terça-feira, 22 de novembro de 2016

DFTrans cria mais um ponto de apoio ao Passe Livre Estudantil

Quem não tem acesso à internet, agora também pode procurar unidade de Sobradinho, no terminal rodoviário

Estudantes de regiões ao norte de Brasília terão mais facilidade para acessar serviços referentes ao programa Passe Livre Estudantil. Desde essa segunda-feira (21), é possível utilizar como ponto de apoio a unidade de Sobradinho do Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans).

Posto do DFTrans no Terminal Rodoviário de Sobradinho.

O local já funcionava com outros atendimentos do sistema de bilhetagem automática. Agora também oferecerá espaço para cadastro e acompanhamento de todo o processo de concessão do benefício.
Estudantes sem acesso à internet pediram o serviço
A medida atende à solicitação de estudantes que disseram ter dificuldade para acessar a internet. “Estamos agregando serviços para facilitar e ampliar o acesso ao Passe Livre Estudantil”, resume o diretor-geral do DFTrans, Léo Carlos Cruz.
O posto fica no Terminal Rodoviário de Sobradinho, na Quadra Central, e funciona de segunda a quinta-feira, das 8 às 18 horas, e às sextas, das 8 às 17 horas.
Outros pontos de apoio para serviços relacionados ao Passe Livre Estudantil funcionam nas unidades do Na Hora em Ceilândia, em Taguatinga e no Gama e no posto do DFTrans na Galeria dos Estados.

Fonte: Portal de Brasília

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Impeachment: Câmara aprova processo contra Dilma Rousseff

Resultado da votação deste domingo indica que a voz das ruas se sobrepôs à tentativa do Planalto de cooptar parlamentares em negociações conduzidas por Lula. Agora, caberá ao Senado definir se a presidente permanece no cargo

POR LARYSSA BORGES, MARCELA MATTOS E FELIPE FRAZÃO/REVISTA VEJA - 17/04/2016 - 00:10:15

Há um tempo para tudo debaixo do céu, e este domingo trouxe o tempo de Dilma Vana Rousseff e seu partido, o PT, se haverem com as consequências da crise econômica e política que semearam. Às 23h07, com o voto de Bruno Araújo (PSDB-PB), formou-se a maioria de 342 deputados necessária para que o processo de impeachment que tramitava na Casa siga para o Senado, onde Dilma poderá ser julgada por crime de responsabilidade - o placar final ficou em 367 votos contrários à petista, e 137 contra o impeachment. Houve ainda 7 abstenções e duas faltas. A votação foi encerrada já perto da meia-noite. Quarta presidente eleita desde a Constituição de 1988, a petista agora faz dupla com Fernando Collor de Mello, que enfrentou, em 1991, o mesmo ritual de impedimento. ...

Chorando, Araújo proferiu seu voto já clima de festa em plenário. "Que honra o destino meu reservou: da minha voz sairá o grito de mudança dos brasileiros". Ao terminar seu voto, o tucano saiu carregado pelos colegas de oposição. A Avenida Paulista e a Esplanada dos Ministérios também explodiram em celebrações - ao menos, é claro, o lado do muro reservado aos manifestantes pró-impeachment. Do outro, um misto de tristeza, resignação e um discurso que afirmava que 'a luta não terminou'. O ânimo dos manifestantes de esquerda, contudo, já parecia ter se esgotado. Nas ruas, cada voto foi acompanhado como uma decisão por pênaltis numa partida de futebol: a tensão era logo substituída pela alegria, ou raiva.

Dilma e o PT insistem em dizer que a democracia brasileira sofre um golpe, e que seu impeachment representará uma ruptura institucional. Mas a votação de hoje está imune a qualquer questionamento. O governo teve ampla oportunidade de atacar na Justiça todos os aspectos da tramitação do processo de impeachment na Câmara. Seus argumentos foram analisados pelo Supremo Tribunal Federal, acolhidos em alguns casos, rejeitados na maioria. Disso resultou um rito que já não pode ser questionado. Mais importante, o impeachment requer a maioria de dois terços do plenário da Câmara justamente para garantir que nao paire nenhuma dúvida sobre uma decisão de tamanha gravidade. Cabia ao governo a tarefa mais "fácil": a de obter o apoio de 172 parlamentares. O fato de que não foi capaz de fazê-lo atesta o grau de aversão a Dilma. E não foi pouco o que ela ofereceu para cooptar parlamentares. Ou melhor: o que Lula ofereceu. O ex-presidente, um político infinitamente mais hábil que sua pupila e sucessora, tranformou um hotel de Brasília em bunker anti-impeachment. Às vésperas da votação, o Diário Oficial registrava nada menos que 26 nomeações feitas como consequência do frenético loteamento de cargos promovido pelo governo. Mas nem isso bastou. Pesou mais o sentimento registrado pelas pesquisas de opinião, que mostram que mais de 60% dos brasileiros desejam que Dilma seja apeada o quanto antes de seu lugar no Planalto.

