segunda-feira, 18 de março de 2013

Paulo Fona: "Ele está disposto a ser governador"

Paulo Fona ao lado do ex-governador Joaquim Roriz (Foto Internet)

Amigo pessoal e Porta-Voz do ex-governador Joaquim Roriz, o jornalista Paulo Fona analisa o cenário político do Distrito Federal. Embasado em sua experiência partidária, faz também uma perspectiva de quadro nas eleições de 2014 e seus possíveis candidatos.

Para os pretensos ao Buriti que pensa que Roriz não tem mais pretensões políticas pode rever suas opiniões. “Ele se dispõe a ser governador. Não há nenhum impedimento legal”, avisa o assessor do ex-governador.

Durante a entrevista de Fona, concedida ao Guardião Notícias, o jornalista relembrou seu passado. Inclusive que foi ele, o fundador do PT no Distrito Federal. Após opiniões divergentes, o jornalista se desfiliou do partido.

Secretário de Comunicação também, durante a gestão de Roriz, Fona teve experiências com outros governadores no Sul e no Rio de Janeiro, com o atual deputado federal Antony Garotinho. Conhecedor da imprensa, ele elogiou o projeto do Grupo Guardian. “Tem tudo para dar mais certo”, profetizou. Confira a seguir os melhores trechos da entrevista:

Guardian Notícias - Conhecedor da política do DF e nacional, como o senhor vê a conjectura política atual, já visando 2014?
Paulo Fona - A legislação mudou, mas não impede que até mesmo aqueles que têm mandato parlamentar possam eventualmente trocar de partido {até setembro}. E lideranças locais e nacionais que não tem nenhuma opção partidária nesse momento, e os que têm e querem mudar, tem até setembro para fazer isso. Significa que a partir de agora as forças políticas começam a se movimentar para definir um quadro.

GN - Podemos dizer que já temos pelos dois pólos de disputa?
PF - Aqui já temos alguns partidos de oposição. Notadamente o PSDB, o DEM. Tem também o PMN, da deputada (federal) Jaqueline (Roriz). Tem o PSD que fica a se definir e está entre a cruz e a espada. Não sabe se é governo ou não. Mas não é uma característica do local, como também do nacional. Então nós temos que esperar setembro para ter um quadro mais claro e as forças estarão bem mais definidas.

GN - Por falar em PSD, qual a avaliação que o senhor faz do posicionamento da legenda no DF?
PF - Está faltando para o Rogério {Rosso} e o partido dele uma linha, como também em nível nacional. O PSD vai participar do governo Dilma ou não vai? Já escreveram que sim e depois desmentiram. Agora está na conversa. Na minha visão o partido tem que ter posição. Ou é contra ou a favor. Ficar no meio de campo não é legal.

GN - Na última eleição, o PT fez um leque de partidos de apoio. Já existe movimento de legendas que faziam parte deste apoio que querem lançar candidato próprio. Podemos ter um cenário diferente?
PF - Tem um quadro nacional novo. Basicamente por duas figuras novas: um é o Eduardo Campos no PSB e ao longo dos últimos quatro anos é o partido que mais vem crescendo. E se vemos a história político-partidário do País, vemos que tem partido que começa na oposição, chega ao poder e depois sai e vai definhando. O contrário também acontece. Isso aconteceu com o próprio PSDB, com o PT e está acontecendo com o PSB. Nas eleições municipais foi o partido que mais cresceu e está ganhando espaço. Daí o surgimento de Eduardo Campos.

GN - Há outros nomes em potencial?
PF - Tem outro fator novo que é o Rede, o partido da Marina que pode agregar não só os ambientalistas como também as pessoas insatisfeitas com os partidos. No caso, ela teve uma expressiva votação no DF.

GN - No DF, o governo é mal avaliado, mas em contrapartida, o governador tem 21 deputados em sua base. Como o senhor vê ambiente?
PF - O que parece é que a Câmara Legislativa não está sintonizada com a população. Por que se o governo tem 80% dos deputados ou mais, nas ruas a população, quase 80% está contra o {governo}. Há uma inversão de sentimento da população e o sentimento da Câmara Legislativa.

GN - Qual a origem disso?
PF - Uma coisa evidente foi a cooptação que o governador Agnelo fez dos partidos e deputados distritais. Ele começou com uma bancada de onze, doze parlamentares e hoje já tem vinte e um. O partido que tinha o PR na chapa do governador Roriz-Weslian, com seis meses depois já estava na base do governo {Agnelo}. É muita incoerência partidária e mostra a força que o governo tem de cooptar as diferentes correntes. Saiu gente do PRTB, do PSC, foram todos para a base.

