sábado, 23 de fevereiro de 2013

Governador que já foi invasor de área pública desce o cacete em pobres do varjão!


Mulher ferida na desocupação do Varjão, ontem (21/02) , enquanto crianças eram separadas de suas mães pelo cordão de  isolamento da Polícia Militar. Truculência a mando do Governo Agnelo.
Mulher ferida na desocupação do Varjão, ontem (21/02) , enquanto crianças eram separadas de suas mães pelo cordão de  isolamento da Polícia Militar. Truculência a mando do Governo Agnelo.

Invasão de área pública é crime, independente da classe social de quem invade ou ocupa irregularmente terras que não lhes pertence. Entretanto, na desocupação,  a ação do Estado no Distrito Federal tem sido diferenciada para pobres e ricos.

As pessoas de classe social mais abastada,  que ocupam terras irregulamente no Distrito Federal, são privilegiados desde a nomenclatura : não são invasões, são "condomínios".  O máximo que lhes acontece é a AGEFIS , agência de fiscalização do governo, lhes aplicar multas que serão contestadas judicialmente. Bem como, as desocupações são impedidas por seguidas ações judiciais ( liminares, mandados de segurança)  em favor dos ocupantes dos imóveis. E assim, seguem indefinidamente ocupando aréas públicas até que regularizam a situação. ...

E o que falar dos ocupantes das áreas invadidas na Orla do Lago Paranoá? Mansões e prédios apart hotéis de grupos imobiliários milionários , acobertados pelo poder! E a  invasão em frente ao Palácio do Jaburu, cuja recomendação da UNESCO é retirar e o governo nem se moveu porque fere interesses de gente poderosa?
Essa é a casinha do Governador Agnelo, com Lagoa Particular e quadra de tênnis em área pública, que foi destruída somente após denuncia do concorrente nas eleições.

Até o atual governador de Brasília, Agnelo Queiroz, invadiu área pública em sua mansão ( que ele diz que é uma casinha popular de classe média) em um condomínio irregular,  e só derrubou a construção porque foi denunciado no programa eleitoral da concorrente, em 2010!

Essa é a casinha do Governador Agnelo, com Lagoa Particular e quadra de tênnis em área pública, que foi destruída somente após denuncia do concorrente nas eleições.


Para quadras de tennis e mansões, não há esa truculência.
Agora, esse mesmo senhor, manda derrubar casas no Varjão, e usa toda a truculência do Estado para a desocupação da área. Até a Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa diz ter sido agredida e impedida de acompanhar a ação, na qual ela tem a competência de verificar se a dignidade humana está sendo respeitada!

Das 370 famílias que estavam ocupando irregularmente o local , apenas 140 são aptas a receber auxilio moradia de 408 reais. Vejam bem, as pessoas ocupavam o local por que não tem onde morar, não porque precisam de um lago particular e uma quadra de tênnis...

E o governador dará a essas 140 pessoas,  o grande auxílio moradia de 408 reais, que não paga nem mesmo uma boa raquete que ele deveria usar nos seus jogos na quadra invadida da sua mansão em condomínio irregular! Onde elas conseguirão pagar aluguel em algum lugar em Brasília pra viver com seus filhos, com essa quantia ? Isso não paga nem uma quitinete no próprio varjão!

Essa quantia é paga por alguns meses, e depois, para onde irão essas pessoas? E as mais de duzentas famílias que não estão aptas a receber auxílio moradia irão para o relento com seus idosos e crianças?

Isso não é problema do Estado? Isso não é um caso de Direitos Humanos? Por que o GDF não retirou essas famílias somente quando as casas populares que ele prometeu estiverem prontas?

Por que o GDF não pode esperar para desocupar o local quando as pessoas tiverem onde morar com suas famílias , nas casas populares que o governo disse que vai terminar?

E por que esse mesmo governo não tem a mesma urgência em desocupar as áreas públicas invadidas pelos ricos da capital?

Fica a reflexão para você, leitor (a).
Por Leiliane Rebouças
Fonte: Blog da Leiliane - 22/02/2013

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