Numa analogia com o processo penal, a Câmara atua como o Ministério Público na tramitação do impeachment: observa se existem indícios de crime e oferece uma denúncia. Cabe ao Senado o papel de julgador. É la que a denúncia é aceita ou rejeitada numa primeira comissão. Se for aceita em decisão referendada pelo plenário, Dilma tem de se afastar do cargo e o mérito da acusação deve ser avaliado em até 180 dias. Para que perca o mandato em definitivo, é preciso que 54 dos 81 senadores julguem que ela é culpada de crime de responsabilidade - mais uma vez, uma maioria de dois terços. Dilma, obviamente, repetiu reiteradas vezes que não cometeu crime algum. Mas o relatório do deputado Jovair Arantes, defendendo o contrário, é uma peça poderosa. Pedaladas fiscais e outros atentados à ordem orçamentária da República - os crimes de que Dilma é acusada - não representam, nas palavras de Arantes, "atos de menor gravidade ou mero tecnicismo contabil". Eles são, pelo contrário, "gravíssimos e sistemáticos atentados à Constituição Federal, em diversos principios estruturantes do Estado de Direito, mais precisamente a separação de Pderes, o controle parlamentar das finanças públicas, a responsabilidade e equilíbrio fiscal, o planejamento e a transparência das contas do governo, a boa gestão do dinheiro público e o respeito às leis orçamentárias e à probidade administrativa."

Se a presidente sofrer impeachment por crimes orçamentários, a mensagem será poderosa. A noção de que os governantes não recebem carta branca para realizar seus planos de governo a qualquer custo, quando ganham uma eleição, talvez fique inscrita com fogo na ordem pública brasileira. Mas o fato é que o embasamento jurídico é apenas um requisito do processo de impeachment. Esse processo, na essência, é político. E no campo da política, Dilma se autoinfligiu todos os danos. A corrosão de seu capital começou na campanha de 2014, quando ela mentiu aos eleitores sobre a necessidade de consertos na economia. Seu segundo mandato comecou com ajustes de tarifas que ela prometera não fazer e um aumento da inflação que ela jurou que não viria. Mês a mês a economia foi se mostrando mais frágil - e em paralelo caiam os índices de aprovação de Dilma. Somem-se a crise economica e o declinio de seu prestigio à incapacidade da presidente e de seus assessores mais próximos de fazer com habilidade o jogo da articulação política, e estão dadas as condições objetivas para o desastre.

A presidente não soube, em particular, lidar com o PMDB, e acabou transformando seu principal sócio na coalizão governista em um ninho de inimigos figadais - o presidente da Camara, Eduardo Cunha, e o vice-presidente Michel Temer, à fente. O fato de que muitos peemedebistas são alvos graúdos da Operação Lava Jato - Cunha em particular - em nada desculpa os erros de Dilma, nem elimina o fato de que, para governar, ela precisava saber manter sob controle o PMDB, ou substituí-lo em sua base. Dilma não soube fazer nenhuma das duas coisas. Na verdade, suas tentativas inábeis de fortalecer legendas como o PSD em detrimento do PMDB só fizeram acirrar os ânimos. Nem mesmo o apoio do partido de Gilberto Kassab, até outro dia ministro das Cidades, ela conseguiu na votação do impeachment: a maioria dos parlamentares do PSD votou pelo seguimento do processo neste domingo.

Do outro lado, estava um vice que circula pelo Congresso com particular habilidade. E soube aproveitar a tendência anti-Dilma. Michel Temer adiantou os vetores de seu mandato num áudio espalhado pouco antes da votação pela continuidade do processo na comissão do impeachment, na última segunda-feira. Proposital ou não, o vazamento do que seria seu discurso após o resultado deste domingo deverá ser repetido nas próximas horas e quiçá tenha produzido efeitos nos últimos dias para quem flertava com a oferta de um lote na máquina pública em troca de um voto precificado. Porém, se o Senado barrar o impeachment, o futuro será como dar fôlego a um paciente terminal. Dilma pode até ganhar sobrevida até o final do mandato numa caminhada certamente ladeada de desconfiança e malogro. É possível que essa travessia, capitaneada por um grupo irascível e chancelado no Senado por uma minoria autoritária, desembarque num futuro ainda menos alvissareiro. Não há uma fagulha que indique um corrigir urgente da rota econômica tíbia nem tampouco o governo parece ter reserva útil de base parlamentar depois de uma derrota acachapante na feira livre que o PT tentou montar na Câmara. De qualquer forma, se Dilma reassumir, terá a menor base no Congresso desde os anos escuros de Collor e isso desenha um horizonte de novas tempestades no caminho.

A partir desta segunda-feira, serão 31 dias até que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), um veterano de quase morte e ressurreição política, agende a data para a resolução de um processo que deixou os brasileiros prostrados à espera de um novo despertar, mas cuja segunda-feira começa auspiciosa. Em Brasília, existe uma máxima de que a Câmara, pela capilaridade do voto dos rincões, é a voz do povo. Mas é o Senado da República quem ditará os dias futuros.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Novas regras: Senado aprova fim da reeleição para presidente, governador e prefeito

Reeleição para presidente, governador e prefeito, além de presidentes do Senado e Câmara, deixa de existir

PEC 113-A de 2015 prevê regras mais rígidas para a criação de partidos políticos e que não haja mais a possibilidade de um chefe do Executivo ser reeleito. ...

Do texto original da Câmara dos Deputados que foi desmembrado no Senado, as mudanças previstas na Proposta de Emenda à Constituição número 113-A de 2015 (PEC 113-A/15) foram aprovadas nesta quarta-feira (13/4) na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) do Senado.