GN - Isso é prejudicial ao próprio processo eleitoral e à população...
PF - Em minha opinião, a legislação eleitoral e partidária teria que evitar esse tipo de coisa. A população não entende: o partido tem um candidato ao governo, perde-se a candidatura, seis meses depois ele está na base do outro candidato?

GN - Existe a possibilidade de reforma política, que inclusive está na pauta do Congresso. O senhor é otimista quanto a essa nova legislação?
PF - Nenhum colégio eleitoral vota contra si mesmo. Quando tem uma assembleia de cidadão, ninguém vai aumentar seu próprio imposto. Quando tem uma assembleia do condomínio, ninguém vai dizer que não vai poder ter festa no prédio. Tem uma Câmara, ninguém vai diminuir seu salário. E assim vai...Acho difícil o Congresso Nacional votar uma legislação que vai contra os interesses de quem está no poder.

GN - Politicamente, o senhor teve sua experiência. Como começou?
PF - Fui fundador do PT aqui no Distrito Federal. Ninguém é perfeito...{risos}

GN - Uma contradição...
PF - Na verdade estou brincando. Sinto orgulho disso, mas o partido mudou. Tanto mudou que eu saí no colégio eleitoral do Tancredo Neves, quando eles expulsaram três deputados federais que votaram em Tancredo. Ali eu me afastei do partido.

GN - Pode-se dizer que Roriz ainda é uma figura forte na política do DF?
PF - Sem dúvida. Ele tem uma força política que foi construída ao longo de 14 anos como governador do Distrito Federal, por mais que digam que não foi uma gestão boa. Imagine: ele fez o metrô. Foi muito criticado na época. Imagine o DF hoje sem o metrô? Seria inviável. Ele construiu 17 viadutos. Melhorou o trânsito na época. Imagine se nção tivesse esses viadutos? Fez nove cidades. Iomagine onde estariam essas pessoas?

GN - Ele tem seu legado eleitoral...
PF - É bom lembrar que na última eleição, a dona Weslian teve quase 35% dos votos, sendo que a candidatura dela foi confirmada na véspera da eleição. E mesmo assim ela foi para o segundo turno. Isso mostra a força política do governador.

GN - Então ele vai se candidatar em 2014?
PF - Ele se dispõe a ser governador. Não há nenhum impedimento legal, formal para ele ser candidato. Por que? Ele nunca teve condenação, em colegiado nenhum. Fala-se muito que ele fez isso ou aquilo outro, mas ele não tem nenhuma condenação. Dois: o processo dele sobre a Ficha Limpa não teve decisão. Na verdade deu empate. E empate a gente sabe é pró-reo.

GN - Qual o provável cenário de disputa que podemos visualizar para 2014?
PF - Eu vejo basicamente três blocos: o governo – aliança PT e PMDB -, aí neste caso tem que ver se o PMDB ficará. Tem um novo bloco que está surgindo, que é o PSB e PDT, leia-se Rodrigo Rollemberg, Cristovam Buarque e Reguffe. E tem a terceira força que é do governador Roriz e esse núcleo de oposição – PSDB, DEM e tem as três deputadas que estão no PSD.

GN - O senhor acredita que o ex-governador Arruda possa ser incluído nesse páreo?
PF - É uma incógnita, por que nele se aplica a possibilidade de ele ser candidato, que em termos jurídico ele pode ser.  Agora é bom lembrar que salvo engano ele só tem uma condenação de colegiado, em primeira instância. Ou seja, não está enquadrado ainda na lei da Ficha Limpa. Se os eleitores vão aceitar ele ser candidato, o juízo é dele e da população.

Por João Zisman e Elton Santos
Da Redação

Intervenção preventiva


O presidente do PSDB de Brasília, Mário Machado, recebeu um puxão de orelha da direção nacional. É que estava na turma do “Volta Arruda”. O ex-governador José Roberto Arruda está articulando candidatura ao cargo em 2014.

