quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Crônica da Cidade

Desejos para 2014


Nas próximas eleições, promover uma faxina nos fichas sujas municipais, distritais, estaduais e federais.

Ler sempre algum verso de Manuel de Barros: “Se a gente não der o amor, ele apodrece em nós”.

Que os deuses do futebol nos concedam novo baile na Espanha, durante a Copa do Mundo, com direito a 70 mil torcedores cantando: “Eu fui às touradas em Madri/Conheci uma espanhola/Natural da Catalunha/Queria que eu jogasse carambola e pegasse o outro à unha..” ...

E as mesmas Instâncias Superiores nos condescendam vingança contra o Uruguai, na final da Copa do Mundo, no Maracanã, com gol de placa do Neymar, para colocar em uma moldura e pendurar na parede da sala.

Transporte público decente. Eu não sou cachorro não.

Manifestações públicas na Câmara Distrital contra os planos urdidos para destruir a qualidade de vida de Brasília.

Aprovação do projeto de lei do recall dos políticos para que as Excelências que vieram com defeito ético percam o mandato e sejam devolvidas à sua insigne insignificância.

 “A minha terra dá banana e aipim/Meu trabalho é achar quem descasque por mim/Vivo triste mesmo assim…” . Samba de Noel Rosa para cantar enquanto trabalha duro.

Que nenhuma Excelência use avião da FAB para fazer implante no cabelo.

Que os integrantes da equipe econômica do Governo Federal ingressem no Bom Senso Futebol Clube.

Que os governantes ingressem no Óbvio Futebol Clube e passem a priorizar investimentos em educação, saúde, transporte público, infraestrutura etc.

Que seja criado o Disque 190 do Consumidor para os que transformam a prestação de serviços em verdadeiros assaltos.

Ficar atento ao céu, à paisagem retorcida do cerrado e aos ipês no período da floração, pois em Brasília acontecem muitos acidentes da beleza.

Só acreditar nos milagres que a gente merecer.

Seguir o lema de Alan Kardec: “Ajuda-te que os céus te ajudarão”.

Idear, planejar, organizar, suar a camisa e se desdobrar, mas sem perder de vista que os deuses sempre jogam os seus dados.

Armar-se de muita coragem para enfrentar as borrascas deste 2014, que está nos olhando meio de banda.

Se tudo isso não der certo, adotar o Plano B Zeca Pagodinho: “deixa a vida me levar, ô vida leva eu”.
Fonte: Correio Braziliense - 02/01/2014

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