A proposta aprovada, em forma de substitutivo apresentado pelo relator, o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), prevê regras mais rígidas para autorizar a criação de novos partidos políticos e também acaba com o instituto da reeleição, no qual um presidente da República, governador ou prefeito possa concorrer novamente à eleição quatro anos depois de ter sido eleito.

Com a aprovação da PEC na CCJ do Senado, o texto segue para análise do plenário da Casa. Como foi desmembrado para permitir a tramitação separada da janela partidária, que já foi aprovada e promulgada, os outros assuntos tratados pela Proposta de Emenda à Constituição 113-A/15 só vai passar por dois turnos de discussão no plenário do Senado a partir de agora, com a aprovação na CCJ.

O substitutivo do senador Antônio Carlos Valadares torna mais rígida a chamada cláusula de barreira, para criação de novos partidos. Em emenda apresentada pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que foi acolhida pelo relator, ficou estabelecido no texto que para ter direito ao funcionamento parlamentar, o partido político tem que conseguir, em cada eleição para a Câmara dos Deputados, no mínimo 1,5% dos votos válidos distribuídos em pelo menos um terço dos Estados, com 0,8% ao menos do total de cada um deles.

“Eu acho razoável, até porque estaremos incluindo dentro desse percentual dois partidos importantes, tanto o PCdoB como o PSOL”, disse Antônio Carlos Valadares.

No texto original da Câmara, a exigência era de 2% dos votos válidos com mínimo de 1% do total de cada um dos nove estados, o que representa um terço. Com a aprovação da PEC com o texto substitutivo, a cláusula de barreira passa a ser incluída na Constituição Federal e afeta o acesso ao fundo partidário e o tempo gratuito de TV e rádio.

Fim da reeleição

O texto da PEC prevê que presidente, governadores e prefeitos não poderão se candidatar nas eleições seguintes, a não ser que aqueles que já não estão no cargo e não foram reeleitos. A reeleição passou a existir a partir de junho de 1997, quando foi promulgada a Emenda Constitucional número 16 de 1997 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

O relator da PEC disse que a mudança autorizada pelo Congresso no governo FHC, que até hoje levanta suspeitas sobre sua legalidade, com suposta compra de votos de parlamentares, foi um erro.

“Acreditamos que a grave crise política hoje vivida pelo país talvez não estivesse ocorrendo se mantida a opção original da República, ratificada pela Constituição de 1988, que vedava a reeleição ao chefe do Poder Executivo”, afirmou Valadares.

O fim da reeleição, se passar pelo plenário do Senado, também passará a valer para integrantes da Mesa do Senado e da Câmara. O mandato seria o mesmo, de dois anos, mas, por exemplo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não poderão concorrer ao cargo na Casa novamente na eleição seguinte.

O texto proíbe o registro de candidatura para mais de um cargo em uma mesma eleição, mesmo que em cidades diferentes para prefeito ou em Estados no caso de governador. A proposta acaba com a exigência de domicílio eleitoral de cidade ou Estado como fim de elegibilidade.

Policias e bombeiros militares poderão voltar aos seus empregos ao final do mandato eletivo, segundo o texto da PEC. Hoje, o militar com menos de dez anos de serviço na corporação deve se afastar da atividade para ser candidato e os com mais de dez anos de trabalho vão automaticamente para a reserva quando eleitos.

A proposta facilita a apresentação de projetos de iniciativa popular, com assinatura de no mínimo 0,4% do eleitorado do País, com eleitores de pelo menos cinco unidades da Federação e não menos do que 0,1% dos eleitores de cada uma dessas unidades. Atualmente, o mínimo exigido de assinaturas é de 1% do eleitorado nacional, com pelo menos cinco Estados e um mínimo de 0,3% dos eleitores de cada um deles.

Proposta excluídas

O substitutivo do relator no Senado tirou do projeto o tema financiamento de campanhas eleitorais. O artigo que permitia aos partidos receber doações de pessoas físicas e jurídicas foi retirado do texto da PEC por Valadares.

Doações feitas por empresas e outras pessoas jurídicas para partidos políticos já foi considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), lembrou o relator da proposta no Senado. E o financiamento a partir de recursos doados por pessoas físicas tem regulamentação na Lei Federal número 13.165 de 2015.

A Lei das doações de pessoas física, promulgada pela presidente Dilma Rousseff (PT), indica que esses recursos são limitados a 10% dos rendimentos brutos referentes ao ano anterior à eleição. Também define que os candidatos podem usar recursos próprios até o limite de gastos estabelecidos em lei para cada cargo eletivo.

Foi retirado do texto da PEC também a obrigatoriedade da impressão do voto na urna eletrônica. Para o relator no Senado da proposta, o voto impresso já tem previsão na Lei Federal na mesma Lei citada e que não precisa virar tema de inclusão na Constituição. A norma do voto impresso deve passar a vigorar a partir da eleição de 2018.

A diplomação em cargos públicos com mudança da idade mínima também foi retirada do texto da PEC apresentada pela Câmara. A proposta original queria reduzir a idade para candidatos a governador, vice-governador, senador e deputado. Para o relator, os limites atuais devem ser mantidos.