Por Ilimar Franco
Fonte: Blog do Noblat - 17/03/2013

"PSD optou pela sociedade, não pelo poder"

Presidente regional do PSD, Rogério Rosso: "Nosso desafio é construir um projeto de gestão pública onde todos ganham"

Sem dúvida, a notícia mais esperada pelos pessedistas do Distrito Federal foi o anúncio feito pelo presidente nacional do Partido Social Democrático (PSD), Gil­berto Kassab, de que não quer cargos no governo da presidente Dilma Rousseff. “Estamos caminhando para apoiá-la no Congresso e estaremos juntos na eleição de 2014, mas não queremos espaço no governo.” Esta frase enterrou especulações de que o presidente do partido no DF, Rogério Rosso, “namorava” o aconchego do Pa­lácio do Buriti. Embora muita gente dentro do partido tenha olhado meio enviesado para Rosso, ele continuou trabalhando pela unidade do grupo e a consolidação como força política. Repetidamente, Rosso desmentiu boatos de que estava levando o PSD para o colo do governador Agnelo Queiroz (PT). Mesmo carregando este desconforto, seguiu o caminho pragmático construindo pontes com a sociedade ao invés de dinamitá-las. ...

Ser líder de um partido no Brasil exige mais do que habilidade política. Tem-se que curvar, às vezes, sem vergar a coluna como faz os orientais. O gesto, por mais humilde que pareça, permite que o cumprimento seja respeitoso, mas o interlocutor não tira os olhos da pessoa à frente. Mais ou menos tem sido o comportamento de Rogério Rosso. No entanto, a reverência de humildade às forças contrárias não tirou dele o foco no interlocutor. Por mais injustas ou até pertinente que tenham sido as críticas ao seu estilo, ele soube se distanciar do figurino do político tradicional, para  quem o que importa são os resultados imediatos. O homem público que pensa no futuro é uma pessoa comum com um diferencial: constrói o hoje, agora, mas com alicerce para abrigar gerações e gerações futuras, tem repetido Rosso. “Eu amo o Distrito Federal e o exercício político assim como milhares de pessoas que militam partidariamente, mas ao vir para o PSD, o que me chamou a atenção foi a liberdade para, juntos construirmos um projeto melhor para o país e para o DF. Este tem sido os meus argumentos a todos que questionam qual é o objetivo do PSD”, contou Rogério ao Jornal Opção na sexta-feira, 15, após reunião com lideranças empresariais e assessores.

De fato, Rogério — mesmo sob críticas — não arredou um mi­límetro de seu objetivo partidário, que é conversar com todas as siglas, incluindo o PT. Este gesto desagradou lideranças de seu partido, provocando desconfianças e até ameaças de deserção. “Acredito que, a partir de agora, nossas lideranças se voltem a construção de um projeto que não seja oposição por oposição, mas um projeto para o DF, em que os cidadãos sejam o alvo prioritário. Não podemos passar ao largo da História como espectadores das transformações da sociedade e suas demandas. É com esse objetivo que vamos ampliar o espaço de nossa legenda conquistando mentes e corações, não só para nos eleger como representantes no Parlamento, mas sobretudo perceber que somos um diferencial no universo político.”

Para Rosso, Gilberto Kassab sinalizou para o Brasil e para as forças políticas que o PSD não busca cargos na Esplanada, mas um projeto consistente para o país. “Ele mostrou ser um verdadeiro democrata abrindo mão de cargos, mesmo sinalizando apoio à presidente Dilma Rousseff. Acredito que este gesto tem um grande significado para as pessoas que estão cansadas do toma-lá-dá-cá. Ele coloca um divisor de águas separando o mercantilismo político do interlocutor dos anseios da população. Kassab delimitou muito bem esta linha divisória ao optar pela sociedade e não ao poder.”

Seguindo esta linha de conduta, o líder do PSD brasiliense vai continuar a dialogar com todos os segmentos partidários e também com a sociedade organizada. “Um homem público não se furta ao diálogo, por mais estranho que pareça seus interlocutores aos olhos de outros partidos. Se o GDF nos procurar, vamos conversar. O que há de mal nisso? A democracia plena é exercitada conversando também com os contrários este é um dos fundamentos de nosso partido. Não somos de direita ou esquerda. Somos pelo Brasil”.

Vez e voz dos prefeitos do Entorno

Buscando a aproximação, cada vez necessária com os prefeitos do Entorno, agora denominada Região Metropolitana do Distrito Federal (Remdf), Rogério Rosso convidou os prefeitos do PSD que comandam os municípios de Cristalina, Luiz Carlos Attié, Luziânia, Cristóvão Tor­min, Formosa, Itamar Barreto e de Vila Boa, Hélio Raimundo para participarem das inserções do horário político do PSD do DF. “Não tem mais como ignorar que a solução para parte dos grandes desafios da gestão do Distrito Federal, como saúde, segurança e caos no trânsito passa pelos municípios da Remdf. Estes prefeitos são parte da solução e não do problema, por isso, abri espaço para eles nas pílulas do partido.”

