O maior escândalo de corrupção no governo do Distrito
Federal, batizado como Caixa de Pandora, pode ruir como um castelo de areia. O
processo que teve a origem das investigações pela Sub-Procuradora Raquel Dodge,
teve no seu percurso falhas que podem anular todo o processo. O inquérito 650
que deu origem a denuncia teve a colaboração nas investigações do
ex-Sub-Procurador e advogado na época, José Roberto Santoro. A procuradora
Raquel Dodge colega de Santoro, quando exercia cargo de Sub-Procurador, confidenciou
ao então advogado segredos da investigaçao que mais tarde serviu de apoio para
Santoro advogar sem aparecer publicamente para um dos réus mais importante no
processo. O ex-governador, José Roberto Arruda, contou com a ajuda
informalmente, mas remunerado na sua defesa. Santoro nas vésperas de ser
deflagrado a operação Caixa de Pandora, estava no Rio de Janeiro acertando
detalhes com Raquel Dodge de como seria a ação do Ministério Público no dia
seguinte com os pedidos de busca e apreensão e até prisões a ser cumprida pela
Polícia Federal. Santoro orientou sua ex-colega e amiga a cumprir somente os
mandados de busca e apreensão, e depois de analisar o material apreendido,
fariam a segunda operação. Antes mesmo de acontecer a operação, Raquel Dodge,
em viagem para o exterior encontrou uma amiga de infância, Maria Helena
Pinheiro Penna, que é irmã do então Secretário de Planejamento e Gestão do
governo Arruda, Ricardo Penna, também investigado no esquema da Caixa de
Pandora. Ricardo Penna, sabia antes mesmo da operação ser deflagrada que o seu
nome fazia parte do rol dos investigados. Após a operação ser deflagrada uma
rocambolesca história acontecia, o então governador, José Roberto Arruda,
entrava na mira do Palácio do Planalto, pelas mãos da Empresa Brasileira de Inteligência (ABIN). O
então presidente Luís Inácio Lula da Silva, tomou conhecimento que o governador
de Brasília , tinha em mãos documentos que poderiam respingar no Palácio da
Alvorada. Com isso a Casa Militar do Palácio do Planalto, também informava ao
presidente que uma operação iria acontecer flagrando Arruda tentando comprar o
silencio de uma testemunha, ai começou o rolo compressor do Palácio do Planalto
para deter Arruda o mais rápido possível. A Polícia Federal preparou uma
operação com o jornalista Edson Sombra para flagrar a tentativa em comprar o silencio. Enquanto isso, o ex-presidente
Lula se empenhava pessoalmente na prisão do governador junto ao presidente do
STJ, Cesar Asfor Rocha. O presidente do STJ procurou o ministro encarregado do
inquérito, Fernando Gonçalves, que não quis decidir monocraticamente, Lula ao
telefone com Cesar Asfor, pedia o empenho absoluto fazendo o presidente do
Tribunal telefonar para alguns ministros que já haviam deixado Brasília, pois
era véspera de feriado. Alguns ministros retornaram a Capital Federal nas asas
de aviões da FAB para votar o pedido de prisão do então governador, José
Roberto Arruda. Durante a votação, Lula ficava ao telefone com Cesar Asfor
Rocha, monitorando a votação. Depois disso com Arruda já preso na Polícia
Federal, o secretário geral da presidencia da república, Gilberto Carvalho,
pediu para o seu amigo e vizinho de fazenda, o advogado José Gerardo Grossi,
levar para Arruda, o pedido de renuncia em troca da liberdade. O então governador
não assinou e permaneceu preso, dai em diante o processo transcorreu
lentamente, pois talvez o objetivo de muitos teriam sido alcançados. Vale a
pena lembrar que Arruda à época estava cotado para ser o vice-presidente na
chapa do PSDB com Serra e Aécio.
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