Sem mudanças, a idade mínima continua 35 anos para candidatos a presidente, vice-presidente e senador, 30 para governador e vice-governador, 21 para deputado e prefeito e 18 anos no caso de eleição para vereador. (Com informações da Agência Senado)

terça-feira, 12 de abril de 2016

Ex-senador Gim Argello é preso, em Brasília, em nova fase da Lava-Jato

A "Vitoria de Pirro" investiga o pagamento de propina para impedir Ricardo Pessoa, da UTC, de depor em CPI da Petrobras. Parlamentar recebeu R$ 5 milhões em doação eleitora, segundo delatores


O ex-senador Gim Argello (PTB-DF) foi preso preventivamente pela Polícia Federal (PF) em Brasília, nesta manhã de terça-feira (12/4), na 28ª etapa da Lava-Jato. A prisão ocorre na 28ª fase da operação, intitulada Vitoria de Pirro, que é realizada nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal. Cem policiais federais devem cumprir 21 ordens judiciais. São 14 mandados de busca e apreensão, 1 mandado de prisão preventiva, 2 mandados de prisão temporária e 4 mandados de condução coercitiva.

As investigações apuram a existência de indícios concretos de que "destacado integrante” CPI da Petrobras no Senado da CPI mista que também apurava irregularidades na estatal. “O investigado teria cobrado pagamentos indevidos, de acordo com a apuração da PF, travestidos de doações eleitorais oficiais em favor dos partidos de sua base de sustentação.”
Segundo o diretor financeiro da UTC Engenharia, Walmir Pinheiro, em troca da não-convocação do dono da empreiteira, Ricardo Pessoa, na CPI, foram feitas doações eleitorais oficiais de R$ 5 milhões a políticos do Distrito Federal em 2014 a pedido de Gim. Desse valor, R$ 1 milhão foi para o PR, que concorria ao governo de Brasília com José Roberto Arruda e Jofran Frejat. O DEM obteve R$ 1,7 milhão, segundo Pinheiro, que fechou acordo de delação premiada. O PMN e o PRTB ficaram com R$ 1,15 milhão cada.

A informação foi confirmada por Ricardo Pessoa em sua delação. Em outra colaboração premiada, o senador Delcídio Amaral (ex-PT-MS) disse que Gim integrava grupo de quatro parlamentares que jantava às segundas-feiras em Brasília para evitar que os empreiteiros Léo Pinheiro, da OAS, e Pessoa, além do lobista Júlio Camargo “fossem convocados para depor na CPI”.

Alto custo

O nome da operação, Vitoria de Pirro, é uma alusão à expressão histórica que representa uma vitória obtida mediante alto custo, popularmente adotada para vitórias consideradas inúteis. Os crimes investigados nesta fase são de concussão, corrupção ativa, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Os presos serão encaminhados para a Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR). Os que forem conduzidos para depoimentos serão ouvidos nas respectivas cidades onde forem localizados.

Fonte: Correio Braziliense

SP, RJ e Distrito Federal: Lava Jato cumpre mandados em São Paulo, Rio de Janeiro, Taguatinga e Brasília

PF cumpre a 28ª fase da Operação Lava Jato em três estados

A Polícia Federal (PF) cumpre a 28ª fase da Operação Lava Jato desde a madrugada desta terça-feira (12) em cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. ...

Ao todo, foram expedidos 21 mandados judiciais, sendo dois de prisão tempórária, um de prisão preventiva, 14 de busca e apreensão e quatro de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento. As medidas estão sendo cumpridas na capital de São Paulo, capital do Rio de Janeiro, Taguatinga e Brasília.

Segundo a PF, as investigações apuram indícios concretos de que destacado integrante da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada no Senado Federal e também da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) instaurada no Congresso Nacional, ambas com o objetivo de apurar irregularidades no âmbito da CPI no ano de 2014, teria atuado de forma incisiva no sentido de evitar a convocação de empreiteiros para prestarem depoimento, mediante a cobrança de pagamentos indevidos travestidos de doações eleitorais oficiais em favor dos partidos de sua base de sustentação.

A prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo período ou convertida em preventiva, que é quando o investigado fica preso à disposição da Justiça sem prazo pré-determinado.

STF: Fachin nega ação que tentava impedir manobra de Cunha na votação do impeachment

Para o ministro, não cabe ao Supremo interferir em decisões internas do Legislativo


O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou seguimento a um mandado de segurança que tentava impedir que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), adotasse regras que pudessem prejudicar o governo durante a votação do impedimento de Dilma no plenário. ...

Para o ministro, não cabe ao Supremo interferir em decisões internas do Legislativo e o presidente da Câmara tem liberdade para interpretar o regimento da Casa. “Requerer que o Poder Judiciário determine a interpretação correta de dispositivo do Regimento da Câmara dos Deputados é pedir indevida ingerência do Poder Judiciário sobre o funcionamento interno do Poder Legislativo, o qual é dotado de independência e autonomia para definir a conformação de seu funcionamento”, registrou o ministro.

Em seu despacho, Fachin reiterou diversas vezes esse entendimento: “Não é dado ao Poder Judiciário estabelecer qual é a interpretação adequada de dispositivo do Regimento Interno da Câmara sob pena de ofensa à independência e autonomia do Poder Legislativo".

Na ação impetrada nesta segunda-feira, 11, o deputado Weverton Rocha (PDT-MA) alegava temer que Cunha não aplicasse de “maneira republicana” o que estabelece o regimento da Casa no dia da votação do impeachment. Ele justificou o seu pedido dizendo que o peemedebista já tinha se manifestado reiteradamente nos últimos dias, por meio da imprensa, dando a entender que iria adotar um procedimento que influenciasse na aprovação do impeachment de Dilma.