Na quarta-feira, 20, no espaço reservado ao PSD pela Justiça Eleitoral, junto com a fala dos deputados do partido, também estreiam os prefeitos de Formosa, Itamar Barreto, e de Cristalina, Luiz Attié. Na outra semana, será a vez de Cristóvão Tormin, de Luziânia, e Hélio Raimundo, de Vila Boa. “Nossa credibilidade e confiança conquistada, passo a passo pelo Brasil, nos credenciam a buscar ainda mais a integração política e administrativa, afinal, a Capital do País não é uma ilha de privilégios. Somos participantes na busca de solução para a melhoria de vida de todos, incluindo nossos vizinhos.”

Por Wilson Silvestre
Fonte: Jornal Opção - 17/03/2013

sábado, 16 de março de 2013

Ex-assessor do governo é condenado por fazer escutas


Justiça determina pena de 20 anos de prisão a Délcio Rasera. Ele trabalhava na Casa Civil quando foi detido por grampear telefones, em 2006


Justiça condenou o policial civil e ex-assessor do governo do Paraná Délcio Augusto Rasera à perda do cargo e a 20 anos de prisão pelos crimes de formação de quadrilha e interceptação telefônica ilegal. A juíza Suzana de Oliveira, da Vara Criminal de Campo Largo, considerou que Rasera montou uma quadrilha para realizar grampos ilegais em Curitiba, na região metropolitana e no Litoral. Entre as vítimas citadas na decisão, estão uma promotora de Justiça, empresários, uma clínica de fertilização, escritórios e até o próprio governo do estado.

Outras nove pessoas, sendo três familiares de Rasera, e o ex-diretor da Imprensa Oficial João Carlos de Almeida Formighieri, também foram condenadas. A decisão é de 27 de fevereiro, mas só foi divulgada ontem. Os condenados poderão recorrer em liberdade da decisão ao Tribunal de Justiça do Paraná.

A sentença de 1.º grau saiu quase sete anos depois que Rasera foi preso, no dia 5 de setembro de 2006, durante a operação “Pátria Nossa”, do Ministério Público do Paraná. Quando foi detido, Rasera se identificou como assessor especial do então governador Roberto Requião (PMDB). ...

Na época, faltava pouco mais de um mês para a eleição estadual. Rasera trabalhava na Casa Civil e a detenção foi usada na campanha eleitoral. O procurador- geral de Justiça do MP à época, Milton Riquelme de Macedo, chegou a aparecer na campanha de Requião para dizer que a prisão de Rasera não tinha ligações com o governo. O peemedebista venceu o então candidato Osmar Dias (PDT) e foi reeleito por uma diferença de apenas 10,4 mil votos.

Escritório

Na sentença, obtida pela Gazeta do Povo, a juíza diz que Rasera montou três escritórios para oferecer serviço de escuta clandestina e que utilizou o cargo público para atender a fins particulares. “Em análise dos e-mails e arquivos encontrados nos CPU’s apreendidos, conclui-se que o mentor e o chefe da quadrilha era Délcio Augusto Rasera, o qual por meio de interpostas pessoas, possuía uma agência de investigação particular”, diz um trecho da decisão.

Os “serviços” iam desde grampear amantes de contratantes até ramais da Secretaria da Cultura do governo. Em depoimento, o instalador de aparelhos de grampo Juraci Pereira de Macedo disse que “no final do ano de 2005, Rasera o convidou para fazer escuta de um ramal da Secretaria da Cultura, pelo que recebeu R$ 600”.

Entre os clientes que encomendavam os grampos está o ex-diretor da Imprensa Oficial João Formighieri. Segundo a sentença, For­­mighieri pediu para que Rasera interceptasse o telefone de uma promotora do MP. Pelo menos outras cinco pessoas que solicitaram o serviço de grampo para Rasera estão respondendo pelo crime de interceptação ilegal em processos que tramitam paralelamente ao do policial.

Entenda o caso

A prisão do policial civil e na época assessor da Casa Civil Délcio Rasera causou polêmica durante a campanha eleitoral de 2006.

Setembro de 2006 – Rasera é preso em uma operação do Ministério Público suspeito de chefiar um esquema de escutas telefônicas ilegais. Ao ser preso, o policial estava cedido à Casa Civil, do governo do estado. Justiça aceita a denúncia contra Rasera por crime de quadrilha e interceptação clandestina.

Novembro de 2006 – A Assembleia Legislativa instala uma CPI para investigar o caso. A comissão, formada apenas por deputados da base governista, durou 18 dias e terminou sem conclusão.

