A "Vitoria de Pirro" investiga o pagamento de propina para impedir Ricardo Pessoa, da UTC, de depor em CPI da Petrobras. Parlamentar recebeu R$ 5 milhões em doação eleitora, segundo delatores
O ex-senador Gim Argello (PTB-DF) foi preso
preventivamente pela Polícia Federal (PF) em Brasília, nesta manhã de
terça-feira (12/4), na 28ª etapa da Lava-Jato. A prisão ocorre na 28ª fase da
operação, intitulada Vitoria de Pirro, que é realizada nas cidades de São
Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal. Cem policiais federais devem
cumprir 21 ordens judiciais. São 14 mandados de busca e apreensão, 1 mandado de
prisão preventiva, 2 mandados de prisão temporária e 4 mandados de condução
coercitiva.
As investigações apuram a existência de indícios
concretos de que "destacado integrante” CPI da Petrobras no Senado da CPI
mista que também apurava irregularidades na estatal. “O investigado teria
cobrado pagamentos indevidos, de acordo com a apuração da PF, travestidos de
doações eleitorais oficiais em favor dos partidos de sua base de sustentação.”
Segundo o diretor financeiro da UTC Engenharia, Walmir
Pinheiro, em troca da não-convocação do dono da empreiteira, Ricardo Pessoa, na
CPI, foram feitas doações eleitorais oficiais de R$ 5 milhões a políticos do
Distrito Federal em 2014 a pedido de Gim. Desse valor, R$ 1 milhão foi para o
PR, que concorria ao governo de Brasília com José Roberto Arruda e Jofran
Frejat. O DEM obteve R$ 1,7 milhão, segundo Pinheiro, que fechou acordo de
delação premiada. O PMN e o PRTB ficaram com R$ 1,15 milhão cada.
A informação foi confirmada por Ricardo Pessoa em sua
delação. Em outra colaboração premiada, o senador Delcídio Amaral (ex-PT-MS)
disse que Gim integrava grupo de quatro parlamentares que jantava às
segundas-feiras em Brasília para evitar que os empreiteiros Léo Pinheiro, da
OAS, e Pessoa, além do lobista Júlio Camargo “fossem convocados para depor na
CPI”.
Alto custo
O nome da operação, Vitoria de Pirro, é uma alusão à
expressão histórica que representa uma vitória obtida mediante alto custo,
popularmente adotada para vitórias consideradas inúteis. Os crimes investigados
nesta fase são de concussão, corrupção ativa, associação criminosa e lavagem de
dinheiro.
Os presos serão encaminhados para a Superintendência
da Polícia Federal, em Curitiba (PR). Os que forem conduzidos para depoimentos
serão ouvidos nas respectivas cidades onde forem localizados.
Fonte: Correio Braziliense
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