Para o deputado, o modelo mais adequado seria adotar a alternância entre parlamentares das regiões Norte e do Sul ou a chamada por ordem alfabética, como ocorreu no processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992.

Cunha, por sua vez, tem afirmado que vai definir como a votação do impeachment ocorrerá no plenário somente na véspera. Ele já declarou que vai “interpretar o regimento na hora”. Uma das ideias de Cunha é iniciar a chamada pelos deputados de Estados do Sul, onde há maior adesão ao impeachment, e finalizar com os parlamentares do Norte. A votação está prevista para começar na próxima sexta-feira, 15 e se estender até o domingo, 17.

Fachin foi relator da ação que estabeleceu o rito do impeachment no Supremo. O seu voto, porém, não foi acolhido pelos demais ministros da Corte. Em dezembro, ele adotou posições que também iam de encontro ao interesse do governo e deixou claro o seu entendimento de que não cabia ao Supremo interferir em um processo político-jurídico como o do impeachment.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Em Goiânia: Moradora do DF morre ao fazer lipoaspiração

Erica ficou incomodada com a gordura localizada da barriga depois da gravidez e decidiu fazer o procedimento


A consultora de vendas do DF Érica Mesquita, de 34 anos, morreu ao fazer uma lipoaspiração em Goiânia, cidade que fica a 200 km de Brasília. ... Ela morreu ainda na sala de cirurgia, onde teve uma parada cardiorrespiratória. Agora, familiares suspeitam de que tenha havido erro médico e negligência.
Segundo a família, Érica ficou incomodada com a gordura localizada da barriga depois da gravidez e decidiu fazer o procedimento com o doutor Jacysmom Magalhães, por indicações de amigas. O irmão da moça, Marcos Mesquita, conta que Érica fez todos os exames e consultas em Brasília e foi constatado que ela não tinha problemas de saúde.

— A Érica era uma pessoa muito esforçada na vida dela pessoal e profissional e não tinha tempo para cuidar dela própria e ela deseja ter um corpo melhor. Ela quis isso, procurou, a família pediu para ela não fazer, mas ela não escutou a gente. A única coisa que deu nos exames foi uma hérnia no umbigo, mas isso não impedia a cirurgia.

No BO (Boletim de Ocorrência), registrado pela polícia de Goiânia, consta que a paciente teve convulsões durante a cirurgia e, logo em seguida, uma parada cardíaca. Uma autópsia detalhada deve ficar pronta em dois meses.

O CRM (Conselho Regional de Medicina de Goiás) abriu sindicância para apurar o caso. O órgão indica que Jacysmom é médico do trabalho e resolução do Conselho Federal de Medicina determina que apenas médicos especializados em cirurgia plástica podem fazer esse tipo de procedimento. Outra resolução do CRM-GO estabelece a mesma obrigatoriedade.

Fonte: R7

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

OSs na Educação: Goiás sai na frente no modelo que o GDF quer copiar

E o modelo o GDF já tem


No dia 13 de dezembro de 2014, ainda durante o Governo de Transição, o novo Governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg do PSB, chamou a imprensa para anunciar o “caos” financeiro nas contas públicas. O anúncio do “caos” foi realizado em um cenário previamente preparado, de tal forma que representasse o suposto “buraco negro” nas contas pública. Não foi a toa que a foto ai em cima tem esta conotação...

Após tomar posse, em 1º de janeiro, a nova gestão anunciou que não tinha dinheiro em caixa e parcelou os salários até o mês de setembro de 2015. Depois da pressão das categorias, logo o dinheiro apareceu e em abril as folhas salariais já estavam sendo pagas na data correta.

Porém, aproveitando o discurso do “caos”, o Governo publica em julho deste ano no diário oficial o Chamamento Público para habilitação de “organizações sociais” interessadas em assumir a gestão de serviços públicos, entre outros, nas áreas de saúde e ensino.
Nas últimas semanas passou a correr cada vez mais forte a informação de que o Governo do Distrito Federal estuda abrir a gestão das escolas públicas para “organizações sociais”. Por este modelo a escolas continuariam com os professores efetivos, mas teriam liberdade para contratar diretamente novos professores, obviamente por condições ainda mais precarizadas do que é feito com os professores temporários hoje.

E o modelo o GDF já tem: é o que está em curso no Estado de Goiás, comandado por Marconi Perillo, PSDB. Veja a reportagem a seguir e tire suas conclusões:

Estado deve implantar OSs na área da Educação aos moldes das charter schools americanas

Governador Marconi Perillo pretende repassar a administração de unidades educacionais estaduais para às organizações sociais. Modelo a ser adotado obteve grande sucesso nos Estados Unidos

Governador Marconi pretende que as escolas estaduais goianas tanham o mesmo padrão de qualidade das particulares

Por Frederico Vitor

Pelo que tudo indica, o governo de Goiás está empenhado em levar a cabo uma nova experiência com as organizações sociais (OSs) dentro da estrutura do Estado. Depois da Saúde, no qual em 2011 as principais unidades hospitalares foram repassadas para a administração das OSs, a Educação será a próxima área a ser submetida ao novo modo administrativo. Por enquanto, não há informações oficiais de como este plano será implementado, porém fontes indicam que o modelo a ser implantado vai seguir o padrão de Charter Schools americanas, ou seja, colégio estadual com maior autonomia, cuja gestão é compartilhada entre os setores públicos e privado.