Dezembro de 2006 – Rasera é solto, antes do Natal, e dias depois volta à prisão.

Julho de 2007 – O policial é solto e retoma suas atividades na Polícia Civil.

Julho de 2008 – Ele se lança candidato a vereador em Curitiba pelo PRTB com o slogan: “Fala Curitiba que eu te escuto”.

Defesa

Advogado de Rasera tentará anular o processo

Euclides Lucas Garcia

O advogado da família Rasera, Luiz Fernando Comegno, disse que vai recorrer da decisão assim que for notificado. Além disso, ele afirmou que vai tentar anular o processo, porque a Justiça de Campo Largo não seria o foro competente para julgar o caso, uma vez que os supostos delitos teriam sido cometidos em Curitiba.

Comegno declarou que também irá questionar o mérito da sentença. Segundo ele, só há no processo palavras de corréus, que estariam comprometidos com o Ministério Público Estadual (MP) em troca do benefício da delação premiada. “Não há materialidade comprovada nos autos”, defendeu.

Outra contestação do advogado diz respeito ao fato de o MP ter investigado o caso, produzido provas e feito a denúncia. “O MP se valeu dos indícios das provas produzidas por ele próprio para oferecer a denúncia, o que é flagrantemente inconstitucional”, afirmou.

Por fim, Comegno classificou como “erro jurídico crasso” a juíza ter considerado separadamente cada uma das gravações telefônicas na hora de determinar a pena. “Quando uma pessoa comete o mesmo crime continuadamente, os posteriores são extensão do primeiro. Trata-se de um único crime. Se ele [Rasera] tivesse feito 30, 40 interceptações, pegaria 80 anos?”
Fonte: Gazera do Povo - 16/03/2013.  Blog do Sombra.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Mizael é condenado a 20 anos de prisão

Três anos após o crime, o ex-policial militar foi sentenciado a 20 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado; Mizael seguirá preso no Romão Gomes

O advogado e policial militar reformado, Mizael Bispo de Souza, chega em carro de polícia para o terceiro dia do seu julgamento no Fórum Criminal de Guarulhos, na Grande São Paulo, nesta quarta-feira (13) - Marcos Bezerra/Futura Press

O ex-policial militar e advogado Mizael Bispo, de 43 anos, foi condenado a 20 anos de prisão em regime fechado pela morte da ex-namorada Mércia Nakashima, em 23 de maio de 2010. O júri, formado por cinco mulheres e dois homens, declarou o réu culpado do crime de homicídio triplamente qualificado. A defesa ainda pode recorrer da decisão. O acusado, porém, permanecerá preso no presídio militar Romão Gomes, em São Paulo, destinado a ex-policiais que cometeram crimes.

O julgamento começou na segunda-feira no Fórum Criminal de Guarulhos, na Grande São Paulo, e foi o primeiro do estado a ser transmitido ao vivo. Mizael ouviu a proclamação da sentença pelo juiz Leandro Cano com os olhos fechados e a cabeça baixa. ...

No debate deste último dia de julgamento, a acusação, feita pelo promotor de Justiça Rodrigo Merli e pelo advogado da família, Alexandre de Sá, apostou em mostrar aos jurados as contradições nos depoimentos de Mizael sobre seus passos no dia do desaparecimento de Mércia. Usando como base as provas periciais, Merli atacou ponto a ponto as dúvidas que a defesa tentou despertar sobre as investigações do caso, conduzidas pelo delegado Antônio de Olim – muito criticado pela defesa de Mizael.

Em seu depoimento, no segundo dia de júri, Olim afirmou não ter dúvida da culpa de Mizael no assassinato de Mércia. A promotoria também destacou que o réu apresentou diversos álibis, mas nenhuma das pessoas citadas por ele foi localizada para confirmar sua versão diante dos jurados.

A defesa tentou desqualificar as provas apresentadas pela promotoria e a figura do delegado que conduziu as investigações. “O que temos é um laudo claramente fabricado”, chegou a afirmar o advogado Ivon Ribeiro, que também desqualificou o Ministério Público. A defesa tentou ainda convencer os jurados de que o coautor do crime, Evandro Bezerra, foi torturado ao confessar sua participação no assassinato e delatou Mizael. Os jurados, entretanto, não aceitaram a versão. O julgamento de Bezerra está marcado para 29 junho.

