiro, foram as semijoias, relógios, pulseiras. Às vezes, pegava dinheiro dos irmãos ou da minha carteira.”

Em pouco tempo, o adolescente carinhoso e caseiro mostrou para a mãe que não era mais o mesmo. A mulher de voz mansa e olhos azuis se lembra, até hoje, do que sentiu na primeira noite em que o filho passou nas ruas de Sobradinho 2, cidade onde a família mora. “Fiquei desesperada sem saber onde procurá-lo ou o que fazer. Quando ele chegou, parecia um mendigo, todo sujo e com chinelos velhos. Não me esqueço daquela cena”, diz, com lágrimas nos olhos.

Fonte: Correio Web.

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