O governo avalia que a proposta é viável, porém o projeto deve passar por análise mais profunda. A nova secretária estadual de Educação, Raquel Teixeira, está em viagem pelos Estados Unidos, contudo não se sabe se a titular estaria buscando maiores informações acerca do modelo americano de colégios charter. O Palácio das Esmeraldas tem como objetivo melhorar ainda mais a qualidade da rede estadual de ensino, apesar de a Educação em Goiás ficou em 1º lugar do País no ensino médio pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) para o ano de 2014.

O Estado entende que a gestão terceirizada em parceria com o setor privado, pode-se alcançar uma qualidade de ensino ainda maior. O objetivo é repetir em outras unidades de educação o mesmo sucesso apresentado pelos colégios militares, cujo corpo administrativo é formado por oficiais e praças da Polícia Militar e o corpo docente é preenchido por quadros da Secretaria de Educação. O que difere esses colégios dos demais é a disciplina aos moldes dos quarteis e o método pedagógico que exige mais comprometimento dos alunos.

O governador Marconi Perillo (PSDB) disse em entrevista à imprensa na semana passada que quer ir além, ou seja, seu deseja que é de que “o filho do pobre estudem em escolas com padrão de escola de rico”. Outro aspecto abordado pelo chefe do Executivo é em relação à produtividade dos servidores no regime celetista sob o comando das OSs em detrimento do estatutário. Para o tucano, os funcionários do Estado contratados pelo regime celetista rendem mais pelo simples fato de serem substituídos por profissionais no mercado se não corresponderem as expectativas da sociedade em desempenhar um trabalho de qualidade.

A legislação brasileira permite a gestão compartilhada há mais de uma década. As OSs, desde que legalmente constituídas, podem firmar convênios para exercer atividades típicas do Estado, recebendo para isso repasse de recursos públicos em forma de valores orçamentários, material, bens imóveis e pessoais. A legislação também é específica quanto aos critérios de gestão compartilhada. O corpo diretivo deve necessariamente ser composto, entre 20% e 40%, de representantes do Poder Público. Além disso, na área em que atua as OSs deverão ter sua qualificação devidamente autorizada pelo ministério ou secretaria correspondente, que também se encarrega dos repasses de recursos.

Áreas como a da saúde têm utilizado mais amplamente a legislação que rege as OSs nas parcerias público-privadas. Na educação, essa é uma iniciativa ainda pouco disseminada, em parte porque a Lei das Diretrizes Básicas da Educação (LDB), de 1996, estabelece que recursos públicos da educação só podem financiar escolas comunitárias, confessionais e filantrópicas em forma de bolsas de estudo, o que torna instável a regulamentação das escolas charter no Brasil.

Experiências com Charter Schools tem se mostrado eficaz no exterior

Os Charter Schools são escolas públicas financiadas pelo setor público e privado que têm maior autonomia em relação às escolas públicas tradicionais. Trata-se de um modelo de gestão compartilhada instituído por um contrato — charter — entre o governo e uma instituição privada. Em troca dessa autonomia, as escolas devem atingir as metas estabelecidas no contrato que as instituiu. Nos Estados Unidos, devido ao elevado número de alunos que pleiteiam um número restrito de vagas, a distribuição é feita por meio de sorteio.

O modelo, cuja gestão é compartilhada entre os setores público e privado, tem se mostrado, em algumas experiências, um exemplo inovador na formação de parcerias entre empresas, entidades, sociedade civil organizada e Secretarias de Educação. Outra importante característica das escolas charter é o fato delas operarem livres de muitas leis e regulamentos a que está exposta a maioria das escolas públicas. Embora representem uma fração minoritária das escolas públicas no universo geral de unidade de educação, os Charters Schools podem ocupar papel importante no debate sobre reformas educacionais.

Os Charters Schools possuem muito mais autonomia que as escolas públicas regulares em itens fundamentais da gestão do ensino, como seleção e retenção de gestores e professores. A admissão de alunos é feita ou por meio de sorteio ou por critérios geográficos, mas, em geral, os alunos que nelas ingressam possuem um perfil de alto comprometimento escolar. Dependendo da região ou País, e do tipo de convênio estabelecido pela parceria público-privada (PPPs), as escolas charter podem contratar professores segundo critérios próprios, desenhar seus currículos e oferecer uma carga horária maior.

Para as famílias que procuram esse modelo de escola, um dos principais atrativos é o número de alunos matriculados, que tende a ser bem menor que o das escolas públicas regulares. Outro diferencial costuma ser a proposta pedagógica muitas vezes inovadora, com elevados padrões de ensino, além de aulas complementares em áreas específicas.

Pioneirismo americano

Os Estados Unidos foram pioneiros na consolidação dessa proposta no início dos anos 1990. Países como Austrália, França e Japão também adaptaram e introduziram o modelo, mas de forma pontual, e não como elemento importante nos esforços de reforma educacional. No Reino Unido, onde esse modelo tem maior relevância nos esforços de melhoria da educação, as escolas charter são chamadas de academias e foram introduzidas em 2002 como parte da reforma de ensino liderada pelo então primeiro ministro Tony Blair.