Mércia Nakashima desapareceu depois de sair da casa dos avós, em Guarulhos, em 23 de maio de 2010. Em 10 de junho, após receber informações de um pescador, o carro dela foi localizado submerso em uma represa de Nazaré Paulista, no interior de São Paulo. O corpo, em avançado estado de decomposição, foi encontrado um dia depois. Mizael se entregou à polícia em fevereiro de 2012.
Fonte: Veja.com - 14/03/2013

terça-feira, 5 de março de 2013

Bagunça ainda é interna


Como não poderia deixar de ser, a antecipação da corrida presidencial de 2014 precipitou também o debate eleitoral no DF. Num ano em que a disputa naturalmente já é mais acirrada pela diminuição do número de vagas majoritárias – estará em disputa desta vez apenas uma vaga para o Senado –, as forças políticas mexem-se com desenvoltura nos bastidores. E as trocas de pontapés são mais intensas entre os grupos do mesmo partido ou das mesmas alianças do que entre os adversários. ...

O governador Agnelo Queiroz empenha-se para ampliar ao máximo a aliança em torno de seu projeto de reeleição. O retorno de Agnelo para mais quatro anos seria a opção natural, mas ele enfrenta resistências mesmo dentro do PT.

Na semana passada, a deputada Erika Kokay (PT) chegou a postar em uma rede social na internet um comentário contrário à decisão pela reeleição de Agnelo sem uma discussão interna. "É um desrespeito com a militância do PT o fato de dirigentes do partido já darem como certa a candidatura à reeleição de Agnelo. O que o partido tem de mais valioso é a militância, que deve discutir e deliberar sobre o nosso candidato”, escreveu.

No fim de semana, durante convenção nacional, o PMDB deixou claro que não aceita sequer discutir qualquer solução que implique ceder em 2014 o cargo de vice para facilitar a composição de aliança. Se Agnelo quiser contar com o apoio do PMDB, Tadeu Filippelli terá de continuar sendo o vice.

SENADO
A briga passa ainda pela definição sobre quem será o candidato a senador na aliança, uma vez que haverá apenas uma vaga na disputa. Agnelo, com o apoio da direção nacional do PT, planeja entregar essa vaga a um partido aliado, alijando as pretensões dos próprios petistas. O mais provável é o apoio à candidatura do senador Gim Argelo (PTB). Depois que o PSB e o PDT romperam com o governo, Gim tornou-se o único senador que apoia Agnelo. Os deputados petistas Chico Lei- te (distrital) e Geraldo Magela (federal) querem também a vaga.

Chico Leite adianta que levará a sua pretensão até o final. “Sou candidato a senador e disputarei a vaga na convenção do partido”, disse. Pivô da briga, Gim Argelo evita o debate. “Ainda não é o momento. Ainda vão surgir muitos candidatos a governador e a senador no caminho”, afirmou.

Oposição desorganizada
A sorte maior de Agnelo, comenta um deputado do PT, é que a oposição encontra-se desorganizada, sem ainda ter definido quem poderá ser o nome a enfrentá-lo. Alguns candidatos colocam a sua pretensão, especialmente o deputado federal Izalci Lucas (PSDB), o ex-deputado Alberto Fraga (DEM) e a distrital Eliana Pedrosa (PSD).

A dificuldade de Eliana é que Agnelo pode se aproveitar do fato de o PSD estar prestes a se aliar nacionalmente ao governo Dilma. Agnelo tem conversado com o ex-governador Rogério Rosso, um dos nomes do PSD, para fechar aliança. Um possível apoio, no entanto, gerará dissidências no PSD, podendo fazer com que e as distritais Celina Leão e Liliane Roriz deixem a sigla.

A maior dificuldade poderia vir da tentativa do senador Rodrigo Rollemberg de montar aliança com o PDT do senador Cristovam Buarque, o PSOL e a Rede, de Marina Silva.

MARINA DÁ SEU PITACO

No PDT, Cristovam sofre pressões da militância para ser ele o candidato, coisa que, pessoalmente, ele não deseja. O deputado Reguffe também sonha com o GDF. Marina teria mais facilidade em apoiar Reguffe do que Rollemberg, porque o senador participou da construção do Código Florestal, do qual Marina discorda.

Ela chegou a discutir a hipótese de uma chapa Reguffe/Chico Leite e os dois tiveram conversas preliminares para passar a integrar a Rede.

Por Rudolfo Lago
Fonte: Jornal de Brasília - 05/03/2013

domingo, 3 de março de 2013

Lula diz que candidatura de Campos pode pôr em risco aliança PT-PSB


Ex-presidente disse que vai conversar com Eduardo Campos sobre eleições. Lula participou de encontro do diretório nacional do PT em Fortaleza.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (1º), em Fortaleza, que uma eventual candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), à presidência da República em 2014 pode colocar em risco a aliança entre o PT e o PSB. Lula participou de abertura do encontro do diretório nacional do PT na capital cearense.

