Em 2014, a produção de petróleo da Petrobras no Brasil cresceu 5,3%, abaixo da meta inicial –de 7,5% com um ponto percentual de tolerância para menos.

A divulgação das demonstrações contábeis
auditadas de 2014 em atraso, dos dois últimos trimestres e da anual, foi feita
ao mercado às 19h23. As do terceiro trimestre estavam atrasadas havia 159 dias,
e a anual, 22 dias...
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Já o endividamento total da companhia atingiu
R$ 351 bilhões, um aumento de 31% em relação ao ano anterior.
O indicador de dívida líquida sobre geração de
caixa saltou de 3,52 para 4,77 - um índice considerado saudável para o mercado
é de 2,5. A dívida cresceu por conta das captações e da desvalorização do real.
METODOLOGIA
A metodologia usada para a baixa por corrupção
considerou principalmente os depoimentos em delação premiada feitos por
executivos que participaram do esquema de corrupção, na Lava Jato.
Segundo o gerente executivo de Desempenho da Petrobras,
Mário Jorge Silva, a empresa considerou os depoimentos "consistentes em
relação ao cartel, ao período em que operou, às empresas que participaram e os
valores máximos", para efeito de lançamento no balanço.
"Isso nos dá segurança de registrar essa
perda no balanço".
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Já a baixa por "impairment", ou
seja, ajuste nos valores dos ativos em relação à capacidade de gerar receita no
futuro e ao que foi investido, foi decorrente da queda no preço do barril, do
adiamento de projetos em refino para preservação de caixa e da revisão da
demanda em petroquímica.
O preço do petróleo teve impacto negativo de
R$ 5,6 bilhões nos investimento de exploração e produção.
O
adiamento de projetos em refino levou ao reconhecimento de perda de R$ 21,8
bilhões no Comperj, refinaria em construção no estado do Rio e de R$ 9,1
bilhões na refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.
As obras das duas refinarias foram alguns dos
principais alvos de atuação do cartel que sustentou o esquema de corrupção na
empresa.
Foi reconhecida uma baixa de R$ 3 bilhões
relativas à Petroquímica de Suape, em Pernambuco.
HISTÓRICO
O lançamento das perdas de corrupção foi
exigência da PwC, empresa que audita as demonstrações financeiras da estatal.
Foi decorrente da revelação, pela Operação Lava Jato, do funcionamento de um
cartel de empresas que, com a participação de diretores da Petrobras, combinava
resultados de licitações da companhia, a partir de 2004, e cobrava percentuais
entre 1% 3% para abastecer o esquema, segundo depoimentos.
O esquema veio à tona em outubro, o que levou
a PwC a mandar a Petrobras aprofundar as investigações sobre corrupção,
atrasando o balanço do terceiro trimestre. Com as evidências do desvio, a
empresa teve de calcular o que foi lançado indevidamente como investimento mas
que, na verdade, foi desviado em propina.
NÚMERO DESCARTADO
Em janeiro, duas consultorias contratadas por
Graça chegou a uma conta que mostrava ativos superavaliados em R$ 88,6 bilhões.
Conselheiros e diretores concluíram, porém, que o número incorporava outras
perdas além da corrupção, como variação do câmbio e do barril, além de ineficiência
dos projetos.
O número, porém, foi revelado ao mercado,
deixando a presidente Dilma Rousseff irritada. O episódio gerou uma crise que
resultou na saída de Graça e de cinco diretores, no início de fevereiro.
Em 2014, a produção de petróleo da Petrobras
no Brasil cresceu 5,3%, abaixo da meta inicial –de 7,5% com um ponto percentual
de tolerância para menos.
Fonte:
Por Samantha Lima e Lucas Vettorazzo, coluna Mercados
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