Na América Latina, verificamos que as instituições católicas são as organizações do setor privado mais ativas na gestão de escolas públicas em parceria com o Estado. No Chile, por meio do sistema de voucher, os alunos são matriculados em escolas do setor privado com financiamento público. No entanto, resultados de avaliações nacionais e internacionais mostram que a participação do setor privado na educação pública não é, em si, garantia de melhoria de resultados no aprendizado.

Contudo foi nos Estados Unidos que a experiência de escolas charter mais se proliferou, vindo a tornar-se um elemento importante nas reformas de ensino de cidades importantes como Nova York e Chicago. A primeira escola charter nos Estados Unidos foi fundada em Minneso­ta, em 1992, atualmente já são mais de quatro mil escolas no País com mais de um milhão de habitantes. Mesmo em forte crescimento, as escolas charter são predominantemente um fenômeno urbano e somente para 3% da população total de estudantes americanos.

As escolas charter americanas são submetidas a contratos com as prefeituras, seguindo leis estaduais que têm o poder de autorizar ou impedir seu funcionamento, dependendo de seu desempenho. Seus fundadores costumam ser lideranças da sociedade civil — incluindo professores, pais ou ativistas — ou organizações não governamentais. Um dos segredos do sucesso de charters na cidade de Nova York, por exemplo, está relacionado ao fato de que essas escolas nova-iorquinas não estão presas às mesmas exigências burocráticas que as escolas públicas regulares. Por essa razão, alguns dos melhores diretores e professores optam por trabalhar nelas.

Outra grande vantagem das escolas charter nos Estados Unidos é o fato delas não terem que selecionar um diretor que esteja certificado pelo Estado e pela Secretaria de Educação da cidade onde ela tem contrato. Elas podem escolher um empresário ou um professor bem-sucedido para ser seu diretor. Essa autonomia faz com que talentos diferentes possam se envolver na educação pública, tendo assim maior flexibilidade para contratar professores. Outra vantagem é a autonomia de gestão financeira, no qual cada escola decide como gastar seus recursos.

Colégio Rudá foi o “Charter School” de Goiânia há 35 anos atrás

Enquanto as escolas charter são um elemento comum nos esforços de reforma de ensino em outros países, como nos Estados Unidos, no Brasil essa experiência ainda é pouco debatida. A proposta das escolas charter é um tipo de inovação que pode abrir novas possibilidades para reformas do ensino público na medida em que rompe mitos sobre a capacidade de aprendizado de alunos com altos déficits de aprendizagem. No Brasil existe a experiência dos Centros de Ensino em Tempo Integral (Procentro), um modelo de Charter School implantado pela Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco em parceria com o Instituto de Co-Responsabilidade pela Educação (ICE).

Porém, poucas pessoas sabem, mas há 35 anos atrás, em Goiânia houve uma experiência muito parecida com uma escola charter, que foi o colégio Rudá que funcionava no mesmo espaço em que atualmente, se situa a Faculdade Universo, no setor Marista. Fundado em 1980 e financiado por pais de alunos e professores, o Rudá oferecia aulas tanto para o ensino fundamental quanto médio e quebrou os paradigmas da educação naquela época.

A metodologia de ensino era diferenciada no sentido dos alunos terem mais liberdade em aprender as disciplinas fora do método tradicional. Outro ponto que diferenciava o Rudá dos demais colégios era o número de estudantes por sala de aula que não excediam 20 alunos. Além das disciplinas tradicionais como língua portuguesa, matemática, história, biologia, o colégio foi um dos pioneiros no ensino de filosofia e arte em Goiânia.

Outra característica que gera semelhança entre o Rudá e os colégios charter era a autonomia das decisões financeiras por parte da direção da escola e maior aproximação entre pais, alunos e professores. O ex-prefeito de Goiânia e atual presidente da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), Pedro Wilson, tinha suas filhas matriculadas no Rudá e conta como foi a experiência. Segundo ele, o colégio era uma espécie de cooperativa formal e chegou ter grande influência na cidade. “O Rudá foi uma tentativa de novos métodos construtivistas, uma nova linha de renovação da educação e nós pais acompanhávamos o desenvolvimento dos alunos.”

Por questões de divergências entre professores do ensino médio e ensino fundamental o Rudá fechou às portas no final da década de 80.

Segundo dia: Greve de metroviários no DF fecha todas as 24 estações

DFTrans reforçou em 48 o número de ônibus em 5 regiões administrativas

Serviço atende diariamente 140 mil pessoas; categoria cobra reajuste...
Sem a volta dos metroviários ao trabalho, todas as 24 estações do Metrô amanheceram fechadas nesta quarta-feira (4) no Distrito Federal. Decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou que o serviço fosse mantido com um efetivo de 30% durante a greve dos servidores, mas a direção da empresa decidiu suspender o serviço alegando que não era possível garantir a segurança de passageiros com um quadro menor que 80% nas horas de pico e de 60% nos demais horários.

Para amenizar os problemas, o DFTrans colocou mais 34 ônibus em circulação nas regiões administrativas de Taguatinga, Ceilândia, Guará e Águas Claras. Outros 14 vão reforçar o serviço de transporte público em Samambaia.

Os metroviários decidiram cruzar os braços por tempo indeterminado a partir desta terça para protestar contra a suspensão de reajustes salariais dos servidores públicos. A categoria pede ainda a convocação dos aprovados no concurso de 2013, saída de comissionados em excesso, execução dos projetos de modernização do sistema metroviário e revisão e redução do número e valor de contratos de terceirização.