"O que nós temos de ver é se estrategicamente é importante a gente colocar em risco uma coisa que tem dado muito certo neste país que é a aliança histórica entre PT e PSB'', afirmou o ex-presidente, ao ser perguntado por jornalistas sobre uma possível candidatura de Campos. ...

Lula também disse que vai conversar tanto com Eduardo Campos como com líderes de outros partidos aliados do PT para construir um entendimento para 2014. ''Meu papel é fazer todo esforço para que a gente esteja junto. Vou voltar a conversar com o Eduardo Campos e com outros partidos porque acho que temos de construir uma aliança muito forte", afirmou.

''Eu acho que estamos começando o ano de 2013, faltam dois anos para as eleições, tem muita coisa para acontecer. Se a gente ficar fazendo política pelo diz que me diz, vamos dar trombada'', acrescentou Lula. Ele ainda lembrou da eleição de 2002, quando Ciro Gomes, também do PSB, foi concorrente do PT. ''É importante vocês lembrarem que o PSB já lançou candidato contra mim. O Ciro Gomes já foi candidato contra mim e nós não perdemos a amizade e continuamos trabalhando juntos. Nos unimos no segundo turno'', concluiu.

Homenagem
Lula deixou Fortaleza no início da tarde e foi para a cidade de Redenção, a 63 quilômetros da capital, onde recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab).
Na cerimônia, Lula falou que fazer política não se aprende na universidade. "A política é uma arte. Você não aprende a jogar futebol e a fazer política em uma universidade. Política é uma coisa sagrada, é uma química entre os seres humanos".

O presidente foi muito aplaudido pelos estudantes na plateia e, se dirigindo a eles, disse que "se eu cheguei a ser presidente e a fazer coisas que há séculos e séculos não eram feitas no país, vocês também podem fazer o que quiserem" (...) "Quando vocês acharem que todos os políticos não prestam, ainda assim não desistam da política", disse Lula.
Fonte: Blog do Noblat com G1 - 03/03/2013

Intervenção de Agnelo no transporte rima com reeleição


Governar a capital do país onde todas as correntes políticas e interesses econômicos convergem dá vantagens e desvantagens ao gestor: fartura de verbas a perder de vista, mas também muita vigilância da mídia. Este tem sido o cardápio desde o momento em o Distrito Federal conquistou sua independência administrativa e política. Para os mais saudosistas, bons tempos era quando não se tinha a Câmara Legislativa. Estes senhores de outros tempos são uma minoria imperceptível e saudosista, mas reflete um pensamento do inconsciente coletivo. A maioria dos cidadãos sensatos começa a cultuar uma crença de que a origem de todas as mazelas, atrapalhadas políticas e administrativas do Distrito Federal têm origem na Câmara Legislativa. “A falta de um projeto que vise beneficiar a cidade e não só os interesses eleitoreiros a cada dia deixa a população mais descrente com nossos representantes”, desabafa o ex-assessor de um conhecido deputado. ...

Para este personagem, o governador Agnelo Queiroz percebeu que se não focar suas ações na gestão, o balaio de gatos da Câmara Legislativa vai levá-lo para o fundo do descrédito e da derrota política. “Será lembrado pela História como um governante fraco, inseguro e refém dos interesses menores do legislativo.” Esta análise curta e precisa deve ter alcançado a mente do governador. Quer pelo alerta de seu grupo ou pela sua percepção política. Agnelo não está muito preocupado com as futricas da CL e vai remando o barco da reeleição. Montou uma agenda positiva e comparece todos os dias em eventos públicos, mesmo que seja para receber críticas. “O governador está mais preocupado com a população do que com os deputados. Ela percebeu que só ele tem condições de reverter o quadro negativo de sua gestão. Portanto, não vai esperar nenhuma ajuda dos deputados, até mesmo de seu partido”, analisa a fonte.

Acompanhando a agenda do governador, percebe-se que ele adotou um figurino mais populista e menos tecnocrata, em que uma horda de assessores cerca o mandatário, distanciando-o dos cidadãos. Talvez este novo Agnelo perceba o ganho que teve ao decretar a intervenção no Grupo Amaral, detentores de reclamações e anos a fio de descaso com a população. Ao tomar esta medida drástica, referendada pelo seu vice, Tadeu Filipppelli (PMDB), Agnelo mandou um duro recado aos demais empresários que exploram a concessão pública do transporte coletivo no DF: acabou a tolerância. O risco é passar o tempo e a população ficar sem os novos e velhos ônibus. Aí doutor Agnelo pode dar adeus à sua reeleição. Se a burocracia e a lentidão da máquina pública atrasarem este processo de renovação, todo o seu esforço e do vice-governador vão rolar com as águas de março.