O Tribunal Regional do Trabalho vai realizar a partir das 14h30 desta quarta uma audiência de conciliação entre os trabalhadores e a empresa. Na tentativa de manter o atendimento à população nesta terça, o Metrô abriu metade das estações. Dos 1,2 mil funcionários do Metrô, 300 estavam trabalhando. Parte das estações precisou liberar as catracas para a entrada dos passageiros.

O serviço atende diariamente 140 mil pessoas, entre 6h e 23h30 de segunda a sábado e 7h às 19h aos domingos. O Metrô circula nas regiões mais populosas do DF – Ceilândia, Taguatinga e Samambaia. Ele também passa por Águas Claras e Guará. O sistema tem 42,3 quilômetros de extensão. A estação com maior fluxo é a da Rodoviária do Plano Piloto, por onde passam 20 mil pessoas por dia.

Sem aumento
O governador Rodrigo Rollemberg anunciou a suspensão dos reajustes, concedidos de forma escalonada em 2013, alegando não haver dinheiro em caixa para fazer os repasses. A medida integra um pacote, que traz ainda aumento nas tarifas de ônibus e metrô, implantação de um plano de demissão voluntária nas empresas públicas, aumento de impostos e nos valores de entrada do zoológico e dos 13 restaurantes comunitários. O DF tem 141 mil servidores públicos na ativa.

Com a decisão, várias categorias do funcionalismo entraram em greve. O governador chegou a apresentar um plano para pagamento dos reajustes a partir de outubro do ano que vem, que desagradou servidores. Parte só voltou ao trabalho depois de a Justiça decretar os atos ilegais. Médicos, auxiliares e técnicos em enfermagem, agentes do DER, agentes do Detran e professores seguem paralisados.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Nas contas bancárias de Lula, 53 mi; Pallocci, 216 mi; Erenice, 26 mi. De onde jorrou dinheiro?


Um relatório do Coaf, órgão de inteligência financeira vinculado ao Ministério da Fazenda, aponta que contas ligadas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao ex-ministro Antonio Palocci e à ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra movimentaram cerca de R$ 294 milhões. As informações foram publicadas pela revista “Época” na edição divulgada nesta sexta (30).

Segundo a publicação, o documento de 32 páginas identifica movimentações incompatíveis com as respectivas rendas daqueles ligados às contas: Lula (R$ 53,6 milhões, de 2011 a 2014), Palocci (R$ 216 milhões, de 2008 a 2015) e Erenice (R$ 26,3 milhões, de 2008 a 2015). O relatório foi entregue à CPI do BNDES, que investiga contratos considerados suspeitos assinados pelo banco de 2003 a 2015, nos governos do PT.

Em agosto, a revista “Veja”, também com base em relatório do Coaf, revelou que a empresa do ex-presidente, LILS Palestras e Eventos, recebeu R$ 27 milhões de 2011 a 2014, sendo R$ 9,8 milhões de empreiteiras investigadas no escândalo da Petrobras.

Agora, “Época” revela que a movimentação total da empresa no período foi de R$ 52,3 milhões. Parte da receita foi repassada a pessoas próximas e investida em plano de previdência privada (R$ 6,2 milhões). Procurada, a assessoria de imprensa do ex-presidente Lula não foi localizada.

Já empresa Projeto, de Palocci, recebeu R$ 53 milhões a partir de junho de 2011, quando deixou a chefia da Casa Civil do governo Dilma Rousseff (PT) após a Folha ter revelado que seu patrimônio multiplicou por 20 em quatro anos ao atuar como consultor privado. Ele defendeu as atividades como “legítimas relações comerciais”.

Do total, R$ 4,7 milhões são oriundos da Caoa, montadora e revendedora de veículos investigada na Operação Zelotes sob suspeita de envolvimento com suposto esquema de compra de medidas provisórias. Investigadores apontam o pagamento de propina relacionado à MP 471 -aprovada pelo Congresso no fim de 2009-, que prorrogava incentivos fiscais de R$ 1,3 bilhão por ano para montadoras.

Em julho deste ano, reportagem da Folha apontou, segundo informações do Coaf, que a empresa de consultoria do ex-ministro faturou R$ 34,9 milhões entre 2007 e 2010, época em que ele exercia o mandato de deputado federal. A Projeto foi contratada por 60 clientes de diferentes setores da economia, como firmas de planos de saúde, de alimentação e incorporadoras de imóveis.

Naquele mês, a Caoa afirmou à Folha que Palocci prestou consultoria “em dois períodos, de 2008 a 2010 e de 2012 a 2013, nas áreas de planejamento estratégico, econômico, financeiro e de relações internacionais. Por política interna, a Caoa não comenta detalhes sobre contratos”. Procurada, a assessoria de imprensa do ex-ministro Antonio Palocci não foi localizada.

Quanto a Erenice Guerra, ela foi secretária-executiva da então ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff, e sucedeu a chefe quando esta deixou o posto para concorrer à Presidência em 2010. Deixou o cargo após acusações de tráfico de influência envolvendo sua família no âmbito do ministério. Segundo a “Época”, o escritório da ex-ministra recebeu R$ 12 milhões entre agosto de 2011 e abril de 2015. À revista Erenice afirmou que não fala com a imprensa.


Da Redação com o Uol, Época e Agências