Por Wilson Silvestre
Fonte: Jornal Opção - 03/03/2013

O petista que explora, na internet, a indústria da difamação

Reportagem de VEJA mostra como André Guimarães, que difundiu falso dossiê sobre Yoani Sánchez, tenta vender tecnologia da RedePT13 a prefeituras do partido



DINHEIRO PÚBLICO - André Guimarães (à dir.) trabalha no gabinete do deputado André Vargas, vice-presidente da Câmara  (Juliana Knobel/Frames/Estadão Conteúdo)
São muitas as histórias de anônimos que alcançaram a fama por meio da internet. O petista André Guimarães tem planos ambiciosos nessa direção. Criador da RedePT13, uma organização virtual formada por perfis falsos e blogs apócrifos usados para atacar aqueles que são considerados inimigos do partido, ele já é uma celebridade entre seus pares. Se é preciso espalhar uma mentira para difamar alguém, Guimarães é acionado. Se for apenas para ridicularizar um oponente, o rapaz conhece todos os caminhos sujos. Na visita da blogueira Yoani Sánchez, ele trabalhou como nunca. ...

A rede postou montagens fotográficas, incentivou os protestos e difundiu um falso dossiê produzido contra ela pela embaixada cubana. O problema é que o "ciberguerrilheiro" petista sustenta sua atividade criminosa com dinheiro público, dinheiro do contribuinte. André Guimarães é funcionário do Congresso. Está lotado e recebe salário no gabinete do deputado André Vargas, o atual vice-presidente da Câmara e secretário nacional de comunicação do PT. Mas, como dito, o rapaz é ambicioso.

Por Hugo Marques
Fonte: Veja.com - 02/03/2013

EX-DIRIGENTES DA FAP ESTÃO FORAGIDOS

Em agosto de 2012, a polícia deflagrou a Operação Firewall, que investigou desvio de recursos públicos

A Polícia Civil do DF está à procura do grão-mestre da Maçonaria no DF, Jafé Torres, e de outros dois ex-dirigentes da Fundação Gonçalves Ledo acusados de desvios de recursos do Programa DF Digital.
Eles são considerados foragidos da Justiça, já que o Tribunal de Justiça decretou a prisão preventiva dos três. A medida inclui Jafé, Stuart do Rego Barros Carício e Reginaldo Silva Pereira Filho. A decisão foi tomada por unanimidade pela 3ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do DF e Territórios, sob a relatoria do desembargador Humberto Ulhôa.
A Polícia Federal já foi comunicada de que os três estão foragidos, para evitar fuga pelas fronteiras. Além de suspeitos de desvios de recursos públicos, o trio foi denunciado pelo crime de “denunciação caluniosa”, uma vez que, segundo o Ministério Público do DF e a Polícia Civil, eles tentaram envolver uma das testemunhas numa trama criminosa na tentativa de desacreditá-la. …
Para a Polícia Civil, essa tentativa representa uma forma de obstruir a investigação e o trabalho da Justiça, uma das causas previstas em lei para determinar a prisão preventiva. Os advogados dos acusados acompanharam a sessão da 3º Turma Criminal na tarde de quinta-feira. O pedido tramita desde antes do Carnaval. O relator havia concordado com a medida preventiva, mas a desembargadora Nilsoni de Freitas Custódio pediu vista. O julgamento foi concluído na sessão desta semana.
Reincidentes

Em agosto de 2012, a Justiça decretou a prisão temporária de Jafé, de Stuart, de Reginaldo e de outros suspeitos de envolvimento nos desvios, durante a Operação Firewall, da Divisão de Combate ao Crime Organizado (Deco), da Polícia Civil do DF. Jafé Torres também fugiu na ocasião. Depois, teve o pedido de detenção revogado pelo Tribunal de Justiça.

A Deco e o Ministério Público investigam contrato sem licitação firmado em 2009 entre a Gonçalves Ledo e a Fundação de Amparo à Pesquisa (FAP), do GDF. A apuração mostrou que o Programa DF Digital funcionava precariamente, com cifras altíssimas. O contrato era de R$ 135 milhões para cinco anos.

Fonte: Correio Braziliense